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Resumo O livro da jornalista Miriam Leitão A conquista da estabilidade pelo Brasil

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Por:   •  12/10/2013  •  Resenha  •  2.618 Palavras (11 Páginas)  •  444 Visualizações

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Aluno: Éder Ferreira Torquato

Curso: 2º Período de ciências contábeis

Professor: Roney de Jesus

RESUMO DO LIVRO SAGA BRASILEIRA: A LONGA LUTA DE UM POVO POR SUA MOEDA

A conquista da estabilidade pelo Brasil

O livro da jornalista Miriam Leitão nos fala sobre essa doença que o Brasil sofreu durante décadas sem que uma solução fosse encontrada. Miriam escreve mais sobre o plano cruzado, o plano Collor e o real. O governo Sarney havia herdado do governo militar contas públicas confusas, inflação alta, gastos excessivos, poucas reservas e estatizado no mesmo nível que países comunistas.

De qualquer forma, Miriam conta uma história de vitórias. Saímos do overnight pra poupança, saímos dos quatro dígitos de inflação para uma dezena e uns quebrados. Saímos às compras parceladas sem juros, enfim.

“Dentro dos gabinetes dos governos e das salas das famílias, uma grande história foi vivida. Milhões de pessoas participaram da construção coletiva que não teve figurantes. Foram, todos, peças centrais de uma grande saga”, escreve Miriam.

O Brasil herdou uma pesada e perigosa herança do governo militar, como, por exemplo, a conta movimento entre o Banco do Brasil e o Banco Central. Como nos diz Miriam Leitão, um verdadeiro absurdo.

Durante o governo Sarney havia o choque de dois grupos de economistas: os da Unicamp, que defendiam investimentos públicos com alguma inflação, e os da Puc-Rio, que julgavam que o corte de gastos e a inflação controlada eram os melhores caminhos. No governo Sarney, os economistas da Unicamp ganharam.

Para aqueles que viveram (como eu) aqueles dias de inflação alta e falta de produtos nas prateleiras e vendo os fiscais do Sarney, isso pode hoje até parecer engraçado e gerar certa nostalgia pela nossa infância. Para os que não viveram, histórias como a operação de caça ao boi no pasto será lida como algo ridículo, mas foi tudo, infelizmente, verdade.

Do descontrole inflacionário – 13,3 trilhões por cento foi a inflação acumulada nos 15 anos que antecederam o Plano Real – ao equilíbrio dos dias de hoje, algumas gerações de brasileiros sofreram enormes perdas, conheceram sucessivos planos econômicos, enfrentaram desabastecimento, aprenderam a fazer as contas mais sofisticadas para simplesmente comprar pão. O brasileiro trocou de moeda cinco vezes em oito anos, suportou agressões a seus direitos de cidadão, enfrentou filas, varou noites, perdeu renda, patrimônio e, em não poucos casos, a saúde física e emocional.

A história do plano cruzado e do plano Collor é contada em detalhes. Miriam intercala sua narrativa com depoimentos de pessoas comuns que viveram aqueles anos dramáticos. O resultado é excelente, pois Miriam escreve bem e transmite segurança em suas palavras.

Mas também reagiu e acreditou quantas vezes foram necessárias. Miriam lança mão de sua vasta experiência jornalística aliada a uma sensibilidade ímpar para contar esta história neste livro essencial.

Um trecho muito interessante do livro, como não poderia deixar de ser, é a narrativa do “dia depois de amanhã” do confisco do dinheiro feito pelo impeachado Fernando Collor de Mello – que, como conta Miriam, causou até infarto – , e da troca da URV pelo Real – quando camelô ganhou dinheiro vendendo calculadora em calçadão. Mas minha parte favorita é mesmo os bastidores da elaboração do Plano Real, com a convocação da inteligenzia da PUC-Rio. A história tem uma dose equilibrada de conversa de bastidor com fatos conhecidos. Miriam vai contando a história da estabilização da nossa moeda do mesmo jeito, entremeando explicações de ordem econômica e política com relatos de pessoas comuns, de como todos nós sobrevivemos aos 11 ministros da Fazenda de 1986 a 1994.

Miriam narra a chegada ao ministério da fazenda de Fernando Henrique Cardoso e como ele reuniu os economistas da Puc-Rio para lançar a ideia do real. O governo Itamar continuaria o processo de privatização iniciada no governo Collor que ajudaria a modernizar a nossa indústria e a diminuir a inflação.

O plano real acabaria sendo um sucesso, pois a população entendeu o plano e percebeu os benefícios de viver em um país sem inflação. Na época o candidato Lula da silva não percebeu a força do plano e acabou perdendo as eleições no primeiro turno para Fernando Henrique.

Miriam nos conta como Fernando Henrique Cardoso teve um imenso trabalho para estabilizar o país, privatizar a Vale e a Telebras, e desarmar uma verdadeira bomba que eram os bancos estaduais. O PROER seria considerado polêmico, mas ajudou o Brasil a ter um sistema bancário seguro, moderno e eficiente.

Acho que Saga Brasileira faz uma boa casadinha com o A Privataria Tucana, de Amaury Ribeiro Jr., que conta sobre o processo suspeitíssimo das privatizações no Brasil durante a era Fernando Henrique Cardoso (tema sobre o qual Miriam apenas resvala). Lendo-se ambos os livros, fica-se com o panorama do bom e do ruim da estabilidade da moeda. Meu desejo é que, no futuro, um terceiro livro venha se juntar aos dois, formando uma trilogia, onde o último título seria algo mais ou menos assim “Gerson na cadeia: a corrupção punida” e que ele contasse como o brasileiro se livrou do endêmico valor de levar vantagem sobre o outro.

Considero que o governo Fernando Henrique foi injustiçado nas suas estatísticas sobre o crescimento do PIB. Nos três primeiros anos de seu governo o consumo explodiu (a venda de veículos, por exemplo, de 1997 só seria superada quase 10 anos depois), milhares de pessoas alcançaram a classe média e saíram da miséria, e mesmo assim as taxas de crescimento do PIB são ridículas. Acho que o Brasil perdeu muito com isso em termos de investimento externo.

A parte mais interessante do livro para mim é a que narra a crise econômica de 1997 e o dilema do governo sobre se deveria ou não desvalorizar o real. A moeda acabaria sendo desvalorizada, e as previsões de que a inflação voltaria e que o Brasil sofreria uma catástrofe não se confirmaram. Mais uma vez o Brasil foi mais forte.

Miriam Leitão não esconde sua admiração por Fernando Henrique, e nos faz perceber o quanto seu governo foi importante para a modernização do país. É preciso que se diga a verdade: o país não começou em 2003 com Lula nem em 1995 com Fernando Henrique. Na verdade o projeto de estabilização da economia brasileira começou no governo Sarney e continuou com Collor de Melo. Todos

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