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Filosofi

Por:   •  15/4/2015  •  Ensaio  •  4.313 Palavras (18 Páginas)  •  207 Visualizações

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MIAGO DE JESUS SOUZA

COÉGIO ESTADUAL PROFESSORA TEREZINHA SCARAMUSSA

Trabalho de Filosofia apresentado pelo Aluno: Miago de Jesus Souza, da Turma do 3º A Matutino, com o tema: Moral e Ética, Orientado pelo Professor: Martins

Santa Cruz Cabrália – Bahia

01 de Abril de 2015

INTRODUÇÃO

            Abordaremos a análise da linguagem e do entendimento desenvolvidos por Locke. Aqui, ele explicitará a diferença entre os conceitos de essência real e nominal, demonstrando que na realidade o homem só tem idéias da essência nominal das coisas, pois a essência real é inacessível aos seus sentidos. Entendemos que é de grande valor esta análise acerca da linguagem, pois ao demonstrarmos os sinais sensíveis da moral como palavras (assim como os números são para a matemática), entenderemos a validade de termos gerais e abstratos como representações de sinais certos e indubitáveis na demonstração das idéias morais.

          Após este esclarecimento, faremos algumas considerações acerca do que Locke entenderia como idéias complexas de substâncias, modos mistos e relações. Para Locke as idéias morais são demonstradas a partir do entendimento de nossas idéias de modos mistos e de relações. Portanto, uma compreensão da maneira de como essas idéias surgem e de que forma se estruturam, é imprescindível para a compreensão posterior da moral enquanto ciência capaz de demonstração.

          Nos tempos atuais, nota-se um afastamento entre ética e política. Isso pode pôr em cheque toda a organização de um Estado e/ou nação, pois, geralmente acaba dando lugar à corrupção e à falta de confiança nos políticos.

          Estas atitudes e ações, levam-nos à interrogação: é possível agir moralmente na política? Existe uma relação entre a moral e a política? Ou ambas são de lógicas diferentes? E outras tantas indagações seguem. Todos estes aspectos nos remetem a um pensador, chamado Nicolau Maquiavel, que debruçou em reflexão acerca desta problemática, no início da modernidade. Escreveu o livro chamado “O Príncipe”, onde aborda a questão do agir do príncipe para a conquista e a mantença do poder. Em Maquiavel, a política identifica-se com o espaço do poder, enquanto atividade na qual se assenta a existência coletiva, e que tem prioridade sobre as 10 demais esferas da vida humana. A política funde-se com a realidade objetiva, com os problemas concretos das relações entre os homens: deixa de ser prescritiva e passa a ser vista como uma técnica, com leis próprias, atinente ao cotidiano dos indivíduos.

MORAL E ÉTICA SEGUNDO O FILOSÓFO LOCKE

Locke julga, como Bacon, que o fim da filosofia é prático. Entretanto diversamente de Bacon, que situava este fim no conhecimento da natureza para dominá-la (fim econômico), Locke pensa o fim da filosofia como essencialmente moral , quer dizer, a filosofia deve proporcionar uma norma racional para a vida do homem. Essa posição é marcada no Ensaio Acerca do Entendimento Humano. Seu entendimento sobre esse fim é claro quando afirma:

 [...] Não nos diz respeito conhecer todas as coisas, mas apenas as que se referem à nossa conduta. E se pudermos descobrir aquelas medidas por meio das quais uma criatura racional, posta nessa situação do homem no mundo, pode e deve dirigir suas opiniões e ações delas dependentes, não deveremos nos molestar porque outras coisas escapam ao nosso conhecimento.

Locke define as ideias das ações morais como “modos mistos”. As ideias de modos mistos “não contêm nelas a suposição de subsistir por elas mesmas, mas são consideradas dependentes ou afecções das substâncias – tais como são as ideias significadas pelas palavras triângulo, gratidão, assassinato, etc.” (E, 2.12.4). Os modos mistos são “construídos pela própria mente a partir da ideias simples de vários tipos” (E, 2.12.5; 2.12.1-2). Eles resultam da comparação conjunta de uma ideia com a outra. O entendimento é que cria a ideia complexa, por exemplo, a de beleza de modo original por meio da composição de certa ideia de cor, com a ideia de figura, mais a noção de sensação, causando deleite. Do mesmo modo, o entendimento cria a ideia complexa de triângulo por meio da comparação de três linhas ou ainda “o triângulo é uma figura cujos ângulos somados são iguais à soma de dois ângulos retos”.5 Em outras palavras – como veremos abaixo o exemplo da ideia de assassinato – os conceitos morais são ideias complexas de modos mistos. O que é relevante aqui para a fundamentação dos conceitos morais é que as ideias complexas das substâncias particulares visam representar os modelos, os objetos que estão no mundo. Os modos mistos não. Para Locke (1959, p. 156) “os modos mistos, especialmente, aqueles da moralidade são combinações de ideias que a mente reúne mediante sua própria escolha e não representam nada no mundo” (E, 3.11.15). Eles se originam de atos da mente e não buscam representar seres no mundo. Podemos ver cavalos no mundo, mas não podemos ver a beleza ou um triângulo ou a justiça andando por aí.

Observamos que Locke nos convida a analisar as ideias complexas dos modos mistos, para descobrirmos quais são as ações humanas que podem ser consideradas morais ou não. Segundo Locke Vamos considerar a ideia complexa que nós significamos pela palavra [assassinato] e quando a considerarmos, separadamente e examinarmos todas as suas especificidades, descobriremos que estas se reúnem a uma série de ideias simples que derivam da reflexão ou da sensação, a saber: - Em primeiro lugar, da reflexão sobre as operações das nossas mentes, chegamos as ideias de vontade, de consideração, de intenção de malícia ou de desejar mal a outrem; e também de vida ou de percepção e de movimento próprio. Em segundo lugar, da sensação obtemos uma série dessas ideias simples que podem ser encontradas num homem e de algumas ações a partir da qual damos um fim à percepção e ao movimento daquele homem; todas estas ideias simples estão contidas na palavra assassinato.

Uma das principais teses de Locke é a de que o conhecimento certo dos conceitos morais resulta do conhecimento demonstrativo. O conhecimento surge da percepção da relação entre as ideias das ações e as ideias de uma regra moral. A percepção do acordo ou desacordo entre as ideias não é imediata, mas se origina na demonstração entre as diferentes ideias. O entendimento tem acesso à percepção intuitiva do acordo ou desacordo de uma ideia com a próxima ideia na cadeia de raciocínio porque, para Locke (1959, p. 363), “a demonstração é o mostrar o acordo ou o desacordo de duas ideias pela intervenção de uma ou mais provas que tem uma conexão constante, imutável e visível uma com a outra” (E, 4.15.1). Quando o entendimento conhece os passos da demonstração nós podemos dizer que a demonstração é bem-sucedida.

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