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A Sociologia De Durkhein

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Por:   •  1/4/2014  •  2.300 Palavras (10 Páginas)  •  329 Visualizações

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Durkheim parte da idéia fundamental de Comte de que a sociedade deve ser vista como um organismo vivo. Também concordava com o pressuposto de que as sociedades apenas se mantém coesas quando de alguma forma compartilham sentimentos e crenças comuns. Entretanto critica Comte na sua perspectiva evolucionista, pois entende que os povos que sucedem os anteriores não necessariamente são superiores, apenas são diferentes em sua estrutura, seus valores, seus conhecimentos, sua forma organizacional. Entende que a seqüência das sociedades adapta-se melhor a semelhança de uma árvore cujos ramos se orientam em sentidos opostos que uma linha geométrica evolucionista. Também Spencer foi alvo de críticas porquanto Durkheim que, de forma geral, estendeu esta crítica a uma série de outros pensadores. Segundo Durkheim muitos sociólogos trabalhavam não sobre o objeto em si, mas de acordo com a idéia pré-estabelecida acerca do fenômeno. Assim, ele entendia que a perspectiva de analise de Spencer não definia sociedade e sim contemplava sua visão particular de como efetivamente eram as sociedades. Também ponderou como ser possível encontrar a fórmula suprema da vida social quando ainda ignorava-se as diferentes espécies de sociedades, suas principais funções e suas leis. Como então empreender-se em um estudo da evolução das mesmas quando não se sabe exatamente o que são e a que vieram.

Entretanto antes gostaria de mapear alguns pontos que me parecem fundamentais para compreender o pensamento de Durkheim, cuja base assenta-se em alguns pressupostos ou noções fundamentais a serem detalhadas adiante:

Os fatos sociais devem ser tratados como coisas;

A análise dos fatos sociais exige reflexão prévia e fuga de idéias pré-concebidas;

O conjunto de crenças e sentimentos coletivos são a base da coesão da sociedade;

Destaca o estudo da moral dos indivíduos; e

A própria sociedade cria mecanismos de coerção internos que fazem com que os indivíduos aceitem de uma forma ou de outra as regras estabelecidas (a explicação dos fatos sociais deve ser buscada na sociedade e não nos indivíduos – os estados psíquicos, na verdade, são conseqüências e não causas dos fenômenos sociais)

O MÉTODO SOCIOLÓGICO DE DURKHEIM

Idéias centrais do método sociológico de Durkheim

Podemos dizer que o método sociológico de Durkheim apresenta algumas idéias centrais, que percorrem toda a extensão de sua visão sociológica. São elas:

1) Contraposição ao conhecimento filosófico da sociedade: A filosofia possui um método dedutivo de conhecimento, que parte da tentativa de explicar a sociedade a partir do conhecimento da natureza humana. Ou seja, para os filósofos o conhecimento da sociedade pode ser feito a partir de dentro, do conhecimento da natureza do indivíduo. Como a sociedade é formada pelos indivíduos, a filosofia tem a prática de explicar a sociedade (e os fatos sociais) como uma expressão comum destes indivíduos. De outro lado, se existe uma natureza individual que se expressa coletivamente na organização social, então pode-se dizer que a história da humanidade tem um sentido, que deve ser a contínua busca de expressão desta natureza humana. Para Adam Smith, por exemplo, dado que o homem é, por natureza, egoísta, motivado por fatores econômicos e propenso às trocas, a sociedade de livre mercado seria a plena realização desta natureza. Para Hegel, a história da humanidade tendia a crescentemente afirmar o espírito humano da individuação e da liberdade. Para Marx, a história da sociedade era a história da dominação e da luta de classes, e a tendência seria a afirmação histórica, por meio de sucessivas revoluções, da liberdade humana e da igualdade, por meio do socialismo.

Para Durkheim, estas concepções eram insuportáveis, pois eram deduções e não tinham validade científica, eram crenças fundamentadas em concepções a respeito da natureza humana. Durkheim acreditava que o conhecimento dos fatos sociológicos deve vir de fora, da observação empírica dos fatos.

2) Os fenômenos sociais são exteriores aos indivíduos: a sociedade não seria simplesmente a realização da natureza humana, mas, ao contrário, aquilo que é considerado natureza humana é, na verdade, produto da própria sociedade. Os fenômenos sociais são considerados por Durkheim como exteriores aos indivíduos, e devem ser conhecidos não por meio psicológico, pela busca das razões internas aos indivíduos, mas sim externamente a ele na própria sociedade e na interação dos fatos sociais. Fazendo uma analogia com a biologia, a vida, para Durkheim, seria uma síntese, um todo maior do que a soma das partes, da mesma forma que a sociedade é uma síntese de indivíduos que produz fenômenos diferentes dos que ocorrem nas consciências individuais (isto justificaria a diferença entre a sociologia e a psicologia).

3) Os fatos sociais são uma realidade objetiva: ou seja, para Durkheim, os fatos sociais possuem uma realidade objetiva e, portanto, são passíveis de observação externa. Devem, desta forma, ser tratados como "coisas".

4) O grupo (e a consciência do grupo) exerce pressão (coerção) sobre o indivíduo: Durkheim inverte a visão filosófica de que a sociedade é a realização de consciências individuais. Para ele, as consciências individuais são formadas pela sociedade por meio da coerção. A formação do ser social, feita em boa parte pela educação, é a assimilação pelo indivíduo de uma série de normas, princípios morais, religiosos, éticos, de comportamento, etc. que balizam a conduta do indivíduo na sociedade. Portanto, o homem, mais do que formador da sociedade, é um produto dela.

que é um "fato social"?

Nas palavras do próprio Durkheim

"É fato social toda a maneira de fazer, fixada ou não, suscetível de exercer sobre o indivíduo uma coerção exterior; ou ainda, toda a maneira de fazer que é geral na extensão de uma sociedade dada e, ao mesmo tempo, possui uma existência própria, independente de suas manifestações individuais".

Ou ainda

"O fato social é tudo o que se produz na e pela sociedade, ou ainda, aquilo que interessa e afeta o grupo de alguma forma”.

Os fatos sociais, para Durkheim, existem fora e antes dos indivíduos (fora das consciências individuais) e exercem uma

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