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Sociologia o Homem de Ferro

Por:   •  15/9/2016  •  Trabalho acadêmico  •  436 Palavras (2 Páginas)  •  500 Visualizações

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O sociólogo Max Weber busca uma explicação para a origem do capitalismo e

tenta entender o porquê dos indivíduos terem aceito e ainda aceitarem tal sistema sem

questionamentos. Segundo o sociólogo, o capitalismo tem sua origem na ética do

protestantismo ascético, que justificava a acumulação de capital com negação do gozo

por meio da atividade profissional, isto representaria a salvação divina. Com o passar do

tempo a justificativa protestante se junta ao espírito do capitalismo por meio da

afinidade eletiva, ou seja, esses dois elementos se atraem e passam a fortalecer um ao

outro; desse modo, o homem passa a querer ganhar cada vez mais dinheiro perpetuando

a ascese. Logo, o capitalismo é irracional, pois é um fim em si mesmo e não para

atender as necessidades humanas.

Visando entender o aprisionamento do homem no sistema capitalista, Weber cria

o conceito da “jaula de ferro”. Segundo este conceito, a finalidade da salvação proposta

pela ética protestante se automatiza, ou seja, perdese

o sentido da ação e esta tornase

mecânica. Se por um lado a modernidade é composta pela riqueza material, por outro,

observase

o empobrecimento do espírito, dessa forma há um desencantamento do

mundo, ou seja, perdese

um sentido transcendente que se torna racionalidade

instrumental.

Na tirinha E†sfinge†, do autor Laerte, é possível fazer uma analogia do conceito da

“jaula de ferro”. Os primeiros quadrinhos retratam um homem indo ao seu trabalho e

voltando para casa, este se depara com uma esfinge que come um de seus membros

após o protagonista fazer um questionamento a respeito de um fator cotidiano, que a

esfinge considera como errado. Ao longo da tirinha, o homem continua fazendo

perguntas que seguem uma mesma lógica e a esfinge continua comendo seus membros.

É interessante perceber que o homem, apesar de ficar sem partes do seu corpo, não

interrompe sua rotina, frequentando o trabalho como se nada tivesse acontecido. Isso

retrata a mecanização das ações, que carecem de sentido pois houve um

desencantamento do mundo a ponto das mesmas virarem racionais com relação a fins.

O texto termina quando o protagonista faz uma “pergunta certa”: “Por que

caralho eu tenho que ir para o escritório?!”. À luz de Weber, essa última pergunta seria

a primeira dotada de sentido que o homem faz na tirinha, pois busca entender a origem

de seus problemas. Porém, quando a esfinge oferece uma resposta, o personagem a

recusa, ou seja, prefere continuar aprisionado em uma “jaula de ferro”, que proporciona

comodismo e segurança ao mesmo.

A partir da tirinha e de um entendimento do texto de Weber “Ascese e

Capitalismo”, é possível perceber que o capitalismo é irracional, o homem tem sua vida

voltada para um sistema que não é a solução para suas necessidades. Nesse sentido, à

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