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Por:   •  29/10/2013  •  4.565 Palavras (19 Páginas)  •  356 Visualizações

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FACULDADE TRIÂNGULO MINEIRO

A INFLUÊNCIA DA SEGURANÇA FÍSICA DO COLABORADOR

SOBRE O COMPORTAMENTO E A QUALIDADE DE VIDA NO TRABALHO; CASO DE UMA EMPRESA DE CRÉDITO LOJISTA

Autora: Aline Luiza Medeiros Martins

Ituiutaba-MG

2010

ALINE LUIZA MEDEIROS MARTINS

A INFLUÊNCIA DA SEGURANÇA FÍSICA DO COLABORADOR

SOBRE O COMPORTAMENTO E A QUALIDADE DE VIDA NO TRABALHO; CASO DE UMA EMPRESA DE CRÉDITO LOJISTA

Professor Orientador: Msc. Wilter Furtado

Relatório exigido pela disciplina Estágio I do curso de Administração da Faculdade Triângulo Mineiro – FTM, orientado pelo professor Msc. Wilter Furtado.

Faculdade Triângulo Mineiro – FTM

Administração

Ituiutaba-MG – 2010

LISTA DE TABELAS

Quadro 1: Satisfação dos colaboradores 12

Quadro 2: Segurança física e QVT 13

Quadro 3: Grau de informação quanto aos riscos assumidos pelos colaboradores 14

Quadro 4: Ambiente de trabalho e QVT em razão dos riscos físicos assumidos 14

SUMÁRIO

INTRODUÇÃO 4

2 REFERENCIAL TEÓRICO 7

3 METODOLOGIA 11

4 APRESENTAÇÃO E ANÁLISE DOS DADOS E INFORMAÇÕES 12

5 CONSIDERAÇÕES FINAIS 16

6 BIBLIOGRAFIA 18

APÊNDICE 19

INTRODUÇÃO

A qualidade de vida no trabalho possui relação direta com os resultados obtidos pelas empresas pela execução das tarefas e ações organizacionais por parte dos colaboradores. Muito se tem discutido sobre esse assunto e as teorias apontam para a importância da promoção da qualidade de vida no trabalho como uma das ferramentas estratégicas do negócio.

Junto com essa qualidade de vida está o comportamento no trabalho. São duas partes que se relacionam como interdependentes segundo a dinâmica operacional específica do negócio, ou seja, a qualidade de vida no trabalho tem influência sobre o comportamento dos colaboradores da mesma forma que esse comportamento reflete a qualidade de vida no trabalho em determinado momento.

Fatores como ansiedade, estresse, desmotivação, insatisfação e insegurança física influenciam o comportamento dos funcionários e pode significar que a qualidade de vida no trabalho não é característica do ambiente de trabalho no qual o colaborador está inserido.

Quando se pensa em empresas do setor financeiro, dentre elas bancos e instituições de crédito, diante do clima permanente de insegurança física, a tensão e ansiedade constantes e resultado do estado de alerta permanente comprometem a qualidade de vida no trabalho que, por sua vez, interfere de forma negativa no comportamento dos colaboradores.

Como alternativas para diminuir a sensação de insegurança física as empresas adotam ações como instalação de instrumentos tecnológicos como câmeras de vídeo e portas com detector de metal e a contratação de empresa de segurança que disponibiliza um agente de segurança patrimonial, armado, na instituição.

Mesmo assim as instituições financeiras e de crédito continuam sendo vitimadas em assaltos e roubos precedidos de violência física e psicológica que deixam marcas emocionais intensas nos colaboradores, e isso resulta no comportamento deles reduzindo drasticamente a percepção de qualidade de vida no trabalho.

Portanto, este estudo discorre sobre a influência da segurança física do colaborador sobre o comportamento e a qualidade de vida no trabalho, tendo como caso uma empresa de crédito lojista na cidade de Ituiutaba.

O problema levantado para a pesquisa foi: Qual a influência da segurança física do colaborador sobre o comportamento e qualidade de vida no trabalho?

Este problema foi pesquisado considerando não somente a segurança, mas principalmente a insegurança dos colaboradores ou pelo menos a sensação de insegurança diante de ações de prevenção que não são totalmente eficazes. Desta forma, o objetivo geral foi pesquisar, levantar e discutir a influência da (in)segurança física do colaborador sobre o comportamento e qualidade de vida no trabalho.

