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A Linguística Português

Por:   •  24/9/2021  •  Trabalho acadêmico  •  1.461 Palavras (6 Páginas)  •  219 Visualizações

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  1. Com base nos estudos sobre a evolução do latim ao galego-português, capítulo 1 do livro do Paul Teyssier, apresente sua reflexão sobre as evoluções que ocorreram no âmbito da fonética, morfologia, sintaxe e formação do vocabulário.

A evolução fonética do latim imperial no Oeste peninsular.

Ao pensar na língua latina é preciso percebê-la como língua mãe do português, que gerou e forneceu material suficiente para atender às necessidades e tendências de comunicação de comunidades e nações. Estas mudanças, portanto, não podem ser consideradas como perda ou decadência.  Pelo contrário representam transformações ocorridas ao longo do tempo, e constituem uma evolução, aperfeiçoamento ou adaptação para que novos falantes em seus contextos sócio-históricos-geográficos estabelecessem uma comunicação efetiva.

  1. O acento tônico. A) Palavras de duas sílabas: o acento recai na primeira. B) Palavras de três sílabas ou mais: o acento recai na penúltima sílaba se esta for longa.
  2. As vogais: perda das oposições de quantidade — O latim clássico possuía cinco timbres vocálicos, havendo uma vogal breve e uma longa para cada timbre. Acrescente-se que os ditongos æ e œ do latim clássico passaram, em latim imperial, a vogais simples de timbres distintos. em posição tônica o timbre das vogais de palavras do galego-português e também do português contemporâneo permaneceu o mesmo do latim imperial.
  3. As consoantes: a palatalização. Em latim imperial o ponto de articulação destas consoantes aproximou-se do ponto de articulação das vogais ‘i’ e ‘e’ que se lhes se guiam, isto é, da zona palatal, levando à pronúncia: [kyi], [kye] e [gyi], [gye]. Em várias outras palavras um i ou um e não tônicos, seguidos de uma vogal, eram pronunciados yod em latim imperial; resultaram daí os grupos fonéticos [ty], [dy], [ly] e [ny] que se palatalizaram em [tsy] e [dsy], [lh] e [nh]. Para os grupos [ky], [gy], a palatalização chega

inicialmente a [tšy] e [džy]. Em galego-português medieval as letras ‘c’, ‘z’ e ‘j’ representavam, respectivamente, em todas estas palavras, as africadas [ts], [dz] e [dž]. Na origem destas transformações fonéticas há sempre, em latim imperial, uma palatalização. Quando o yod proveniente de i e e em hiato vinha de pois de -ss-, esta consoante passou a [š] transcrito pela letra x; finalmente, quando l ou n eram seguidos de um yod, originário de ‘i’ e ‘e’ em hiato, estas consoantes passaram a [lh] e [nh] palatais ou “molhados”; Como resultado, o galego-português medieval apresenta ria seis-fonemas novos: /ts/; /dz/; /dž/; /š/; /lh/; /nh/;

  1. Numerosas características do latim imperial mereceriam ainda ser citadas, como a queda do n antes de s; É provável que a sonorização das surdas intervocálicas tivesse começado desde essa época no latim ibérico;

Três inovações do galego-português devem ser assinaladas: entre elas 1) Grupos iniciais pl-, cl-, e fi- > ch ([tš]); Onde houve palatização do ‘l’, uma vez que a consoante inicial seguida de ‘l’ palatal originou a africada [tš], transcrita em português por ‘ch’. 2) Queda de -l- intervocálico; contribuindo para criar em galego-português vários grupos hiatos. A queda não apareceu nem ao leste da Península Ibérica, porque o leonês e o castelhano ignoraram tal mudança, nem ao sul, nos falares moçárabes. 3) Queda de -n- intervocálico. e consequente nasalização da vogal precedente. Assim, vinu >  v i~o; manu > mão; luna > l u~a; bonu > bõo etc.

É importante atentar para o fato de que para a formação da nossa língua, tiveram papel relevante os substratos e superstratos, onde o estrato latino é o principal elemento na constituição do vocabulário lusitano. No português não há apenas um alfabeto de letras latinas, mas boa parte dos seus elementos constituintes decorre dos processos de transformação sofridos nos usos do latim vulgar.

A evolução da morfologia e da sintaxe do latim ao galego-português: sobrevivem apenas duas formas oriundas do acusativo latino, uma para o singular e outra para o plural. As relações que o latim exprimia pelas desinências casuais são agora expressas por preposições ou pela colocação da palavra na frase. Os gêneros, com a supres são do neutro, reduzem-se a dois. A morfologia verbal é consideravelmente simplificada. O futuro simples é substituído, como em toda a România ocidental. As quatro formas saídas do acusativo, diferenciadas em número e em gênero dão inicialmente lo, la, los, las, em virtude da aférese sofrida pelo seu emprego pro clítico. E, por fim, para compensar o empobrecimento da morfologia nominal, a ordem das palavras torna-se mais rígida.

A evolução do vocabulário do latim ao galego-português: O velho fundo do vocabulário latino transmitido ao galego-português e ao português moderno compreende palavras de aparência mais clássica do que as suas correspondentes francesas ou italianas; A este fundo latino vieram acrescentar-se palavras novas, a começar por empréstimos às línguas dos povos que habitavam a Península quando da chegada dos romanos. Palavras germânicas haviam penetrado no latim muito antes da invasão dos suevos e dos visigodos e encontram-se também em outras línguas românicas. A longa permanência dos muçulmanos em terras da Península deixou a sua marca tanto no português como no espanhol. A crer-se nos dicionários, o número de palavras portuguesas de origem árabe andaria por volta de mil. As palavras árabes lusitanizaram-se mediante certas adaptações fonéticas.

  1. No capítulo 2, do livro de Paul Teyssier, discute-se a estrutura do galego-português de 1200 a 1350. Após a leitura atenta e reflexiva sobre essas discussões, apresente uma síntese da estrutura dessa língua no âmbito da fonética, morfologia/sintaxe e vocabulário.

Na área da fonética e fonologia o texto traz que as vogais em galego-português, teve o acento tônico podia recaído na última sílaba (perdi), na penúltima (perde) e, muito raramente, na antepenúltima (alvíssara). Os fonemas vocálicos eram mais numerosos quando tônicos: /i/, / ę/, /e/, /u/,/ǫ/,/o/e /a/. Em posição átona sistema estava reduzido a: (/i/), /e/,/a/,/u/ e /o/.

A existência de textos antigos, de um fonema /i/ átono final como nos imperativos: vendi, parti; nas primeiras pessoas do singular de todos os perfeitos, ex.: cantasti, partisti.

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