TrabalhosGratuitos.com - Trabalhos, Monografias, Artigos, Exames, Resumos de livros, Dissertações
Pesquisar

Fator Que Move A Mudanca Social De Weber

Casos: Fator Que Move A Mudanca Social De Weber. Pesquise 860.000+ trabalhos acadêmicos

Por:   •  12/10/2014  •  1.426 Palavras (6 Páginas)  •  529 Visualizações

Página 1 de 6

01) Qual o fator que move a mudança social na obra de Weber e como sua concepção de história se diferencia (ou se assemelha) da teoria marxiana?

Para Max Weber, objeto da sociologia são os elementos típicos das relações que se estabelecem entre os indivíduos, as concatenações de suas ações e que são efetivamente os dados a serem analisados. Weber olha os indivíduos e constrói, a partir de suas relações, os tipos ideais que são, primordialmente, os meios que o sociólogo usa para conhecer a realidade. Reconhecidamente, será sempre uma visão unilateral que confrontada com a realidade permite compreendê-la, assumindo assim uma função heurística.

Não é apenas a existência do individuo que se apresenta na obra de Weber, mas o individuo efetivamente como centro da analise. A idéia de se ter como objeto a relação entre os indivíduos coloca na verdade o individuo como a única coisa que de fato existe, daí sua importância louvada.

Na temática das ciências das culturas, ao discutir as formações sociais pelo método compreensivo, Weber define tipos ideais para diferentes categorias de relação entre os indivíduos. Uma categoria fundamental para a discussão da transformação é a categoria da Ação Social. São diversas as motivações, as intenções, que um individuo tem ao agir. Weber propõe sua classificação em categorias, sendo elas a ação tradicional, a ação afetiva, a ação racional relativa a valores e a ação racional relativa a fins. A tradicional, como o próprio nome diz, é aquele tipo de ação que se baseia no costume, naquilo que sempre se fez e muitas vezes não se pergunta nem porque, apenas se faz. Sociedades nas quais os ritos religiosos encontram-se mais presentes, nas quais os elementos mágicos aparecem mais, costumam preponderar em seus indivíduos ações tradicionais. As ações afetivas são aquelas cuja motivação são emoções e sentimentos, nada mais humano e presente. As racionais relativas a valores são ações nas quais os indivíduos se importam menos com os resultados obtidos pela sua realização, e mais com os meios pelos quais as executam, de forma a estarem de acordo com determinados valores. Por fim, as ações racionais relativas a fins, pela definição, visam atingir objetivos e relevam para segundo plano os meios pelos quais serão realizadas.

Desses conceitos pode-se trabalhar com a visão de sociedades e buscar localizar nelas os comportamentos dos indivíduos segundo os tipos estabelecidos. Exercício interessante levado a cabo por Weber permite construir tipos de sociedades que podem ser comparados entre si. Colocados em termos temporais, feitas as comparações, é possível localizar nas sociedades em questão processos de transformação. Daí a noção em Weber de mudança social.

Especificamente a respeito da sociedade capitalista moderna, ou apenas sociedade moderna, Weber percebe alguns elementos que a diferencia daquilo que ele chamara de sociedade tradicional. Enquanto nestas prevalece a magia e o costume, ou seja, o comportamento irracional, naquelas é a racionalidade, inclusive burocrática, o seu fundamento maior. Ou seja, existem diferentes racionalidades colocadas para diferentes estados das sociedades em analise. Existe mudança. Existe um processo de racionalização. Para Weber esse é o ponto central ao tratar da discussão de mudança social, a idéia de que na passagem das sociedades tradicionais para a sociedade moderna, os indivíduos adotam comportamentos cada vez mais racionalizados e isso se mostra, se apresenta, na forma do seu agir.

Para explicar esse processo Weber recorrera aos fatos históricos visando dar luz aos marcos que permitem os indivíduos superarem o tradicionalismo e desenvolver suas capacidades racionais. Essa localização para Weber encontra-se marcada na Reforma Protestante, momento no qual através dos valores da vocação e da acese, da ênfase moral e secular ao trabalho profano por parte da igreja, temos uma radical mudança na ética pela qual opera, age, todo um conjunto de indivíduos que compõem uma sociedade. Tem-se uma mudança social.

Não que exista a negação de que outros elementos fazem-se importante nesse processo, mas para Weber nenhum deles é maior que o desenvolvimento da contabilidade de capital, do estabelecimento da empresa racional, junto ao elemento do trabalho livre, com a benção dos valores da Igreja, ali em transformação. Esse novo estado de comportamentos exigirá outro elemento para sua analise, os tipos de dominação.

Ocorre que, mesmo com tamanha racionalidade institucionalizada, e que numa linha evolutiva do pensamento poderia apontar para a solução das questões sociais pela sua total racionalização, do contrário, Weber assume a existência de conflitos e divergências as quais a racionalidade do aparelho de Estado, sua dominação e reprodução, é simplesmente incapaz de captar. É por esse motivo que o sociólogo irá apontar a necessidade de se humanizar as decisões de Estado pelo exercício da política, apontando inclusive a necessidade que políticos, formados no parlamento, devam governar (não apenas a burocracia estatal).

Weber constrói um sistema de relações que explicam, permitem compreender a sociedade moderna, que mesmo com suas instabilidades, aponta para uma possibilidade de futuro de seu desenvolvimento feita pela continuidade e manutenção do estado das relações até ali estabelecidas. Mais que isso, aponta o fato que a ruptura para um Estado mais centralizador ou mais ausente, ou qualquer outra organização social, poderá ser muito mais custosa para seus

...

Baixar como (para membros premium)  txt (9.4 Kb)  
Continuar por mais 5 páginas »
Disponível apenas no TrabalhosGratuitos.com