A teoria central na qual se baseia este estudo refere-se à qualidade de vida no trabalho e sua influência no comportamento dos colaboradores, usando dos conceitos e pressupostos de modo a levantar a percepção de QVT por funcionários de instituições financeiras e empresas de crédito.

O método utilizado na pesquisa foi o indutivo com levantamento das informações junto a funcionários de instituições financeiras e de crédito para levantar o comportamento deles em relação à qualidade de vida no trabalho relacionada à segurança física. Esse levantamento foi feito com a aplicação de questionário.

A primeira justificativa do trabalho associa-se aos benefícios que podem ser atribuídos à empresa em estudo a partir do conhecimento de como se comportam seus colaboradores diante do risco advindo da falta de segurança. Num segundo momento o estudo será importante pelo diagnóstico da percepção deles no que se refere à qualidade de vida no trabalho, o que pode contribuir para a implementação de fatores que a promovam efetivamente.

Para a ciência da administração o estudo se justifica por somar a outros que abordam o tema qualidade de vida no trabalho, desta vez focando no comportamento dos colaboradores de instituições financeiras e de crédito em razão da (in)segurança física.

O trabalho está dividido em capítulos, e no segundo consta o referencial bibliográfico que deu sustentação teórica à pesquisa. No terceiro capítulo tem-se a metodologia, com os procedimentos metodológicos seguidos. No capítulo quatro constam a apresentação e análise dos dados e informações obtidas pela pesquisa de campo. No quinto capítulo constam as considerações finais com a síntese dos resultados obtidos mais as recomendações e sugestões pertinentes.

2 REFERENCIAL TEÓRICO

Para entender a qualidade de vida no trabalho, e mais ainda, para conhecer os fatores que podem promovê-la, é preciso levantar o comportamento dos colaboradores diante do clima organizacional presente. Isso é válido pelas influências do clima organizacional no comportamento dos colaboradores e, por conseguinte, na promoção ou não percepção da qualidade de vida no trabalho.

De acordo com França (1997, p.80):

Qualidade de vida no trabalho (QVT) é o conjunto das ações de uma empresa que envolvem a implantação de melhorias e inovações gerenciais e tecnológicas no ambiente de trabalho. A construção da qualidade de vida no trabalho ocorre a partir do momento em que se olha a empresa e as pessoas como um todo, o que chamamos de enfoque biopsicossocial. [...] representa o fator diferencial para a realização de diagnóstico, campanhas, criação de serviços e implantação de projetos voltados para a preservação das pessoas, durante o trabalho na empresa.

No primeiro momento busou-se levantar as ações desenvolvidas pela empresa para promover a qualidade de vida no trabalho, para então pesquisar junto aos colaboradores se estas ações estão conseguindo evidenciar uma percepção positiva da QVT. Sendo uma empresa que oferece aos funcionários risco real, a identificação da existência ou não de ações voltadas a QVT foi imprescindível para o diagnóstico do clima organizacional e do comportamento dos colaboradores diante dos riscos advindos da insegurança.

Os resultados que foram obtidos poderão servir para o desenvolvimento de ações futuras que promovam a qualidade de vida no trabalho a partir do tratamento do comportamento decorrente dos riscos e da ocorrência de assaltos que podem deixar sequelas emocionais, considerando sua influência negativa no desempenho dos funcionários.

Muitos são os fatores que determinam a qualidade de vida no trabalho, os quais vêm sendo perseguidos pelas empresas com o propósito de melhorar sua operacionalidade a partir da satisfação e motivação dos colaboradores.

Dentre esses fatores citam-se, com base no modelo proposto por Walton (1990) apud Rodrigues (1999): compensação justa e adequada; condições de segurança e saúde no trabalho; utilização e desenvolvimento de capacidades; oportunidades de crescimento contínuo e segurança; integração social na organização; garantias constitucionais; trabalho e espaço total de vida; relevância social da vida no trabalho.

É possível que o negócio agregue boa parte desses valores de qualidade de vida no trabalho, mas o foco foi no fator condições de segurança e saúde no trabalho considerando a natureza das operações realizadas na empresa. Isso não quer dizer que os demais fatores não foram objetos de levantamento, mas a preponderância de investigação foi em torno do grau de (in)segurança e as consequência disso.

