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Fluidez Moderna

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Por:   •  17/12/2014  •  1.473 Palavras (6 Páginas)  •  293 Visualizações

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Fluidez moderna

Dados sobre o autor

Zygmunt Bauman é um sociólogo polonês nascido em 1925 que tem como ideia mais popular o conceito de modernidade líquida. Fugiu de seu país de origem em 1939, foi para a Rússia durante toda a Segunda Guerra Mundial, após retornar à Polônia se filiou ao Partido Comunista e estudou na Universidade de Varsóvia.

Universidade esta em que ele chegou a ser professor teve artigos proibidos e, após o retorno forte do anti-semitismo, acabou sendo expulso de seu cargo e, anos mais tarde, comandou o departamento de sociologia da Universidade de Leeds. É um autor de trabalho extenso, mas que aumentou substancialmente sua produção após a aposentadoria, em 1990. De lá pra cá, tem se dedicado ao tema da modernidade líquida e seus desdobramentos.

Emancipação

Bauman levanta uma questão sobre o conceito de liberdade, quando questiona se a mesma seria uma benção ou maldição, ou seja, uma benção no sentido que o individuo pode agir conforme os seus pensamentos e desejos, mas na contramão fala de uma maldição, já que recai sobre ele a responsabilidade por seus atos e ações.

Na modernidade líquida a hospitalidade dá espaço à crítica, onde passa do estado de agente passivo para o agente ativo, que questiona e reflete sobre as ações e porquês das coisas e a ação do individuo sobre a sociedade e vice-versa. A sociedade sólida, ou mesmo concreta, era impregnada de um certo totalitarismo na medida que é rígida, não tem resiliência e não se adapta as novas formas.

Bauman aborda que “o principal objetivo da teoria crítica era a defesa da autonomia, da liberdade de escolha e da auto-afirmação humanas, do direito de ser e permanecer diferente”. Em outras palavras, a tal hospitalidade à crítica é onde o individuo vai e vem em liberdade e esta aberta aos questionamentos e reflexões, ele flui pela sociedade, tempo e espaço, pode reclamar ao sentir-se prejudicado, reivindicar direitos, porém é também responsabilizado pelas ações e reações decorrentes de seus atos.

Nesta altura da reflexão sobre a emancipação o autor traz a tona Max Weber que discursava sobre a impossibilidade de atingir a satisfação plena, porque o momento da autocongratulação e realização plena moviam-se rápido demais, para mais e mais adiante, fazendo com que o individuo fosse impulsionado para frente, perseguindo outros objetivos e anseios.

Para o autor há duas características que fazem a forma de modernidade nova e diferente, uma que relata sobre o declínio da crença do fim do caminho no qual andamos, ou seja, para ele a modernidade é um caminho infindável de oportunidades, desejos, realizações a serem perseguidas continuamente. A segunda crença fala sobre a mudança da desregulamentação e a privatização das tarefas e deveres modernizantes, ou seja, a tarefa apropriada ao coletivo, simbolizado na figura da sociedade, sofre uma fragmentação para o individuo. A responsabilidade mais uma vez recai sobre o individuo que escolhe que caminho trilhar e o modelo a ser seguido ao invés de seguir normas pré-estabelecidas por governos ou líderes impostos.

Individualidade

O autor inicia esse segundo conceito, ou seja, a individualidade com a revisão de conceitos trazidos da modernidade sólida como de Orwell, em sua obra 1984. Nela a liberdade individual era tolhida e controlada por uma força maior simbolizada na figura do grande irmão, que tudo vê, tudo ouve e tudo sabe. Ele é o controlador e disseminador de regras a serem seguidas por todas as pessoas. Adicionalmente, reforçando este ponto de vista, cita Walpole que escreveu que “o mundo é uma comédia para os que pensam, e uma tragédia para os que sentem”, ou seja, os que raciocinam e refletem sobre o contexto conseguem formular ou até mesmo agir e intervir sobre os demais, enquanto que outros que sentem, movem-se pelo coração, sofrem porque podem ser manipulados, atingidos ou frustrados pelo não alcance de suas metas.

Quanto ao capitalismo pesado segue certa ordem, ou seja, significa monotonia, regularidade, repetição e previsibilidade. Um exemplo é o caso do fordismo que em seu apogeu representou um modelo de industrialização, de regulamentação e de acumulação. As pessoas tinham funções muito bem definidas no processo de fabricação dos carros, algumas apenas apertavam arruelas de parafusos da porta, outras colocavam pneus, outras os bancos e assim por diante, com um alto grau de especialização para que o processo fosse ágil e eficiente. O que permitiu o alto volume de vendas naquela época, mas o individuo não tinha poder de escolha nem mesmo do modelo ou cor do carro, havia somente o Ford T. Os empregados eram contratados apenas para uma função, limitando suas potenciais habilidades e capacidades de desenvolvimento. O modelo do fordismo era um sistema que se auto-reproduzia, orientado pela ordem, gerando uma engenharia social.

A visão do capitalismo de Bauman é mais negativa, porém, cabe ao individuo descobrir e potencializar suas capacidades intelectuais, manuais ou mesmo físicas e aproveitá-las da melhor maneira possível para sua auto-realização, ou seja, com a máxima eficiência possível, de preferência alcançando a

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