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Primeiros passos no brasil Colônia

Tese: Primeiros passos no brasil Colônia. Pesquise 860.000+ trabalhos acadêmicos

Por:   •  1/10/2014  •  Tese  •  1.311 Palavras (6 Páginas)  •  186 Visualizações

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Os primeiros passos, no Brasil Colônia

Já na carta de Pero Vaz de Caminha ao rei D. Manuel pode-se notar um forte interesse e uma certa obsessão pelo ferro, a prata e o ouro. Falava-se muito nos metais e era grande a expectativa de que os nativos pudessem revelar a localização geográfica de alguma fonte de riquezas. A nova terra descoberta por Portugal era, sem dúvida, uma grande promessa e, como acontecia na época, o propósito inicial não era ocupá-la, mas, sim, extrair tudo o que fosse rentável e comercializar o que interessasse com os nativos aqui encontrados. Embora na nova terra muito pudesse ser plantado, o que realmente interessava era saber o que havia para extrair e transformar. São reveladores esses trechos da carta: "... Todavia um deles fitou o colar do Capitão, e começou a fazer acenos com a mão em direção à terra, e depois para o colar, como se quisesse dizer-nos que havia ouro na terra. E também olhou para um castiçal de prata e assim mesmo acenava para a terra e novamente para o castiçal, como se lá também houvesse prata!..

[...] Em seguida o capitão foi subindo ao longo do rio, que corre rente à praia. E ali esperou por um velho que trazia na mão uma pá de almadia. Falou, enquanto o Capitão estava com ele, na presença de todos nós; mas ninguém o entendia, nem ele a nós, por mais coisas que a gente lhe perguntava com respeito a ouro, porque desejávamos saber se o havia na terra... [...] Muitos deles vinham ali estar com os carpinteiros. E creio que o faziam mais para verem a ferramenta de ferro com que a faziam do que para verem a cruz, porque eles não têm coisa que de ferro seja, e cortam sua madeira e paus com pedras feitas como cunhas, metidas em um pau entre duas talas, mui bem atadas...[...] Até agora não pudemos saber se há ouro ou prata nela, ou outra coisa de metal, ou ferro; nem lha vimos. Contudo a terra em si é de muito bons ares frescos e temperados como os de Entre-Douro-e-Minho, porque neste tempo d'agora assim os achávamos como os de lá. Águas são muitas; infinitas. Em tal maneira é graciosa que, querendo-a aproveitar, dar-se-á nela tudo; por causa das águas que tem!... (Trechos extraídos da carta de Pero Vaz de Caminha a El Rei D. Manuel - 01 de Maio de 1500)

A expedição de Martim Afonso de Souza, em janeiro de 1532, desembarcou na barra do Tumiaru, nas praias de São Vicente, iniciando a ocupação do solo descoberto. Entre os tripulantes vinha Bartolomeu Gonçalves, ferreiro contratado por um prazo de dois anos pela Corte, também conhecido como Mestre Bartolomeu Fernandes e respondendo ainda pela alcunha de Bartolomeu Carrasco (apelido empregado na época para designar um ferreiro). Sua presença nessa expedição tinha o propósito de atender as necessidades de obras utilizando ferro na armada e no auxílio aos seus integrantes, nesse primeiro momento de ocupação do solo brasileiro. Esse trabalho era feito empregando o ferro originário da Europa, pois ainda não se tinha notícia da existência desse ou de qualquer outro metal nas terras descobertas. Ou, melhor, até então os colonizadores ainda não haviam iniciado a exploração do solo brasileiro, a não ser para a lavoura e a agricultura. A manutenção de objetos trazidos na frota, a forja de instrumentos para utilização na lavoura e a confecção de novas armas ou utensílios de ferro eram prioridades nesse momento.

Aos poucos, outros artesãos, especialistas em mineralogia e fundição foram se instalando na nova colônia com a mesma finalidade. A tradição determinava que o ofício de ferreiro deveria ser passado pelo patriarca aos seus descendentes, e assim se deu com o mestre Bartolomeu. Seus filhos e netos passaram a produzir artefatos de ferro de importância relativamente pequena, para que fossem comercializados ao longo dos rios Anhembi, Tamanduateí e Jurubatuba. À margem esquerda do rio Jurubatuba, acabaram por instalar uma forja que ficou conhecida por Anhembi. Próximo a esse local, em breve, o padre José de Anchieta fundaria a Aldeia de Santo Amaro, futura cidade de São Paulo.

Onde hoje se encontra o Pátio do Colégio, no centro da cidade, o noviço jesuíta Mateus Nogueira montou, ainda no século XVI, sua tenda de ferreiro para a forja de materiais de pequeno porte, tais como foices, facões, machados (na época utilizados mais como ferramentas do que como armas) além de cravos, anzóis e outros utensílios domésticos.

Mas quem primeiro teria trabalhado no processamento da redução de minério de ferro teria sido Afonso Sardinha. Ele descobriu, em 1589, minério magnético (magnetita) no morro de Araçoiaba, na atual região de Sorocaba, no interior de São Paulo. Esse, sim, teria sido o primeiro estabelecimento montanístico da colônia. Para explorar esse metal, aproximadamente um ano depois, Afonso Sardinha instalou nas proximidades do morro uma forja e dois fornos rústicos para

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