Chiavenato (1999) descreve que a qualidade de vida no trabalho está fundamentada em quatro aspectos: participação dos funcionários nas decisões; reestruturação do trabalho através do enriquecimento das tarefas e de grupos autônomos de trabalho; inovação no sistema de recompensas para influenciar o clima organizacional; melhoria no ambiente de trabalho quanto às condições físicas e psicológicas, horários de trabalho etc.

Esse modelo propõe maior flexibilidade para o desenvolvimento das atividades e ações dos colaboradores nas empresas, o que não representa a realidade do negócio em estudo. Já no que diz respeito às condições físicas e psicológicas, essa abordagem foi objeto desta pesquisa admitindo as consequências emocionais diante do risco eminente de assalto e sabendo que o clima gerado influencia na percepção de qualidade de vida no trabalho e, portanto, nos níveis de motivação e satisfação.

A partir destas considerações e a partir do conhecimento das teorias que descrevem as situações, fatores e características que podem promover a qualidade de vida no trabalho torna-se possível o desenvolvimento de programas de bem estar social direcionados aos funcionários. Esses programas são desenvolvidos com base e adaptados à realidade da empresa para que tenham eficácia.

Para Chiavenato (1999) os programas de bem estar servem para baratear custo com saúde, tendo assim um caráter profilático e abrangem conflitos com equidade salarial, formação educacional e profissional dentre outros que devem ser analisados. O autor acrescenta que tais programas ainda enfrentam desafios a serem vencidos para que possam ser implementados e um destes é a cultura que pode ser favorável ou um grande obstáculo para que não ocorra essa implementação.

Nas palavras de Silva & De Marchi (1997, p.193):

Dentre os muitos desafios [...] o primeiro estaria relacionado com a necessidade de uma força de trabalho saudável, motivada e preparada para a extrema competição existente, já o segundo, seria a capacidade da empresa de responder a demanda para seus funcionários em relação a uma melhor qualidade de vida no trabalho.

É oportuno complementar essa colocação com as palavras de Levering (1986) que diz:

Um bom lugar para se trabalhar possibilita, entre outras coisas, que as pessoas tenham, além do trabalho, outros compromissos em suas vidas, como família, os amigos entre outras atividades. A importância do QVT é mais que mera política de redução de custos, pois a mesma possibilita o bom convívio do indivíduo com a organização em que trabalha. Tem um bom ambiente e benefícios que satisfaçam seus anseios podem garantir um clima de confiança entre empresa e empregado.

A pesquisa de campo teve como apoio um questionário com perguntas que serão elaboradas para permitir o diagnóstico do ambiente de trabalho e a percepção sobre qualidade de vida no trabalho pelos colaboradores, buscando verificar se os fatores citados nas teorias sobre QVT fazem parte das políticas administrativas e operacionais do negócio.

Pela natureza das atividades da empresa e pelo risco eminente ao qual estão submetidos os colaboradores, a pesquisa buscou ainda diagnosticar o comportamento deles diante da possibilidade de um assalto e, principalmente, o comportamento e clima organizacional depois da ocorrência da referida ação criminosa.

Pela via da qualidade de vida no trabalho esse levantamento permitirá à empresa desenvolver projetos e executar ações que possam minimizar os impactos dessa insegurança na QVT e na operacionalidade dos colaboradores. Na primeira parte as ações poderão ser preventivas, ou seja, encarar a possibilidade de ocorrência de assalto e criar protocolos de segurança para serem executados no momento do fato. Em seguida as ações deverão ser dirigidas ao tratamento das sequelas emocionais deixadas.

A escolha por esse caminho se deve ao fato de que evitar totalmente que ocorram assaltos é tarefa difícil, mas demonstrar a preocupação com a qualidade de vida e com o enfrentamento de situações adversas que podem acometer os colaboradores poderá ser visto por eles como uma posição responsável e de interação entre a empresa e sua equipe de trabalho.

3 METODOLOGIA

Este estudo levantará o comportamento dos colaboradores de uma empresa de crédito lojista diante dos riscos advindos da falta de segurança e a influência desse comportamento na percepção da qualidade de vida no trabalho.

A pesquisa de campo e os levantamentos dos dados e informações necessários ocorrerão na própria empresa entrevistando os colaboradores para conhecer pontos de vista em relação ao tema proposto.

Os resultados aqui apresentados foram obtidos junto aos colaboradores de instituições financeiras e de crédito na cidade de Ituiutaba. O município conta atualmente com 8 agências bancárias e 9 instituições de crédito. Tomou-se como população os funcionários dos bancos e funcionários de 1 instituição de crédito, já que esta lida diariamente com montantes em dinheiro como os bancos.

