Ditadura Da Televisão

TV e a Identidade Brasileira

A televisão, como forma geral, é uma grande formadora de opinião, de consumo e principalmente de tendências em nossa sociedade. Aqui, faremos uma análise crítica de como essa “Ditadura midiática” se apresenta.

“A televisão pode, paradoxalmente, ocultar mostrando, mostrando uma coisa diferente do que seria preciso mostras caso se fizesse o que supostamente se faz, isto é, informar; ou ainda mostrando o que é preciso mostrar, mas de tal maneira que não é mostrado ou se torna insignificante, ou construindo de tal maneira que adquire um sentido que não corresponde absolutamente a realidade” (BOURDIEU. Sobre a Televisão. 1997, p.24).

A dinâmica da televisão

A começar por sua base estrutural, a programação se mostra extremamente objetiva e visa atingir de forma eficaz os diferentes públicos existentes, usando muitas vezes para isso, artifícios polêmicos, apelando para o emocional dos telespectadores com programas sensacionalistas que a cada dia ganham audiência com uma nova tragédia, mas que de nova não tem absolutamente nada.

A forma como a televisão se comporta ao tornar-se muitas vezes uma “vitrine de inutilidades” deixa notória o quanto ela foge de sua responsabilidade. Na qualidade de ser o maior meio de informação de grande parte da massa, acaba por desperdiçar o tempo com programação medíocre que tem como principal objetivo manter o telespectador na frente do televisor. Um ‘jornalismo aleijado’ pelo fato de informar não só o que é necessário, mas principalmente o que é desnecessário ao conhecimento do público. Notícias espetaculosas que visam chocar e surpreender a massa telespectadora.

Paralelo a tudo isso, temos o exemplo clássico das telenovelas. Bastante conhecidas de todo o público brasileiro, elas podem ser responsáveis por parar o país inteiro em função de um assassinato fictício (quem não se lembra da famosa expressão “quem matou Odete Roitman?”). Vale Tudo, novela onde o famoso crime aconteceu, registrou na época 56 pontos de audiência. Índice notório hoje em dia e muito mais significativo para o ano (1988) em que foi ao ar pela primeira vez.

Depois de citarmos todos esses aspectos, podemos perceber com certa facilidade a forma como essa dinâmica televisiva é persuasiva e a maneira como ela se estrutura envolvendo de forma silenciosa todo o público com seus múltiplos tentáculos e facetas.

Balança TV

Em nosso trabalho daremos ênfase ao programa televisivo “Balanço Geral”, exibido diariamente pela TV Record, sendo que cada estado possui seu próprio roteiro de notícias e reportagens, porém todas estão inseridas dentro de um mesmo contexto e formato. Em Minas Gerais, por exemplo, o jornalista responsável pela exibição do programa é o jornalista Mauro Tramonte.

A atração é apresentada de forma humorística e tem como pauta os seguintes temas: denúncias, prestação de serviços a população, notícias inéditas, entre outros. Porém, em alguns casos, também são apresentados assuntos fora do contexto jornalístico, como casos/mitos de determinada região, histórias sobrenaturais, fofoca ou alguma ‘inutilidade’, o que acaba tornando o programa enfadonho.

Além desses assuntos identificados acima, há sempre um tema ‘bombástico’ específico que se desenrola por toda a atração e que tem como objetivo segurar a audiência

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