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Alzheimer: Quando a memória falha... Quem? Eu?

Por:   •  6/4/2017  •  Trabalho acadêmico  •  1.122 Palavras (5 Páginas)  •  249 Visualizações

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O Alzheimer é um mal que direta ou indiretamente interfere de forma impactante na vida dos familiares da pessoa portadora da doença. Mudam-se os hábitos e costumes, muda-se a rotina, muda-se a vida para acolher alguém que já não pode cuidar de si próprio. É doloroso. Em termos mais claros, esta doença neurodegenerativa que, normalmente, atinge pessoas com mais de 60 anos não causa grande sofrimento ao paciente, mas sim aos familiares que o cerca. A doença é mais cruel para quem assiste do que para quem a sente. O sintoma mais grave: esquecimento.

Esquecimento? Esquecimento de que? Do que estamos falando? Quem é você?

A pessoa com Alzheimer vai esquecendo-se de tudo. Primeiramente esquece-se de pequenas coisas como o lugar no qual guardou algum objeto, coisas que faziam parte do seu dia a dia. Esquece-se de pessoas distantes, de pessoas próximas, esquece-se de falar, de andar, de comer... Esquece-se de viver. Ela não sabe o que se passa, vive em um mundo paralelo apenas dela, sem grandes mágoas por isso.

Triste é esquecer. Triste é ser esquecido.

Ires Fagundes, 53 anos, conta que sua mãe, Olga Fagundes, 74 anos, é portadora da doença há 12 anos, e há sete anos ela foi morar com a família. Ela se dedica inteiramente aos cuidados da mãe. Dona de casa abdicou de boa parte de sua vida para atender e se dedicar a Olga. “O primeiro ponto doloroso para a família é perceber que aquele ente querido já não os reconhece mais, e não faz questão de lembrar, pois para ele, nunca os conheceu”, conta Ires.

Às vezes a memória dá flashes de um passado não tão distante, e o paciente recorda de pequenos fatos recentes, na maioria das vezes a memória prefere recordar trechos do passado de muitos anos atrás, fazendo o portador da doença reviver velhas histórias. Do lado de fora desse mundo aleatório, os familiares, e principalmente quem está diretamente ligado com os cuidados do paciente assiste de camarote um fim desgastante, uma pós vida sem vida alguma. Presenciam-se falhas, dificuldades, e o doloroso esquecimento.

Para um ente que assume a responsabilidade de cuidador, torna-se cada dia mais difícil presenciar aquela pessoa amada regredindo a passos largos parar uma infância tardia. Sim, infância tardia. O portador de Alzheimer volta a ser uma criança, tem necessidades e requer os mesmos cuidados de crianças de colo. E os cuidados não são fáceis, não é fácil cuidar de alguém por quem você tem grande estima e que está se direcionando para o fim da vida ao invés do começo dela.

Ires fala que foi doloroso demais receber o diagnóstico médico, pior ainda foi ver sua mãe decair aos poucos, ficando cada dia mais debilitada. “Os médicos eram diretos e muitas vezes duros ao nos dizer que é uma doença sem cura e que o prazo de vida dela (Olga) não seria longo.” Na maioria das vezes, Ires resiste em acreditar na dura realidade, ela espera que haja uma melhora, uma cura, mas nos últimos dois anos a doença só tem evoluído e atingido um estágio cada vez mais avançado. Olga se encontrada acamada, necessita do uso de fraldas geriátricas, de sonda para alimentação e já perdeu a fala.

Nesse momento, o familiar/cuidador tem a necessidade de abdicar de uma parte de sua vida para cuidar do portador de Alzheimer. Parece uma tarefa fácil, mas é muito mais árdua do que se possa imaginar, requer amor, respeito e principalmente paciência.

Porque o principal é ter paciência?

Paciência para entender que a pessoa vai precisar de você a todo o instante, desde o despertar até a hora de ir dormir. Vai precisar de ajuda parar caminhar, para comer, para ir ao banheiro e para explicar como as coisas são e porque elas mudaram.

Haverá um momento em que o portador da doença precisará ser carregado no colo, só se locomoverá atrás de cadeira de rodas, usará fraldas, se recusará a comer e não falará mais, e o cuidador precisará ter paciência para poder entender os sinais, adivinhar o que a pessoa precisa em cada determinado momento.

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