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Eu Filosofico

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Por:   •  18/9/2014  •  2.253 Palavras (10 Páginas)  •  489 Visualizações

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O conceito de "eu" na filosofia crítica teórica de Kantmore

by Adriano Bueno Kurle

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Há uma distinção que pode ser extraída da primeira edição da

Crítica

, na deduçãotranscendental, quando Kant trata da síntese da recognição. A distinção entre a transição naconsciência da mera mudança é dada pela possibilidade de conectar o passado com o presente,em circunstâncias que o passado deve ainda estar presente. Assim, se pode identificarocorrências passadas com presentes. A transição na consciência envolve o reconhecimentocomparativo entre estados atuais e não atuais na consciência, o que consequentemente deveenvolver o uso de conceitos.A necessidade de aplicar conceitos é relacionada com a permanência presente derepresentações passadas na transição a novas representações. Esta possibilidade de transiçãode uma representação à outra, dada desta forma, é dependente de regras. Nos diz Henrich:

Da circunstância que a recognição está sujeita a condições, nada é estabelecido sobreo fato de que o aspecto fundamental da síntese, isto é, da progressão a novasrepresentações, também requer pré-cognição das condições de progressão. Mas aquestão sobre regras para síntese na consciência trata de regras de progressãoprecisamente neste sentido

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.

Posteriormente à abordagem da transição de estados como ocorrência regulada porsíntese, Henrich passa à outra parte da análise da identidade da consciência de si, começandopor tratar de condições históricas do conceito de identidade, avaliando as concepções doconceito de identidade (tanto de objetos quanto da consciência) em Leibniz e Wolff, etambém em Crusius. A análise se posta na relação entre identidade e diferença, dicotomia queKant compreendeu não como conceitos de objetos, mas como conceitos comparativos entreobjetos.A partir da posição de Leibniz e dos que se opunham a ele, Henrich divide aconcepção de identidade em dois tipos: a concepção estrita de identidade (atribuída à Leibniz)e a concepção moderada de identidade (atribuída a seus opositores, como Crusius). A questãoé buscar qual destas concepções se coaduna melhor com a tessitura argumentativa da deduçãotranscendental.Definindo os termos, a

identidade estrita

é a concepção de que este objeto idêntico(pode ser a consciência) tem posse simultânea de todas as representações em si, sendoconsiderada enquanto substância. Isto é, os variados estados estão todos já incluídos nosujeito. Toda diferença, geração ou influência externa é excluída da concepção estrita de

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HENRICH, Dieter.

Indetity and Objectivity: An inquiry into Kant‟s transcendental deduction”

. Tradução deJeffrey Edwards. In: HENRICH, Dieter.

The Unity of Reason: Essays on Kant‟s philosophy

. London: HarvardUniversity Press, 1994, p. 178.

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identidade numérica. Já a

identidade moderada

é definida como a possibilidade de coisasparticulares permanecerem as mesmas através da mudança em seus estados, assim que certaspropriedades constitutivas suas permanecem inalteradas, ou assim que estes objetos perduramdiante das contínuas, mas nunca totais, mudanças de estado.Henrich passa então a tratar da possibilidade de interpretar a concepção de identidadede Kant como uma concepção estrita de identidade. Começa pressupondo, a fim de realizar aanálise, que Kant atribui ao sujeito transcendental a propriedade de identidade numérica.Estados devem ser distinguidos com relação ao sujeito. Kant não pensa que estes estadosestejam incorporados à essência do sujeito. Deve-se encontrar um princípio mediador, a partirdo qual possa ser compreendida esta permanência do sujeito diante das mudanças.A maneira em que diferentes representações são combinadas é determinada pelosujeito, de maneira independente de todo conteúdo dado. Representações podem serrepresentações de um sujeito apenas se preencherem as condições prescritas pela constituiçãoimutável da unidade do sujeito. O conteúdo representacional não permite ao discurso tratar daconstituição do sujeito enquanto estes estados não forem propriedades que definem aidentidade estrita do sujeito. Esta identidade do sujeito é suplantada pela identidade da regrade combinação.Esta estratégia, enquanto prova das categorias, de resolver o problema em termos deconexão entre a consciência de si e as categorias em termos de identidade é, porém,questionável. Kant não deve ter feito o sucesso da dedução transcendental depender destalinha de argumentação.Então, Henrich apresenta uma objeção a esta leitura da identidade numérica daconsciência de si como identidade estrita, pois ela não se mantém coerente para o caso dareflexão:

Por isso, para qualquer complexo representacional, se a c

onsciência do „Eu penso‟

(este complexo representacional) realmente ocorre, então o estado total do sujeito éalterado. Ele é alterado não apenas pela circunstância de que certos conteúdosrepresentacionais são substituídos por outros, mas também pela maneira na qual osujeito é relacionado a conteúdos constantes. Reflexões devem assim seremreconhecidas como mudanças reais no estado do sujeito, mas como mudanças que,

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no entanto, deixam sua identidade sem ser tocada. Mas então a identidade que seacrescenta ao sujeito deve ser identidade no sentido moderado do termo

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