Estas instituições, juntas, possuem aproximadamente 240 funcionários e para esta pesquisa a população definida foi de 70 pessoas. Esse número total foi levantado em pesquisas feitas nas referidas instituições e a amostra foi definida com base na tabela split de amostragem. (SEBRAE).

4 APRESENTAÇÃO E ANÁLISE DOS DADOS E INFORMAÇÕES

Optou-se pela apresentação dos resultados em quadros sinópticos, mostrando os principais resultados obtidos e permitindo sua discussão com base nas variáveis, neste caso na variável cargo/função.

Quadro 1: Satisfação dos colaboradores.

Principais resultados obtidos

Atendimento Gerência Segurança Serviços Gerais

Estão satisfeitos com a jornada de trabalho Estão satisfeitos com a jornada de trabalho Estão satisfeitos com a jornada de trabalho Estão satisfeitos com a jornada de trabalho

Sentem-se emocionalmente tranquilos, tanto a jornada de trabalho quanto em relação às pressões e rotinas de trabalho. Parte dos colaboradores se disseram tranquilos, e a metade se considera muito insatisfeito ou insatisfeito emocionalmente. Sentem-se emocionalmente tranquilos. Sentem-se emocionalmente tranquilos.

Satisfeitos em relação ao cargo-salário-função. Satisfeitos em relação ao cargo-salário-função. Satisfeitos em relação ao cargo-salário-função Insatisfeitos em relação ao cargo-salário-função.

Fonte: Pesquisa (2010).

Este resultado não apresenta diferenças significativas de opiniões quanto ao grau de satisfação entre os diferentes setores. De modo geral os colaboradores estão satisfeitos quanto à jornada de trabalho e emocionalmente tranquilos.

No aspecto satisfação quanto ao cargo-salário-função, a equipe que trabalha em serviços gerais não se consideram satisfeitos. Isso pode se dever ao salário que recebem diante das exigências e cobranças do cargo.

Parte dos gerentes disse estar insatisfeito ou muito insatisfeito emocionalmente. Comparando com os demais departamentos, as cobranças feitas quanto ao desempenho e cumprimento de metas podem justificar tais considerações. Esse resultado enfatiza ainda as pressões sofridas por estes profissionais, influindo na percepção de Qualidade de Vida no Trabalho, embora não tenha relação com a segurança física.

No quadro seguinte tem-se os resultados obtidos quanto aos questionamentos relativos à segurança física dos colaboradores, as ações executadas pela empresa nesse sentido e a relação disso com a percepção de Qualidade de Vida no Trabalho.

Quadro 2: Segurança física e QVT.

Principais resultados obtidos

Atendimento Gerência Segurança Serviços Gerais

Sentem-se muito inseguros. Sentem-se inseguros. Sentem-se inseguros. Sentem-se seguros.

A empresa dispõe de políticas de segurança no ambiente de trabalho e programas de prevenção de riscos. A empresa dispõe de políticas de segurança no ambiente de trabalho e programas de prevenção de riscos. A empresa dispõe de políticas de segurança no ambiente de trabalho e programas de prevenção de riscos. A empresa dispõe de políticas de segurança no ambiente de trabalho e programas de prevenção de riscos.

Consideram que a empresa conhece parcialmente os riscos aos quais os colaboradores estão sujeitos. Consideram que a empresa não conhece todos os riscos que os colaboradores estão sujeitos. Consideram que a empresa conhece parcialmente os riscos aos quais os colaboradores estão sujeitos. Acreditam que a empresa conhece todos os riscos.

Fonte: Pesquisa (2010).

Observa-se que todos os colaboradores sentem-se inseguros em trabalhar na empresa no quesito segurança física. Embora ela disponha de políticas de segurança no ambiente de trabalho e programas de prevenção de riscos, não tem mensurados todos os riscos decorrentes do desempenho das tarefas segundo seu ramo de atividade.

O pessoal do atendimento são os que se sentem mais inseguros e afirmam que a empresa conhece parcialmente os riscos, a mesma opinião tem o pessoal do setor de segurança, enquanto os gerentes afirmam que a empresa nos os conhece e os de serviços gerais acreditam que a empresa os conhece.

