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Situação dos jornalistas na Rússia

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Por:   •  26/11/2014  •  Artigo  •  954 Palavras (4 Páginas)  •  119 Visualizações

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Embora o percentual de assassinatos de jornalistas russos seja maior que o de jornalistas ocidentais, um passaporte ocidental nada garante.

O fato de a televisão russa estar nas mãos da KGB e dos jornalistas estarem sendo rotineiramente assassinados (e seus assassinos continuando soltos) é apenas a ponta de um iceberg muito maior de uma Guerra Fria.

Na segunda-feira (7/11/2011) eu conversei com Luke Harding, chefe do escritório em Moscou do jornal britânico The Guardian que foi expulso da Rússia em 5 de fevereiro de 2011. “Para você a Rússia está fechada” foi o que ele ouviu quando retornava para Moscou após uma curta viagem à Grã-Bretanha. O passaporte russo dele foi anulado e ele foi enxotado do país, mesmo sob protesto de seus colegas de profissão e AMIGOS e mesmo ele tendo uma casa em Moscou (que por sinal fora invadida anteriormente pela polícia secreta russa a fim de intimidar Harding e sua família). O Kremlin possui meios especiais de passar recados para os jornalistas que não cooperam: invadem a casa deles, mudam os objetos de lugar, abrem as janelas do décimo andar dos quartos das crianças e, se tudo isso falhar, eles expulsam o crítico indesejado do país.

Os efeitos colaterais desse tipo de ação não podem ser ignorados. Mas, segundo Harding, aqueles que dominam a Rússia – os siloviki – não estão muito interessados em ter boas relações com a Grã-Bretanha ou ESTADOS UNIDOS. Eles não dão a mínima para a nossa boa opinião. Eles estão mais preocupados em controlar a dissidência; e punir um jornalista britânico negando a ele acesso à Rússia serve de aviso para todos os jornalistas estrangeiros em Moscou. Não critique o Estado russo. Não critique a FSB ou o Presidente Putin. “Penso ser importante manter a honestidade ao falar sobre o regime de Putin”, explica Harding. O governo russo discorda violentamente.

Harding é bravo e, talvez, sortudo. Ele poderia ser raptado e morto, COMO sua colega Natalya Estemirova (amiga de Anna Politovskaya, uma crítica de Putin que foi morta a tiros em 7 de novembro de 2006, o dia do aniversário de 54 anos de Putin). Embora o percentual de assassinatos de jornalistas russos seja maior que o de jornalistas ocidentais, um passaporte ocidental nada garante. Paul Klebnikov da revista Forbes morreu após levar quatro tiros em 9 de julho de 2004 em uma rua de Moscou. O editor da Forbes russa, ao expressar sua opinião, disse que o assassinato de Klebnikov estava ligado às “atividades profissionais” do jornalista no país.

Luke Harding escreveu um livro sobre suas experiências na Rússia intitulado Mafia State: How one reporter became an enemy of the brutal new Russia. É o relato de um homem decente que entrou em uma zona política indecente. Harding tentou deixar claro na entrevista a necessidade da distinção entre o caloroso e de bom coração povo russo e os gângsteres no comando do país. “A Rússia não é a nossa inimiga”, disse. Os chefes do Kremlin e seus serviços de segurança são o problema. Descrevendo a mentalidade de Putin COMO “empacado na Guerra Fria”, Harding disse que o Estado russo é uma competição caótica de interesses com atitudes soviéticas predominando nos altos níveis. “Eles não gostam dos Estados Unidos”, enfatizou.

Há alguma esperança de mudança positiva? Harding acha que não há perspectiva imediata de uma revolução laranja ou coisa do tipo na Rússia. “Talvez em quatro anos, ou dez”, explicou. Parece haver pouca dúvida de que Putin será eleito presidente no próximo ano [NT: Este artigo foi escrito em 2011]. Perguntei a Harding acerca

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