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A Força Aérea Brasileira

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Por:   •  28/2/2014  •  Tese  •  3.996 Palavras (16 Páginas)  •  269 Visualizações

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1 - A Força Aérea Brasileira - Introdução

Dédalo tinha um filho: Ícaro. Um dia, Dédalo e Ícaro estavam perdidos num labirinto e sendo perseguidos. Dédalo, então, fez asas para ele e para Ícaro, usando cera. Assim, eles voariam pelos céus e sairiam do labirinto. Mas Dédalo avisou a Ícaro que, se ele voasse muito alto, muito perto do sol, as asas derreteriam e ele cairia. Assim voaram. Mas Ícaro não conteve sua impetuosa vontade de voar, e subiu até o mais alto que pode. Dédalo, desesperado, seguiu o filho. O sol derreteu a cera das asas e os dois caíram (N. 1).

Voar sempre foi o sonho de dez, entre dez pessoas. Desde a mais remota era da humanidade, as pessoas reverenciam os animais que voam, e expressam seus desejos e sonhos criando seres fantásticos, sejam deuses, ou outras criaturas míticas com asas. A mitologia universal apresenta uma infinidade de culturas que fazem ou faziam isso, e a mitologia grega é parte significativa destas culturas. E é a mais difundida no ocidente, muito bem representada na desventura de Ícaro. Aliás, esta história tem uma profundidade muito maior. Há uma carga de significado que vai muito além da beleza literária. É um aviso às pessoas que não contém seu ímpeto de conseguir tudo o que almejam. E que “vão com muita sede ao pote”. A meu ver, acho interessante colocar aqui, de início, duas histórias que são referências universais no que diz respeito ao vôo e à Aeronáutica. Uma já contei.

Aos 23 dias do mês de outubro do ano de 1906, um brasileiro, Alberto Santos Dumont, realizou o que nenhum ser humano havia até então conseguido. Ele decolou seu 14 BIS, um avião experimental, construído por ele mesmo, no campo de Bagatelle, em Paris, França, e voou ao longo de sessenta metros. Os franceses e os brasileiros sabem disso, mas os americanos insistem que os irmãos Wilbour e Orville Wright foram os primeiros a voar num objeto mais pesado que o ar. Estes afirmaram haver realizado o primeiro vôo em novembro de 1903, mas como não havia testemunhas “de fora” (repórteres, por exemplo), e eles não conseguiram apresentar uma prova concreta (além da egocêntrica propaganda americana), o mundo, na época, não aceitou tal marca. A do brasileiro é a oficial. Ainda em 1906, e com o 14 BIS, Santos Dumont voou novamente, alcançando agora a distância de duzentos e vinte metros. Mais tarde, com outro aparelho, o “N.º 19” ou “Demoiselle”, conseguiu voar distâncias que foram dos duzentos metros aos vinte quilômetros. Na Página oficial “Centenário do Vôo do 14 Bis” há mais informações (Ver Referências). Há quem afirme que os irmãos Wright voaram mesmo em 1903. Porém, ainda que o provassem, dizem que eles não teriam sequer decolado do solo: o aparelho usado por eles teria sido lançado de uma catapulta, e teria planado, sem que os motores o tivessem erguido, não havendo assim a comprovação, na época, de que o aparelho decolaria do solo caso tentassem. Isso tudo faz com que Brasil e França tenham uma opinião, e os Estados Unidos tenham outra. Wilbour e Orville Wright talvez tivessem voado... O fato é que uma história não tira o mérito da outra. Mas para nós (brasileiros), e para o resto do mundo, é de nosso compatriota mineiro o mérito desta façanha epopéica.

Agora, que já falei destes ícones do mundo da aviação, Ícaro e Santos Dumont, começarei a tratar um pouco sobre o porquê deste trabalho.

Nesta monografia, discorrerei sobre a FAB, a Força Aérea Brasileira, que sempre foi e é um tema apaixonante e glamuroso. Delimita-se esta não propriamente a narrar toda a sua história, mas em fazer uma breve retrospectiva e um retrato contemporâneo de uma das instituições mais respeitadas do mundo. Isso, focalizando alguma coisa do passado e a organização que mantinha até 1993. Por que até 1993? Porque recentemente, de 1993 a 1999, houve algumas mudanças. Até falarei destas mudanças, mas o enfoque é “como era antes das mudanças”. Por quê? Porque levo uma enorme carga cultural da FAB desde o tempo em que nela estive. É que permanecem vivas em mim memórias para as quais eu não encontraria outra aplicação, senão escrever. É, há muito de minhas memórias aqui. Mas, é claro, baseio-me em referências mais concretas para retratar o tema. Sou estudante de Letras, o que parece distante do assunto. Então, por que tratar sobre a FAB? Por que escolher um tema que, à uma primeira vista, nada tem a ver com o curso de Letras? Talvez haja alguma ligação, ainda que muito sutil. Seja o fato de que as instituições militares preocupam-se com a boa comunicação, não só por ministrar aulas de língua portuguesa a seu pessoal, mas pelos textos impecáveis produzidos para as ocasiões importantes, como datas comemorativas ou entregas de medalhas; seja o fato de usarem belíssimos lemas e inscrições em Latim; seja pela poesia dos hinos, ou dos próprios poemas encontrados; pela manutenção de sua própria história, escrita e arquivada em excelentes textos. Ou seja outra coisa qualquer; algo que faça este pequeno intercâmbio. E os objetivos deste trabalho também são plurais: num primeiro momento, o tema pode apenas servir de objeto para que estudantes de Letras e de outras áreas possam ter referências quanto à confecção de uma monografia padronizada (Aliás, “padrão” é um conceito muito ativo no meio militar). Padronizada, porém, com personalidade. É para mim dificílimo fazer algo sem colocar meu toque pessoal. Num segundo momento, quero aproveitar este “exemplo de monografia” para homenagear e dar a conhecer algo que talvez a maioria de nossos estudantes de Letras e de outras áreas, deixem passar despercebido, mas que está muito presente em nossas vidas: a Aviação. Mais especificamente, quero, além de confeccionar um trabalho esteticamente bem cuidado e exemplar, fazer uma homenagem, retratando a nossa Força Aérea Brasileira para quem ela serve, ou seja, para nós mesmos.

A justiça que faço nessa dissertação não é mera bajulação. Nem tampouco quero fazer demagogia ultra-nacionalista. Há quem considere este tipo de retratação como uma bajulação, ou pura demagogia. Há quem duvide do mérito, da probidade, das pessoas que compõem as instituições nacionais, num mundo onde a corrupção e a busca por vantagens impera. Sei que em todo o lugar há pessoas de boa, e de má índole; pessoas honestas e falsas. Mas aqueles que desonram sua casa, sua profissão ou sua Pátria, não podem representar uma instituição inteira, que é um ideal maior. Independentemente do caráter de, talvez, uns poucos indivíduos que compõem qualquer instituição, maior é a função a que ela se destina. E é nisso que baseio-me para escrever: pensando no ideal do conjunto, e não nas mãos que o preparam.

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