A maior insegurança nos atendentes relaciona-se à sua função na linha de frente, ou seja, estão diretamente expostos aos riscos. O fato de os gerentes dizerem que a empresa não conhece os riscos pode ser visto como assertiva, já que eles têm proximidade ao setor de decisão, incluindo decisões em relação à segurança física e prevenção.

O quadro seguinte mostra como resultados as opiniões dos entrevistados em relação ao grau de informação quanto aos riscos aos quais estão expostos e sobre o comportamento a ser adotado diante de situações de risco.

Quadro 3: Grau de informação quanto aos riscos assumidos pelos colaboradores.

Principais resultados obtidos

Atendimento Gerência Segurança Serviços Gerais

Se consideram parcialmente informados sobre os riscos. Se consideram parcialmente informados sobre os riscos. Se consideram informados sobre os riscos. Se consideram parcialmente informados sobre os riscos.

Se consideram instruídos quanto ao comportamento diante de situações de risco. Se consideram instruídos quando ao comportamento diante de situações de risco. Se consideram instruídos quanto ao comportamento diante de situações de risco. Se consideram parcialmente instruídos quanto ao comportamento diante de situações de risco.

Fonte: Pesquisa (2010).

Com exceção da equipe do setor de segurança, os demais colaboradores se consideram parcialmente informados sobre os riscos aos quais estão expostos. Tal percepção se deve ao maior treinamento oferecido à equipe de segurança. Na verdade são treinados neste sentido.

Os demais são instruídos predominantemente para procedimentos de menor complexidade ou nível técnico-operacional, o que justifica a diferença de percepção em relação ao pessoal do setor de segurança.

Quadro 4: Ambiente de trabalho e QVT em razão dos riscos físicos assumidos.

Principais resultados obtidos

Atendimento Gerência Segurança Serviços Gerais

Prevalece o clima de insegurança física e estado de alerta. Prevalece o clima de estado de alerta. Prevalece o clima de estado de alerta. Prevalece o clima de insegurança.

Os que já foram vitimados em assaltos afirmam que posteriormente é aumentada a sensação de insegurança Os que já foram vitimados em assaltos afirmam que posteriormente aumenta-se o estado de alerta. Os que já foram vitimados em assaltos afirmam que posteriormente aumenta-se o estado de alerta. Os que já foram vitimados em assaltos afirmam que aumenta a sensação de medo.

Ocorrem pedidos de demissão. Ocorrem pedidos de demissão. Ocorrem pedidos de demissão. Ocorrem pedidos de demissão.

Não há qualidade de vida no trabalho A qualidade de vida no trabalho fica comprometida. Não altera-se a percepção de qualidade de vida no trabalho. Não há qualidade de vida no trabalho.

Fonte: Pesquisa (2010).

Levantou-se que menos da metade das empresas pesquisadas foram vitimadas em assaltos, e o resultado acima apresentado quanto ao ambiente de trabalho e a percepção de qualidade de vida no trabalho referem-se à estas empresas.

Sendo os colaboradores do setor de atendimento os que estão mais próximos de serem vitimados em ações criminosas, as afirmações quanto ao aumento da insegurança e do estado de alerta se relacionam com esta proximidade enquanto vítimas. Para os demais colaboradores o estado de alerta é aumentado. Quanto aos gerentes isso se deve ao não serem diretamente abordados num primeiro momento. Já para os do setor de segurança, a justificativa relaciona-se ao treinamento que recebem, de certa forma tem consciência da possibilidade de ocorrência do fato.

Os pedidos de demissão são comuns diante do medo e da insegurança quanto a uma nova ocorrência. O pessoal do setor de atendimento e do setor de serviços gerais chegam a dizer que não percebem qualidade de vida no trabalho frente a esses riscos, enquanto que o pessoal da gerência acredita que a QVT fica comprometida.

A diferença está pela proximidade como vítima num primeiro momento das ações criminosas, onde são rendidos o pessoal do setor de segurança e o do atendimento, e quando se chega na gerência o alarde que veio primeiro informa com potencial de susto menor o que está acontecendo. Essa concepção baseia-se em relatórios técnicos de segurança emitidos pelas polícias Civil e Militar e justifica aqui a diferença nas percepções entre os diversos setores.

5 CONSIDERAÇÕES FINAIS

Sem dúvida que as instituições bancárias e empresas de crédito convivem diariamente com a possibilidade de serem vítimas de assaltos. Diante disso, seus colaboradores convivem com a sensação de medo e insegurança quanto à integridade física e esses sentimentos interferem no comportamento pessoal e profissional da mesma forma que comprometem a percepção de qualidade de vida no trabalho.

