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ÉMILE DURKHEIM

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Por:   •  29/3/2014  •  3.002 Palavras (13 Páginas)  •  509 Visualizações

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ÉMILE DURKHEIM.

Émile Durkheim foi um dos pensadores que mais contribuiu para a consolidação da Sociologia como ciência empírica e para sua instauração no meio acadêmico, tornando-se o primeiro professor universitário dessa disciplina. Pesquisador metódico e criativo, deixou um considerável número de herdeiros intelectuais. O sociólogo francês viveu numa Europa conturbada por guerras e em vias de modernização, e sua produção reflete a tensão entre valores e instituições que estavam sendo corroídos e formas emergentes cujo perfil ainda não se encontrava totalmente configurado.

“As referências necessárias para situar seu pensamento são, por um lado, a Revolução Francesa e a Revolução Industrial e, por outro, o manancial de idéias que, sobre esses mesmos acontecimentos, vinha sendo formado por autores como Saint-Simon e Comte; cabe salientar a crença de que a humanidade avança no sentido de seu gradual aperfeiçoamento, governada por uma força inexorável: a lei do progresso.

Aguçava-se, então, a consciência de que o repertório de idéias e valores da velha ordem social, do qual ainda sobreviviam alguns elementos, fora destruído pelo vendaval revolucionário de 1789 .O industrialismo, com sua incontida força de transformação, impunha-se a todos como a marca decisiva da sociedade moderna. Por outro lado, difundia-se a concepção de que a vida coletiva não era apenas uma imagem ampliada da individual, mas um ser distinto, mais complexo, e irredutível às partes que o formam. Esse seria, precisamente, o objeto próprio das ciências sociais, e seu estudo demandava a utilização do método positivo, apoiado na observação, indução e experimentação. Durkheim dizia que para haver um bom resultado, o sociólogo deveria encarar os fatos sociais como "coisas".

Com essa visão, pretendia garantir o sucesso das ciências exatas, bem como a definição da sociologia como ciência, acabando de vez com os "achismos", que interpretavam de maneira distorcida a realidade social.

Para identificar um fato social é necessário que o cientista saiba separar aqueles que apresentam características exteriores comuns, dentre os acontecimentos gerais e repetitivos.

Durkheim recebe também a influência da filosofia racionalista de Kant, do darwinismo, do organicismo alemão e do socialismo de cátedra. Um dos alvos da crítica durkheimiana, em tal sentido, foi ao que chamou de individualismo utilitarista representado por Herbert Spencer, para quem a cooperação é o resultado espontâneo das ações que os indivíduos executam visando atender a seus interesses particulares.

A Sociologia pode ser definida, segundo Durkheim, como a ciência “das instituições, da sua gênese e do seu funcionamento”, ou seja, de “toda crença, todo comportamento instituído pela coletividade”.1 Na fase positivista que marca o início de sua produção, precisava delimitar seu objeto próprio: os fatos sociais. Tais fenômenos compreendem “toda maneira de agir fixa ou não, suscetível de exercer sobre o indivíduo uma coerção exterior; as “maneiras de agir, de pensar e de sentir exteriores ao indivíduo, dotadas de um poder de coerção em virtude do qual se lhe impõem”,3ou ainda “maneiras de fazer ou de pensar, reconhecíveis pela particularidadede serem suscetíveis de exercer influência coercitiva sobre as consciências particulares”.4 Assim, pois, o fato social é algo dotado de vida própria. O “reino social” está sujeito a leis específicas e necessita de um método próprio para ser conhecido, diferentemente do que acontece no “reino psicológico” que pode ser entendido através da introspecção. Ações e sentimentos particulares, ao serem associados, combinados e fundidos, fazem nascer algo novo e exterior àquelas consciências e às suas manifestações.

Os sentimentos que caracterizam este ser têm uma força e uma peculiaridade que aqueles puramente individuais não possuem. Ele é a sociedade.

O grupo possui, portanto, uma mentalidade que não é idêntica à dos indivíduos, e os estados de consciência coletiva são distintos dos estados de consciência individual. É nela que se deve buscar as explicações para os fatos sociais e não nas unidades que a compõem.as consciências particulares, unindo-se, agindo e reagindo umas sobre as outras, fundindo-se, dão origem a uma realidade nova que é a consciência da sociedade. (...) Uma coletividade tem as suas formasespecíficas de pensar e de sentir, às quais os seus membros se sujeitam, mas que diferem daquelas que eles praticariam se fossem abandonados a si mesmos.

As três características básicas dos fatos sociais.

A primeira delas é: “Coerção Social”, ou seja, a força que os fatos exercem sobre os indivíduos, levando-os à conformarem-se às regras da sociedade em que vivem, independentemente de sua vontade e escolha. Essa força se manifesta quando o indivíduo desenvolve ou adquire um idioma; quando é criado e se submete a um determinado tipo de formação familiar ou quando está subordinado a certo código de leis ou regras morais. Nessas circunstâncias, o ser humano experimenta a força da sociedade sobre si.

A força coercitiva dos fatos sociais se torna evidente pelas “sanções legais” ou “espontâneas” a que o indivíduo está sujeito quando tenta rebelar-se contra ela.

Sanções Legais – São as sanções prescritas pela sociedade sob a forma de leis, nas quais se define a infração e se estabelece a penalidade correspondente

Sanções Espontâneas - São as sanções que afloram como resposta a uma conduta considerada inadequada por um grupo ou por uma sociedade.

O comportamento desviante num grupo social pode não ter penalidades previstas por lei, mas o grupo pode espontaneamente reagir castigando quem se comporta de forma discordante em relação a determinados valores e princípios. A reação negativa da sociedade a certa atitude ou comportamento é, muitas vezes, mais intimidadora do que a lei.

Segundo Durkheim a educação desempenha, uma importante tarefa nessa conformação dos indivíduos à sociedade em que vivem, a ponto de, após algum tempo, as regras estarem internalizadas nos membros do grupo e transformadas em hábitos. Como o gosto por determinada comida são internalizados no indivíduo, que passa a considerar como hábitos pessoais.

A arte também representa um recurso capaz de difundir valores e adequar as pessoas determinados

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