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Sociologia Nas Organizações

Tese: Sociologia Nas Organizações. Pesquise 860.000+ trabalhos acadêmicos

Por:   •  5/2/2015  •  Tese  •  1.564 Palavras (7 Páginas)  •  110 Visualizações

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SOCIOLOGIA ORGANIZACONAL 4

● A primeira inversão já está inscrita na nova divisão do trabalho na

manufatura.Esta divisão não decorre mais de uma hierarquia dos

produtores,mas das características do produto.

●  A segunda inversão ocorreu na relação entre o produtor e os

instrumentos de trabalho.Se na manufatura tradicional e no artesanato o

trabalhador servia‐se da ferramenta,na fábrica ele passa a servir a máquina.

Este momento fundamental no processo de constituição da

organização capitalista do trabalho é descrito por Karl Marx da seguinte

maneira:

“Sendo ao mesmo tempo processo de trabalho e processo de criar mais‐

valia,toda produção capitalista se caracteriza pelo instrumental de trabalho empregar o

trabalhador e não o trabalhador empregar o instrumental de trabalho. Mas esta inversão

só se torna realidade técnica e palpável com a maquinaria”

(Karl Marx,O Capital,p.483)

O que Marx sublinha nesse parágrafo é o caráter social da

determinação dessa inversão.Ou seja,é por ser um processo de criação de mais‐

valia que a relação homem‐instrumental de trabalho se inverte relativamente a

outros modos de produção.Esta relação já está inscrita tendencialmente no

capitalismo desde a sua origem,mas só ganha realidade concreta com a

maquinaria.

● Em decorrência desta inversão constitui‐se o terceiro elemento que

caracteriza a organização capitalista do trabalho.

“A separação entre as forças intelectuais do processo de produção e o trabalho

manual e a transformação destas em poderes de domínio do capital sobre no trabalho se

tornam uma realidade consumada (...) na grande indústria fundamentada na

maquinaria”. (Karl.Marx,O Capital,p.484).

Não se pode considerar,como o faz Marx, que esta separação se dê de

forma radical,já que todo trabalho manual tem um componente intelectual e

vice‐versa. A cisão parece situar‐se entre a administração e organização do

trabalho,de um lado, e,de outro, a execução do trabalho.

Assim,não é necessariamente de todo o conhecimento que o sistema

capitalista de produção priva o trabalhador.Apenas um tipo de conhecimento é

absolutamente fundamental permanecer sob o controle das classes capitalistas:

aquele necessário à administração / organização do processo de produção queSOCIOLOGIA ORGANIZACONAL 5

inclui aspectos que vão além do conhecimento técnico do posto e até mesmo do

processo de trabalho.

Além disso, essa cisão,se já está inscrita enquanto possibilidade com a  

introdução da máquina no processo produtivo,ela só vai tornar‐se uma

realidade efetiva e generalizada a partir de uma reorganização profunda

do campo prático da administração / organização do processo produtivo.Essa

reorganização só se deu com a institucionalização da prática tecnogestorial no

interior das unidades produtivas,configurando‐se o campo da administração /

organização do trabalho enquanto um campo prático específico, passível de ser

diferenciado tanto do campo de atuação da burguesia, quanto do proletariado.

Foi,somente, a partir da reorganização do campo da administração /

organização do trabalho que a inversão na relação produtor‐instrumental de

trabalho realizou‐se de maneira generalizada, bem como consumou‐se a cisão

entre administração / organização do trabalho e sua execução.

Esta reorganização já havia se iniciado nas primeiras décadas do século

XIX, quando os industriais começaram a recorrer ao auxílio de técnicos

especializados, na sua maior parte engenheiros.

A formação dos quadros gestoriais teve início nessa época, quando foram

criadas várias escolas encarregadas da formação de engenheiros para a

indústria.

A primeira escola de administração de empresas surgiu em Paris, na

França, no ano de 1820. O mesmo processo se repetiu na Alemanha, Inglaterra

e nos Estados Unidos,países onde a industrialização se encontrava em estágio

avançado.

Foram esses administradores que, no início do século XX, junto com

especialistas da área militar,deram origem às primeiras teorias administrativas

numa base absolutamente gestorial. Taylor e Fayol formaram‐se neste

ambiente racionalizador de orientação pragmática, que caracterizou esse

período.

Nosso propósito é ressaltar,nesta introdução ao estudo das teorias

clássicas da Administração,o seu caráter político. Político no sentido de

consistirem em sistematizações dessas duas vertentes e da ação

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