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O grande irmão SEMPRE vence!

Por:   •  17/5/2017  •  Artigo  •  1.912 Palavras (8 Páginas)  •  211 Visualizações

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Representação Social do Feminino

Ao longo dos anos a imagem física da mulher é executada de diversas maneiras nos meios de comunicação de massa que levam a informação para a maior parte da população brasileira. Porém, quando os meios de comunicação tratam de representar a mulher, fazem uso de estereótipos¹ de que desqualificam, minimizam e oprimem, deixando-as em posição de inferioridade diante do homem na sociedade. Os exemplos são diversos e diante de uma cultura patriarcal, esses hábitos se tornam visíveis na sociedade brasileira. 

 O exercício social do patriarcado, onde é a família que gera valores e normas paras as mulheres antigamente (MORAES, 2002, p. 22) enfatizam, em sua infância, durante seu crescimento, apenas a capacidade reprodutora da mulher. Podemos citar que nas sociedades antigas, as filhas das famílias pobres eram vendidas como objeto, tendo como único objetivo melhorar a situação econômica da própria família, demonstrando o valor que aquela família teria em ter a filha vendida para um senhor de terras. Isso contribuiu para que ao longo da história a mulher fosse vista como objeto e propriedade exclusiva do homem.

Com base no patriarcalismo (MORAES, 2002, p. 24) as mulheres acreditam que sem o corpo elas não são nada e não tem seu devido valor, daí surgiu a crença de que a mulher bonita não precisa de intelecto e a feia só precisa ser simpática e inteligente.

Teresa Ebert (EBERT, 1996, p. 251) diz que historicamente as mulheres têm sido restringidas em suas habilidades de produzir teorias e conceitos, sendo silenciadas pelo regime dominante, que exclui e desvaloriza seus conhecimentos. O regime dominante refere-se a crenças e valores compartilhados pela maioria das pessoas.

Existia também uma descriminação nas profissões da idade média, onde o homem ficava por conta de preparações técnicas em geral e a mulher desenvolvia sempre um papel secundário, atrás de algum poder acima dela, normalmente encarregado pelo homem.

¹ Estereótipo é a imagem preconcebida de determinada pessoa, coisa ou situação. São usados principalmente para definir e limitar pessoas ou grupo de pessoas na sociedade. Sua aceitação é ampla e culturalmente difundida no ocidente sendo um grande motivador de preconceito e discriminação.

Com o passar do tempo a mulher passou a buscar seu espaço na sociedade se expressando através de movimentos sociais que almejavam diversas mudanças. Entre elas: condições de trabalhos iguais as do homem. Esse era um dos ideais de Margarida Maria Alves (1933 - 1983), ex-presidente do Sindicato Rural de Alagoa Grande (PB). Margarida teve enorme contribuição com a defesa dos direitos trabalhistas e deu voz as camponesas diante dos latifundiários. Pouco antes de morrer, disse em um discurso: "É melhor morrer na luta do que morrer de fome".

Além de movimentos sociais, as mulheres buscavam outras formas de obter uma voz na sociedade e foi através da indústria do entretenimento que, em 1920, um grupo de teatro de revista, ou teatro ligeiro, composto por mulheres negras, buscava reconhecimento e a quebra do preconceito. Após uma abertura da mídia, passaram a se apresentar em diversos lugares como circos, cabarés, cafés-conforto, cinemas e teatros, ampliando seu público e propagando seu ideal. Apesar de reconhecimento da mídia e de intelectuais da época, o grupo ainda era tratado de forma irônica por alguns veículos de comunicação, que de maneira preconceituosa, satirizavam seu trabalho. 

A tv sendo a principal fonte de mídia atual e tendo o entretenimento como sua função primaria, proporciona um enorme poder em relação ao seu produto. Dentro das propagandas são usados como porta-voz figuras masculinas, por acreditarem na credibilidade que esse aspecto pode causar no produto que esta sendo veiculado. Isso ilustra como a mídia sustenta o poder masculino, deixando a mulher, na maioria das vezes, apenas como figurante.

Desde a infância as mulheres são ensinadas a falar e agir como “mocinhas”. ² Isso já é uma forma de discriminação, linguística e sexista, incorporada nos atos sociais de gênero. Exemplo disso é a mulher querer falar de futebol e ser hostilizada; ao falar um palavrão, ser considerada mal educada, diferente do homem; que quando trai, é sinônimo de “garanhão”; já a mulher é taxada como “prostituta”.

Onde isso também pode ser encontrado é na linguagem sexista. Ela é totalmente integrada com a vida humana e nós nem sequer notamos.

² Termo popular para dizer que a mulher deve agir de acordo com os padrões que a sociedade impõe. Ter modos. Não ser vulgar. Vestir, andar e falar como mulheres decentes.

A linguagem determina nossas formas de vida e hábitos, ela deve ser espelho social, refletindo valores e atitudes. Grande exemplo disso é o uso da palavra “homem” para significar humanidade, enfatizando a exclusão social da mulher já que se usada a palavra “mulher” para tal significação não daria o mesmo sentido.

Como solução, (MORAES, 2002, p.39) é a favor da implantação da linguagem não sexista. Ela diz: “não significa dizer que as diferenças entre os gêneros ou entre os sexos não existem, pelo contrario, elas coexistem, afirmando que homens e mulheres tem o direito de lutar, respeitando suas diferenças e localizações sociais a favor da emancipação humana.”.

Atualmente, a mulher passou a desempenhar um papel de maior efetividade perante a sociedade. Com alguns preconceitos quebrados, passou a ser reconhecida e representada de outra maneira nas mídias. Prova disso são as maneiras de ilustrar a figura feminina. Aspectos como poder e sabedoria tomaram lugar juntamente com as características físicas. É possível identificar isso analisando entidades da mitologia que são utilizadas como base para personagens femininos. Como exemplo, Hera foi a terceira mulher de Zeus e deusa do matrimônio e do parto, é considerada rainha e protetora da vida e da mulher, fatores que simbolizam seu lado “feminino” atribuindo as qualidades da época na qual se tornou a protetora da fecundidade, matrimônio, das esposas, do amor legítimo e símbolo da fidelidade, devido à sua união com Zeus.

Devido a essa representação há relatos que ela era ciumenta e agressiva perseguia as amantes de Zeus, seus filhos e com quem se relacionavam. Por conta desse seu jeito chegou a tentar matar Afrodite, quando eram crianças. Hera tem a característica de ser muito vaidosa e sempre ser melhor que Afrodite, sua maior inimiga.

Hoje muitas mulheres são “Heras”, por conta disso os profissionais usam sua representação em campanhas já que ela continua presente e não têm quaisquer problemas em assumir a sua autoridade.

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