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JEAN-JACQUES ROUSSEAU

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Por:   •  28/10/2014  •  Tese  •  2.079 Palavras (9 Páginas)  •  604 Visualizações

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JEAN-JACQUES ROUSSEAU

Jean-Jacques Rousseau nasceu em Genebra, na Suíça, em 28 de Junho de 1712. Foi um importante filósofo, escritor e compositor. É considerado um dos principais pensadores do Iluminismo e um precursor do Romantismo.

Órfão de mãe (que morreu alguns dias depois do parto), ele foi criado por seu pai, Isaac Rousseau, um relojoeiro calvinista. Na adolescência, foi estudar numa rígida escola religiosa, onde foi aluno do pastor Lambercier. Rousseau gostava de passear pelos campos e às vezes, ao voltar, acabava encontrando os portões da cidade fechados. Numa dessas ocasiões, decidiu ir embora e vagar pelo mundo.

Tempos depois, teve um caso com uma rica senhora, Louise Warens, que despertaria nele um interesse pela música e pela filosofia. Estudou a obra de vários autores como Locke, Leibniz, Malenbranche, Euclides, etc.

Voltou a Paris, onde conheceu e tornou-se amigo de Diderot, que mais tarde, junto com D’Alembert, faria o Dicionário Enciclopédico. Rousseau fez toda a parte sobre música sem receber nada por isso.

Aos 37 anos, participou de um concurso na Academia de Dijon, cujo tema era: “O restabelecimento das ciências e das artes terá favorecido o aprimoramento dos costumes?”. Rousseau respondeu com o “Discurso Sobre as Ciências e as Artes”, que o deixaria famoso e traria vários convites para participar de discussões e jantares para expor suas ideias. Rousseau desenvolveu uma rivalidade com Voltaire.

Em 1754, produz o “Discurso sobre a Origem e Fundamentos da Desigualdade entre Homens”, no qual introduz o conceito de “homem no estado da natureza” ou homem natural. É neste livro que Rousseau demonstra um de seus principais conceitos: “O homem é bom, a Sociedade é que o corrompe”.

Pouco tempo depois, porém, passa a ter problemas ao publicar o livro “Do Contrato Social”, em 1762. Nessa obra, ele aponta o povo como origem legítima do Governo. E, portanto, o povo tem a soberania do poder e deve escolher o modo de Governo ideal para si. Este pensamento produz o descontentamento da elite Parisiense (a França, como boa parte da Europa, era uma Monarquia Absolutista).

No mesmo ano escreveu a “Profissão de Fé do Vigário Saboiano”, peça mestra do “Emílio”. Nesta obra, Rousseau rejeita a religião tradicional e propõe uma religião natural, na qual o ser humano não precisa de outros homens para chegar a Deus: ele pode encontrar a Deus dentro de seu próprio coração. Rousseau passou a sofrer perseguições e retaliações tanto em Paris quanto em Genebra. Seus livros foram queimados. Suas obras foram consideradas uma afronta aos costumes morais e religiosos.

Foge então para a Inglaterra, a convite do filósofo Hume, com quem se desentende depois. Volta à França, onde se casa com Therese Levasseur em 1767.

No fim da vida, Rousseau foi tomado por acesso de loucura e passou a viver uma vida reservada, longe das pessoas. Escreveu “Confissões” em 1770, onde deu sua visão a respeito dos acontecimentos que marcaram sua vida atribulada. Morreu em 1778, no castelo de Ermenonville, onde morava.

II- CONTEXTO HISTÓRICO

Desde o século XIV, a Europa passava por várias mudanças. O crescimento das cidades e o surgimento de uma elite burguesa trouxeram várias mudanças no modo de pensar das pessoas. O homem passou a se valorizar mais e o teocentrismo deu lugar ao antropocentrismo. O racionalismo passava a ser a explicação para todas as coisas.

Rousseau viveu na época do Iluminismo, um importante movimento realizado em toda Europa nos séculos XVII e XVIII, especialmente na Inglaterra e na França. Também chamado de Ilustração, o Iluminismo foi iniciado por John Locke, Pierre Bayle, Baruch Spinoza e Isaac Newton.

O Iluminismo buscava uma reforma da sociedade através da Razão e do Conhecimento. Para os iluministas, os homens deviam ser esclarecidos e não aceitar a intolerância e os abusos da Igreja e dos governos absolutistas vigentes na Europa àquela época. Por causa desse movimento, o século XVIII ficou conhecido como o Século das Luzes.

O movimento do Iluminismo, que pregava os ideais de Liberdade e Igualdade entre as pessoas, contribuiu para vários movimentos em toda Europa e na América. Entre esses movimentos destacam-se a Independência dos Estados Unidos e a Revolução Francesa.

III- PENSAMENTO DO AUTOR

Rousseau tinha uma visão pessimista do mundo moderno. Para ele, a sociedade, o progresso das ciências e das artes corrompe o homem, tornando-o mau. Ele dizia que “O homem nasce bom, a sociedade é que o corrompe”. Isto é, para Rousseau, o homem, em seu íntimo, é bom, seus instintos mais puros são a bondade e a piedade. Ao homem em seu estado mais puro, Rousseau deu o nome de “homem da natureza”.

O homem da natureza de Rousseau não era o índio americano, nem os nativos africanos, pois estes, mesmo que de forma menos desenvolvida, já viviam em sociedades. O homem da natureza é o homem primitivo, quando ainda vivia de forma parecida com os animais, seguindo seus instintos. O homem da natureza é puro porque não é racional. Assim, ele vive apenas para si mesmo e consigo mesmo. Ele apenas deseja e teme. As coisas boas que conhece (e deseja) são a comida, o sexo e o descanso. Ele teme a dor e a fome. O temor da morte ainda não existia, ele só veio quando o homem se distanciou do animal.

O homem da natureza de Rousseau era diferente do dos outros filósofos. Pois eles colocavam a razão como algo inerente à natureza humana. Já para Rousseau, o homem natural não é racional, ele é apenas instintivo. Contudo, para Rousseau, os animais também têm ideias e entendimento.

Para Rousseau, a piedade é o princípio ignorado por Hobbes em sua definição de estado de natureza. A natureza dotou a todos de piedade. É um instinto da espécie, que modera o amor próprio e faz com que nos identifiquemos com nosso semelhante. Em oposição à piedade existem as paixões violentas. Mas o homem da natureza não as tem, pois nesse estado todos os homens são iguais. Ou seja, no estado da natureza a liberdade e a igualdade entre os homens existem de fato.

Mas, com a evolução da espécie, o homem passou a viver em grupos e a dividir tarefas e, assim, os homens passaram a depender uns dos outros. Para Rousseau, quando um homem passou a depender do outro a igualdade desapareceu. A consequência da desigualdade é um estado de guerra, de todos contra todos. Assim, os vizinhos de uma área precisaram entrar em um acordo e estabelecer um contrato: o contrato social. Assim, nasceram as sociedades.

As sociedades se multiplicaram rapidamente. Para Rousseau, isso é negativo,

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