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Por:   •  18/2/2015  •  1.876 Palavras (8 Páginas)  •  210 Visualizações

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Livros e artigos

M. N. Beaudoin e M. Taylor: Bullying e desrespeito: como acabar com essa cultura na escola

O que é bullying e desrespeito? (significado do termo e características)

Os comportamentos agressivos, anti-sociais e a falta de respeito que ocorrem no interior da escola são considerados como violência; uma dessas formas de violência que atualmente tem merecido destaque tem sido bullying ou intimidação entre pares. A palavra bullying é derivada do verbo inglês bully, que significa usar a superioridade física para intimidar alguém. Também adota aspecto de adjetivo, referindo-se a “valentão”. Essa terminologia bullying tem sido adotada para explicar todo tipo de comportamento agressivo, cruel, intencional e repetitivo que envolve as relações interpessoais.

O fenômeno bullying se caracteriza como sendo um comportamento agressivo e/ou danoso que acontece de forma repetitiva num período prolongado de tempo contra uma mesma vítima e não tem motivos evidentes, porém a rejeição às diferenças é de grande importância na ocorrência desse fenômeno.

Segundo Pinheiro esse comportamento violento se divide em dois grupos: o primeiro grupo se refere as ações diretas físicas (chutar, empurrar, bater, tomar pertences) e verbais (apelidos e insultos); e o segundo, as ações indiretas/emocionais através de boatos. A ação verbal é a mais comum. O papel desempenhado na situação bullying pode ser alterado pelas características dos envolvidos, a pessoa não é necessariamente a vítima ou a agressora.

Conforme colocam Beaudoin & Taylor: ...os alunos vitimados tornam-se agressores, agressores passam a ser vitimados, e o desrespeito move-se furtivamente das relações entre alunos para as relações entre alunos e professores, e então para as interações entre professores e alunos.

Entre os autores de intimidação, que utilizam a força física, encontram-se os garotos. Um dos principais motivos é a influência da mídia que representa a masculinidade dos heróis através da força física. Já as meninas preferem formas mais sutis e indiretas para magoar e intimidar.

Um dos motivos do bullying e o desrespeito acontecerem com tanta freqüência se deve ao fato dos profissionais da educação, responsáveis pelas crianças, estarem ausentes dessa relação e, também, porque essas atitudes agressivas podem ocorrer de forma velada e em ambientes que estes não estão muito presentes (recreio, entrada e saída da escola).

Não se pode considerar ato de bullying algumas situações desrespeitosas, como apelidos sem fundo pejorativo, xingamentos ou brigas momentâneas (por não emprestar algo, por ter derrubado sem querer o material, etc). Esse comportamento se refere à falta de respeito, pois as crianças em determinada idade são bastante impulsivas, agem sem pensar nas conseqüências, xingam por estarem com raiva. Presencia-se nas escolas casos em que alunos brigam, de se xingar e bater, porém alguns minutos depois, voltam a conversar como se nada tivesse ocorrido, ou seja, toda aquela agressividade foi pelo problema do momento, mas não é uma rivalidade entre os alunos. Diariamente ocorrem brigas entre eles, porém nem sempre podem ser consideradas atos de bullying, mas mesmo assim, devem ter a intervenção do educador. Essa situação é diferente, pois o bullying acontece quando um ou mais alunos por nenhum motivo explícito implica(m) com outro(s) e tenta(m) por diversas formas (xingar de maneira que humilha, bater para machucar...) atormentar. Sendo assim, o ato de xingar e/ou bater tem uma intenção, ou seja, a intenção de irritar/ machucar o outro. Esse comportamento agressivo se repete diariamente sem ter um motivo que justifique o porquê começou e, com isso, nada garante quando irá terminar.

Quem são os protagonistas do bullying? (vítimas- alvos; agressores- autores; testemunhas – expectadores)

A escola é um espaço da diferença, da diversidade, e é, exatamente por isso, um espaço de conflitos. A comunidade escolar, assim como nossa sociedade, tem a presença de pessoas com suas singularidades: diferentes tamanhos, etnias, visões de mundo, histórias de vida, modos de ser, sentir, agir e sonhar. A riqueza cultural do nosso país, na maioria das vezes, não é levada em consideração no cotidiano da escola.

A escola, dependendo do contexto em que está inserida, pode propiciar um ambiente saudável e agradável para a aquisição de conhecimentos ou pode promover um ambiente com fatores de risco, gerando o fracasso escolar e a exclusão dos alunos tidos como “problemáticos”.

Segundo Pearce & Thompson a intimidação entre pares é mais freqüente em escolas com alta rotatividade de professores, padrões de comportamento não estabelecidos, métodos de disciplina inconsistentes, pouca organização, supervisão inadequada e falta de consciência das crianças como indivíduos. Se os indivíduos aceitam esse comportamento como normal ou o ignoram, isso faz com que se perpetue a violência na escola, acarretando um clima de tensão, maus relacionamentos, posturas agressivas e intolerantes em relação a toda comunidade escolar.

Os protagonistas (vítimas, agressores e testemunhas) deste tipo de atitude, pelo fato da escola não tratar desse assunto, não sabem o que podem fazer para modificar este quadro de violência. O tempo e a regularidade das agressões contribuem fortemente para o agravamento dos efeitos, o que faz com que a vítima aumente o conceito negativo de si mesmo.

As vítimas ou alvos, expostos às ações negativas que causam danos, ferem e incomodam, são os indivíduos considerados mais fracos, pouco sociáveis, que têm temperamentos mais quietos, tímidos, passivos, transformados em objeto de diversão por meio de “brincadeiras” que machucam (física e/ou emocionalmente), que podem causar desde simples problemas de aprendizagem até sérios transtornos de comportamento, interferindo em seu desenvolvimento social, acadêmico e emocional. O medo, a ansiedade, a depressão, a insegurança e a baixa auto-estima são alguns dos problemas emocionais que têm por conseqüência fazer com que as vítimas abandonem a escola e evitem as interações sociais.

Os alunos que são alvos de intimidação desconhecem que estão sendo vítimas de abuso e, por isso, não procuram ajuda e não sabem como se defender. Segundo Pinheiro, há dois tipos de vítima: a vítima passiva que não reage, nem procura ajuda, finge não ligar, porém sofre em silêncio e é o tipo mais comum, e a vítima-agressora, que reage com agressões verbais e/ou físicas quando são insultadas, o que piora a situação, pois o(s) agressor(es) aumenta(m) as provocações

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