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Por:   •  10/6/2014  •  4.693 Palavras (19 Páginas)  •  150 Visualizações

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"MOCIDADE APRESENTA CLUBE LITERÁRIO MACHADO DE ASSIS E GUIMARÃES ROSA... ESTRELAS EM POESIA!"

A Academia Brasileira de Letras é, antes de tudo, a casa da memória. Apesar do prestígio que alcançou - fato único para uma instituição cultural - na sociedade brasileira, apesar da maciça programação de conferências, cursos, publicações, concertos, artes cênicas, que oferece ao público em todas as áreas do conhecimento e da sensibilidade, a sua maior missão e característica é a preservação da memória intelectual brasileira, sem a qual ela não seria a dispensadora daquela "glória que fica, eleva, honra e consola" de que falava Machado de Assis, em texto célebre.

O presente ano, tão rico em efemérides, tem para esta casa a importância única de ser o do centenário da morte do seu patrono e um de seus fundadores, Joaquim Maria Machado de Assis. A Academia Brasileira de Letras é a Casa Richelieu e, sob este aspecto, ela nasceu sob um signo mais exclusivamente literário do que aquela na qual se espelhou.

Em pouco mais de um ano, de junho de 1908 a agosto de 1909, ocorreram três datas máximas na história da prosa no Brasil, um de júbilo e as outras lutuosoas, que são respectivamente o nascimento de João Guimarães Rosa, o falecimento de Machado de Assis e a morte trágica e precoce de Euclides da Cunha. Entre as duas outras se situa a despedida do grande mestre do Cosme Velho, deixando-nos uma obra vasta e magistral, marca de uma existência plenamente cumprida, para além de todas as dificuldades, uma existência que significa a vitória do gênio e do esforço humanos, grande exemplo moral que nos legou, juntamente com a obra, o maior escritos brasileiro de seu século.

Cícero Sandroni

Presidente da Academia Brasileira de Letras

Prelúdio (1º ato): "O nascimento da estrela mística literária"

Os inconfundíveis versos dessa estrela que brilha de uma fusão incandescente viajam em um tempo luzente, riscam o céu com a mesma intensidade de uma estrela cadente e iluminam a nossa querida Mocidade Independente.

Renascem num sonho acordado e promovem a fusão de três corpos iluminados, que surgem no universo de uma explosão resistindo ao calor da fricção. E numa velocidade estonteante cruzam, para além do cosmo, a caminho do planeta Terra.

Com a força do tempo os corpos iluminados vindos do firmamento, a Estrela da Mocidade Independente de Padre Miguel, Joaquim Maria Machado de Assis e João Guimarães Rosa, chegam, sob encantamento, ao encontro mágico e universal chamado carnaval.

Fundem-se numa só estrela, num único foco de luz que irradia alegria, como se o astro-rei, o sol, fosse a sua única fonte de energia; orquestram-se numa ópera popular, desfolhando-se em literatura, poesia, história e fantasia, que em forma de samba tudo se traduz. A estrela de luz da Mocidade nos conduz ao Clube Literário - Machado de Assis e Guimarães Rosa... Estrelas em poesia!

Abram-se as cortinas... Aplausos!

Numa celebração, sem igual, a Mocidade Independente de Padre Miguel narra esta ópera inspirada em Joaquim Maria Machado de Assis e João Guimarães Rosa e apresenta em seu enredo na seqüência de sete ATOS:

2º ato - "Machado de Assis - Sua vida em verso e prosa"

Machado de Assis é personificado em verso e prosa. Encanta-nos fazendo da literatura sua batuta. À frente de seu tempo tudo via, tudo lia, tudo sentia, e com autodidatismo a vida lhe presentearia... Lendo, o encanto toma conta dos olhos, como em "Memórias Póstumas" de seu personagem, Machado ressurge das páginas da história de sua própria vida e nasce em 21 de junho de 1839: pobre, no Morro do Livramento, filho de uma lavadeira portuguesa (Dona Maria Leopoldina Machado de Assis) e um pintor de paredes mulato (Francisco José de Assis). O destino do menino Joaquim Maria não prometia muito.

Todo período que medeia à morte de sua mãe, quando de seus anos de idade, e a sua estréia literária, aos quinze, é extremamente obscuro. Diz-se que foi caixeiro por poucos dias, não se adaptando ao comércio, que foi sacristão da Igreja da Lampadosa, que com uma doceira francesa aprendeu esse idioma, fatos todos que podem ser perfeitamente verídicos, mas que infelizmente não deixaram traço documental. O importante é que nesses anos obscuros, e que, ao que tudo indica, assim permanecerão, os olhos de menino do morro do Livramento começaram agudamente esmiuçar o universo, a vida, os homens e suas misérias.

Mas a determinação e a paixão pelo conhecimento, de quem não tivera sequer acesso à escola regular, fez dele um dia MACHADO DE ASSIS - o maior escritor do país. A genialidade do jovem Joaquim Maria Machado de Assis desponta com o avançar do tempo. Supera com absoluta discrição, todos os obstáculos físicos e sociais (epilético, gago e mestiço). A estréia literária de Machado de Assis se deu aos quinze anos de idade. Em 3 de outubro de 1854, escreveu seu primeiro poema, o soneto "À Ilma. Sra. D.P.J.A" obra ainda canhestra saída da Marmota Fluminense. A este se seguiu, com a data de 6 de janeiro de 1855, um outro intitulado "A Palmeira".

Contudo, possivelmente com profundo orgulho renovado, via o adolescente em seu outro trabalho publicado, com o seu último sobrenome em letra de forma, o poema "Ela", saído na mesma Marmota Fluminense de Francisco de Paula Brito, e que assim principiava:

"Se olhos que brilham tanto

Que prendem tão doce encanto,

Que prendem um casto amor

Onde com rara beleza,

Se esmerou a natureza com meiguice e com primor".

Memória do Largo do Rossio...

O centro da vida literária carioca durante a juventude de Machado de Assis ficava no Largo do Rossio, ou Praça da Aclamação, a atual Praça Tiradentes. Na década de 60 do século XIX, era na praça, na loja de Paula Brito - editor, livreiro, poeta e jornalista, proprietário da Tipografia Dois de Dezembro, o ponto de reunião preferido dos homens de letras e dos aspirantes a tanto.

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