Essas empresas usam de instrumentos de prevenção, como portas com detector de metais e a presença de segurança armado, embora esses recursos não garantam a segurança patrimonial e menos ainda a segurança física dos colaboradores.

O ponto de partida dessas ações preventivas é a mensuração dos riscos aos quais o patrimônio da empresa e seus colaboradores estão expostos. A partir disso desenvolvem-se ações preventivas e também de comportamento durante uma situação de crise. Foi levantado na pesquisa que os colaboradores consideram que as empresas não conseguem mensurar todos esses riscos e, por consequência, sentem-se parcialmente preparados para lidar com momento de crise instaurado pelo assalto.

Os fatores relacionados à qualidade de vida no trabalho, levantados nesta pesquisa, positivos, não são suficientes uma vez que a percepção dessa qualidade de vida é comprometida pela eminência do assalto, cujo estado emocional de medo, pânico e insegurança se sobrepõe.

Quanto ao comportamento no momento do assalto, os colaboradores consideram-se instruídos de forma adequada, o que não é mérito somente das ações da empresa e sim do marco cognitivo desses colaboradores, ou seja, experiências vivenciadas e conhecimentos adquiridos por outros meios, que exaustivamente buscam esclarecer às vítimas de assalto o comportamento a ser adotado para preservar a integridade física e a própria vida.

Segundo os resultados, nos primeiros dias posteriores ao assalto o aumento da sensação de insegurança e no estado de alerta prevalece, comportamento normal quando se enfrenta uma situação de risco de morte.

1/3 das empresas pesquisadas já foram assaltadas e um aspecto interessante a se considerar é que os pedidos de demissão e afastamento estão num índice relativamente baixo. Isso pode representar que o colaborador, mesmo exposto a riscos, precisa daquele emprego, ou consideram que os riscos se correm em qualquer outra atividade, senão no próprio convívio social.

Desta forma, observou que o comportamento dos colaboradores sofre alterações frente aos riscos aos quais estão expostos, embora essa alteração de comportamento não represente déficit no rendimento profissional, apenas aumenta a tensão, medo, preocupação e insegurança. Entretanto, a percepção de qualidade de vida no trabalho fica comprometida, uma vez que para haver qualidade de vida no trabalho, dentre os fatores importantes, está a segurança dos funcionários.

Por esta pesquisa, recomenda-se às empresas que busquem conhecer mais amplamente os riscos que os colaboradores e a instituição estão expostos como primeiro passo para o desenvolvimento de ações preventivas mais eficientes. Não sendo possível, como de fato não é, evitar que assaltos aconteçam, pelo menos devem buscar aumentar a sensação de segurança para os colaboradores.

Sugere-se, então, que novos pesquisados, interessados pelo assunto, desenvolvam pesquisas que tratem da qualidade de vida em instituições financeiras e de crédito diante dos riscos de assalto que estas empresas estão expostas. Nestes estudos deve ser dada maior atenção à promoção da qualidade de vida admitindo a impossibilidade de evitar totalmente que esses fatos aconteçam, ou seja, pensar em alternativas que “devolva” a qualidade de vida no trabalho a colaboradores, agora, mais assustados e temerosos.

6 BIBLIOGRAFIA

CHIAVENATO, Idalberto. Gestão de Pessoas: O novo paradigma dos recursos humanos nas organizações. Rio de Janeiro: Campus, 1999.

FRANÇA, Ana Cristina Limongi. Qualidade de vida no trabalho: conceitos, abordagens, inovações e desafios nas empresas brasileiras. Revista Brasileira de Medicina Psicossomática. Rio de Janeiro, vol. 1, n. 2, abr/mai/jun de 1997.

LAKATOS, Eva Maria & MARCONI, Marina de Andrade. Fundamentos de Metodologia Científica. São Paulo: Atlas, 2003.

LEVERING, Robert. Um excelente lugar para se trabalhar: O que torna alguns empregadores tão bons (e outros tão ruins). Rio de Janeiro: Qualitymark, 1986.

RODRIGUES, Marcus Vinícius. Qualidade de vida no trabalho: Evolução e análise no nível gerencial. Petrópolis: Vozes, 1999.

SILVA, Marco Aurélio Dias & DE MARCHI, Ricardo. Saúde e qualidade de vida no trabalho. São Paulo: Best Seller, 1997.

