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RELAÇÃO DO TRABALHO/SOCIEDADE NA CONTEMPORANEIDADE

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Por:   •  1/6/2014  •  1.097 Palavras (5 Páginas)  •  741 Visualizações

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LESSA, Sérgio. Centralidade do trabalho: Qual centralidade? Qual trabalho?. In: LESSA, Sérgio. Mundo dos Homens: Trabalho e ser social. São Paulo: BOITEMPO, 2002. Cap. 1, p. 27-47.

Sérgio Lessa é doutor em Ciências Sociais pela UNICAMP, professor do departamento de Filosofia da Universidade de Alagoas, membro do conselho editorial da revista Crítica Marxista e autor de A ontologia de Lukács e Sociabilidade e individuação, ambos pela EDUFAL.

Propõe uma discussão acerca de dois pontos essenciais na compreensão das teses de Lukács: a relação entre trabalho e trabalho absoluto e as relações entre a centralidade ontológica do trabalho, a centralidade cotidiana do emprego e a centralidade política da classe trabalhadora.

O texto inicialmente estabelece uma definição para o trabalho e uma distinção entre o trabalho e o trabalho abstrato. Através de sua investigação ontologia Lukács conceitua o trabalho como “a atividade humana que transforma a natureza nos bens necessários à reprodução social”. Por isso o trabalho configura-se como categoria fundante do mundo dos homens. A partir do trabalho o homem cria sua existência social. Porém, a vida social é composta não só pelo trabalho, mas também por um conjunto de atividades que atendem as necessidades das relações dos homens entre si. Estas atividades sempre estarão ligadas ao trabalho.

Lessa afirma que há na sociabilidade contemporânea uma substituição do trabalho pelo trabalho abstrato e que esta substituição coloca de forma equivocada o trabalho e o trabalho abstrato como sinônimos. Segundo Marx e Engels trabalho abstrato “é uma atividade social mensurada pelo tempo de trabalho socialmente necessário e produtor de mais-valia” e trabalho “é uma atividade de transformação do real pela qual o homem constrói, concomitantemente, a si próprio como individuo e a totalidade social da qual é partícipe”. Apesar de a palavra trabalho compor as duas categorias existe uma enorme distância entre elas. A redução de empregos para o controle de trabalhadores na atividade produtiva e diminuição da distância entre o processo produtivo e as atividades de planejamento também tem contribuído para a confusão entre trabalho e trabalho abstrato.

Embora haja uma distinção entre as funções sociais o trabalho e o trabalho abstrato podem não apresentar formas diferentes. As duas categorias apresentam funções sociais bem distintas: o trabalho abstrato é apenas uma necessidade para a reprodução do Capital. Enquanto que o trabalho é uma necessidade de intercâmbio com a natureza. Este é tão essencial a sociabilidade mesmo que esta tenha superado o Capital. Limitar o trabalho ao trabalho abstrato é segundo Lessa um equivoco que pode conduzir a uma recaída a uma concepção idealista ou terminar em uma concepção irracionalista. Em ambos os casos a possibilidade radical, revolucionária do mundo que vivemos será sepultada. Para Lessa as argumentações de que a distinção entre o trabalho e o trabalho abstrato constrói uma categoria metafísica que impossibilita a critica revolucionaria da sociedade burguesa, são equivocadas.

O reconhecimento do caráter fundante do trabalho não elimina a viabilidade da critica radical de suas formas historicamente concretas, pois se encontra na base da proposta de Marx da superação do trabalho abstrato por uma sociedade formada por “produtores livremente associados”.

A segunda parte do texto trata-se da centralidade do trabalho, onde o autor identifica a que centralidade o texto se refere. Nas analises de Lukács e Marx sobre as sociedades que antecederam o capitalismo é possível evidenciar que embora o trabalho continue sendo a categoria fundante, disso não decorre a centralidade política dos trabalhadores. Isto ocorre porque entre o trabalho e a esfera da política e da luta de classes se contrapõe a totalidade social, o conjunto de relações sociais.

Lukács ao citar Marx argumenta que um dos trabalhados essenciais do ser social é a tendência a diminuir o tempo de trabalho necessário a reprodução social. Com o desenvolvimento das forças de produção uma proporção gradativamente menor será ocupada pelas atividades envolvidas com o “intercâmbio orgânico com a natureza”. Para Lukács e Marx esta tendência a diminuição da força de trabalho não só se opõe a centralidade ontológica

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