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Questões Socias

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Por:   •  5/10/2013  •  2.008 Palavras (9 Páginas)  •  186 Visualizações

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Expressões da questão social no Recife

Adesigualdade social, a pobreza e o desemprego como substrato da questão social, precisam ser qualificados equantificados para possibilitar a construção de estratégias políticas públicas que contribuam à superação daqueles obstáculos estruturais. Masdevem ser qualificadas e quantificadas levando em conta a realidade social seja ela local, regional e, ou nacional.

OBrasil, segundo Pochmann (2003), detém a terceira pior desigualdade de renda dentre 162 países do mundo. É, inclusive, pior do que a África do Sul do apartheid. Dez por cento dos ricos ganham50 vezes mais do que os 10% mais pobres, que se apropriam de apenas 1% da riqueza socialmente produzida e acumulada; somente 20% da população apresentam renda per capita acima de R$ 540,00 reais e 25% dos brasileiros vivem em condições precárias, sem renda, emprego, acesso à educação, à saúde, acumulando desigualdades não só de renda, mas política, social, cultural, moral e simbólica.

No Nordeste, em 1988, 58,8% da população vivia na pobreza absoluta. Dos 5,5 mil municípios brasileiros, 42% apresentam alto índice de exclusãosocial e desses, 86% estão no Norte e Nordeste do país. Apenas duzentas cidades desfrutam de um padrão de vida consideradoadequado. Oíndice de desenvolvimento humano (IDH) médio do Brasil, que é determinado por indicadores de renda, educação e saúde, é 0,739, o que coloca o país na 79ª posição dentre os mesmos 162 países acima referidos. Em contrapartida, somos depois de 2000 a nona economia mundial.Recife,antiga e importante cidade do nordeste brasileiro,vêm sendo, ao longo do tempo, espaço privilegiado das expressões da questão social. Apesarde apresentar um cenário social eeconômico que a coloca nos primeiros lugares negativos em termos de desigualdade, pobreza, desemprego, violência, dentre outras. Fatoresconjunturais, mas, sobretudo estruturais, são apontados como responsáveis pela concentração de riquezas, salários baixos e juros altos. A solução do problema para alguns se resolveria viaestabilidade e crescimento da economia e melhoria da estrutura educacional, que são mecanismos de mercado. De fato,existe correlação entre desigualdade de renda e nível educacional, inclusive provocando lutas sociais, mas o que temos de fato é um sistema tributário desfavorável à redistribuição de renda e uma agenda pública que não prioriza o social nos gastospúblicos e nem nas políticas públicas. É urgente e indispensável realizara redistribuição de renda no país, ampliando os gastos sociais com a população privada do acesso e dos bens e serviços deque precisa para participar de uma humanidade igualitária e/ou emancipada.

Mas,vivemos tempos de perplexidades no qual impera a lógica da exclusão e desenvolve-se a cultura da insensibilidade (proximidade física e distanciamento social): a precarização do trabalho, o desemprego estrutural, a guetização das cidades, as atividades mafiosas, as violências contra crianças, adolescentes, pais, mulheres, idosos, a miserabilidade no espaço público, o esvaziamento simbólico de pressupostos éticos como igualdade, liberdade e justiça social. Expressõesda questão social se manifestam em todos os espaços e tempos sociais e institucionais, conformando uma humanidade de privações e sem direitos – à vida, teto, terra, emprego estável protegido, escolarização, proteção social, alma, identidade – deixando visível e em situação desconfortável os sujeitos estratégicos para o enfrentamento dessas questões - o Estado, o mercado e a sociedade civil organizada. As respostas dadas pelo Estado às manifestaçõesda questão social são limitadas e não conseguem ultrapassar o viés da emergência, da assistência, do clientelismo, do imediato e do conservadorismo, apesar do avanço legislativo e dos discursos pró- inclusão, pró-redução da pobreza, pró-social. Aspropostas de redução das funções do Estado ao mínimo, em termos de política social, as experiências de descentralização em execução no país, e a transferência de atividades não exclusivas à sociedade civil organizada vêm, em contrário senso, favorecendo a poucos. Ressalte-se que a reforma da previdência, enquanto solução para problemáticas do mundo do trabalho, da gestão do orçamento público e de eliminação de privilégios tem, igualmente fragilizado a situação dos trabalhadoresempregados, e reforçado o contingente de desprotegidos e vulneráveis. Evidentemente,existem propostas de enfrentamento da questão social nos âmbitos estadual e municipal, sinalizando para a universalização de direitos, mas são ainda pontuais e insuficientes para provocar impactos nos indicadores de pobreza e desigualdade social.

Quantoao mercado, políticas sociais privadas e/ou empresariais vêm respondendo às demandas emergentes via projetos sociais e da filantropia empresarial. Nolugar de fazer a caridade com donativos como forma de isenção ou redução deimpostos, hoje, as doações são estruturadas e concebidas na lógica do investimento social ou da mercantilização da caridade e do imposto. A própria empresa desenvolve programas de ação social naárea da educação, promoção social, cultura, saúde, meio ambiente, agricultura, ciência e tecnologia, esportes, criança e adolescente. Oatual modelo de gestão das empresas – Responsabilidade social e planejamento estratégico – requer nível de informação e avaliação que permita julgar e melhorar aspectos sociais relacionados ao macro e micro ambientes de seus trabalhadores e familiares, no entorno da fábrica.

Aempresa do século XXI, ainda que com menores contingentes de trabalho vivo, não responde mais ao capital e trabalho defendendo a qualidade, o serviço, o preço, o padrão mundial e o marketing inteligente como diferenciais na competição. Aessas vantagens agrega políticas dirigidas às corporações e seus executivos para atrair o consumidor

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