APÊNDICE

Caro(a) entrevistado(a).

A presente pesquisa servirá para instruir o Trabalho de Estágio Supervisionado exigido pelo curso de Administração da FTM, realizado nesta empresa pela graduada ALINE LUIZA MEDEIROS MARTINS.

O objetivo geral da pesquisa é conhecer o seu ponto de vista que permitirá definir a “A influência da segurança física do colaborador sobre o comportamento e a qualidade de vida no trabalho”, com a finalidade de levantar o comportamento dos funcionários de instituições financeiras e de crédito advindo do clima de insegurança e a sua influência na percepção de qualidade de vida no trabalho.

A sua disposição em participar deste trabalho é de fundamental importância e de antemão, quero registrar o mais sincero agradecimento por sua colaboração.

ALINE LUIZA MEDEIROS MARTINS

Bloco I – Caracterização do entrevistado.

O objetivo deste bloco é identificá-lo(a) enquanto funcionário de instituições financeiras e de crédito.

Instrução:

Marque apenas uma alternativa para as questões de números 1 e 2.

1. Idade.

( ) 18 a 30 anos ( ) 31 a 50 anos

( ) Mais de 50 anos

2. Cargo/função.

( ) Atendimento ( ) Gerência

( ) Segurança ( ) Serviços gerais

Bloco II – O objetivo deste bloco é conhecer o seu ponto de vista em relação a alguns aspectos relacionados à qualidade de vida no ambiente em que trabalha.

Instrução:

Marque apenas uma alternativa para as questões de números 3 a 6.

3. Em relação à sua jornada de trabalho, você se sente.

( ) Estou muito insatisfeito(a)

( ) Estou insatisfeito(a)

( ) Estou satisfeito(a)

( ) Estou muito satisfeito(a)

4. Em relação ao seu estado emocional, você se sente.

( ) Muito insatisfeito(a) pela carga mental e desgaste emocional

( ) Insatisfeito(a) pela carga mental e desgaste emocional

( ) Tranquilo(a)

5. Na relação cargo-função-salário você se sente.

( ) Muito insatisfeito(a)

( ) Insatisfeito(a)

( ) Satisfeito(a)

( ) Muito satisfeito(a)

6. Quanto à segurança física no ambiente de trabalho, você se sente.

( ) Muito inseguro(a)

( ) Inseguro(a)

( ) Seguro(a)

( ) Muito seguro(a)

Bloco III – O objetivo deste bloco é levantar fatores relacionados à segurança e integridade físicas no seu ambiente de trabalho.

Instrução:

Marque apenas uma alternativa para as questões de números 7 a 11.

7. A empresa dispõe de políticas voltadas à segurança no ambiente de trabalho?

( ) Sim

( ) Parcialmente

( ) Não

8. A empresa dispõe de programas de prevenção de riscos?

( ) Sim

( ) Parcialmente

( ) Não

9. Você considera que a empresa tem mensurados todos os riscos aos quais os colaboradores estão expostos?

( ) Sim

( ) Parcialmente

( ) Não

10. Você se considera adequadamente informado(a) sobre os riscos a que está exposto(a)?

( ) Sim

( ) Parcialmente

( ) Não

11. Você se considera adequadamente instruído(a) sobre o comportamento a ser adotado em situações de risco?

( ) Sim

( ) Parcialmente

( ) Não

Bloco IV – O objetivo deste bloco é levantar o seu ponto de vista sobre o comportamento, reação e consequência prevalecentes diante do clima de (in)segurança no trabalho.

Instruções:

I. Marque apenas uma alternativa para as questões de números 12 a 15.

II. Se a resposta à questão 13 for NÃO, desconsidere as questões 14 e 15.

12. Na sua percepção, que clima prevalece no ambiente de trabalho diante dos riscos aos quais os colaboradores estão sujeitos?

( ) Medo

( ) Insegurança

( ) Estado de alerta

( ) Tranquilidade

13. A empresa já foi assaltada?

( ) Sim

( ) Não

14. Qual foi o clima no ambiente de trabalho que prevaleceu nos dias posteriores ao assalto?

( ) Aumentou o medo

( ) Aumentou a insegurança

( ) Aumento o estado de alerta

( ) Inalterado

15. Em razão do assalto, houveram pedidos de demissão ou afastamento de colaboradores?

( ) Sim

( ) Não

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