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Relativizando- DaMatta

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Por:   •  17/11/2014  •  573 Palavras (3 Páginas)  •  239 Visualizações

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A primeira parte do livro Relativizando, de Roberto DaMatta trata – entre outros temas - da diferença entre social e cultural, sendo ambos, inseparáveis. A cultura é uma tradição, que é transmitida de geração em geração, o que torna uma sociedade única, diferente da outra. Pode existir cultura sem sociedade, por meio de cristalizações, objetos deixados por ela. Porém não se pode conceber uma sociedade sem cultura, necessária para individualizá-la. O social e cultural estão relacionados, mas nenhum reproduz totalmente o outro. Afirmação que é reforçada na frase que o autor faz no texto em estudo: “Daí o seguinte postulado básico: dado o fato de que a cultura pode ser retificada no tempo e no espaço (através de sua projeção e materialização em objetos) ela pode sobreviver à sociedade que a atualiza num conjunto de práticas concretas e visíveis. Assim, pode haver cultura sem sociedade, embora não possa existir uma sociedade sem cultura”.

A cultura é algo como um organismo simbiótico à sociedade humana, que sobrevive apenas nela criando seus produtos culturais vindos de seu discurso próprio. O antropólogo social começa suas pesquisas observando os sistemas sociais, entendendo-os e assim chegando aos valores. Uma sociedade extinta não mais cria produtos culturais. Podemos ter os arquivos de suas realizações culturais, porém, seus costumes não são perpetuados por esse fato. Sabemos que os egípcios utilizavam-se da mumificação ritual com objetivo de garantir a passagem do morto para a outra vida. Porém, isso não significa de forma alguma que este costume está perpetuado. Pelo fato de podermos ler os caracteres hieroglíficos, e, a grande arquitetura monumental ter sobrevivido, não assegura a manutenção dos ritos, estudos, formas de arte e modo de utilizar técnicas construtivas e culturais do povo egípcio e de seu faraó. Apenas como objeto de estudo de outra sociedade humana dentro de outro discurso cultural a informação da existência da antiga civilização egípcia antiga continua existindo. Assim sendo, não podemos dizer que a cultura egípcia sobreviveu, mas apenas seus produtos culturais são conhecidos e estudados por nossa cultura, numa tentativa de reconstrução da história de sua civilização.

Horace Miner em seu texto Ritos Corporais entre os Nacirema (American ao contrário), analisa de forma satírica o comportamento de uma sociedade norte americana , sem localizar precisamente (num modo contemporâneo) o espaço-tempo atual onde residem. Apesar do povo dedicar muito do seu tempo às atividades econômicas, uma grande parte dos frutos deste trabalho e uma considerável parte do dia são dispensados em atividades rituais, geralmente . O foco destas atividades é o corpo humano, cuja aparência e saúde surgem como o interesse dominante no ethos deste povo. Ele questiona o fato de existir apenas uma visão incontestável e referencial único, que no século XXI é o conhecimento ocidental-europeu.

A análise produzida que é externa à cultura retratada, evidencia a falta de imersão no comportamento desta sociedade. Incluindo a pretensão de superioridade perante a cultura estudada. Assim, subestimando o conhecimento tradicional adquirido durante sua existência até então, distorcendo sua própria análise, chegando a conclusão que a sociedade americana é movida por rituais mágicos. Da mesma forma, os estudos sobre a documentação

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