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Lawrence Kohlberg E A Teoria Da Moral.

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Por:   •  18/10/2013  •  1.609 Palavras (7 Páginas)  •  738 Visualizações

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Lawrence Kohlberg e a teoria da moral.

Lawrence Kohlberg, de origem Judaica, nasceu em Bronxville, Nova York, a 25 de Outubro de 1927. Em 1971, aos 59 anos, contrai um parasita tropical em Belize, enquanto fazia um trabalho transcultural. O facto de não aguentar o sofrimento que a doença lhe causou, leva-o acometer suicídio a 19 de Janeiro de 1987, em Boston.

Kohlberg foi professor de Psicologia do Desenvolvimento, na Universidade de Harvard bem como na Universidade de Chicago, onde se doutorou em Psicologia, com a Tese de Doutoramento sobre o Raciocínio Moral em Rapazes Adolescentes. Especializou-se na investigação sobre educação e argumentação moral, sendo reconhecido por ter desenvolvido a teoria dos níveis de Desenvolvimento Moral. Kohlberg aderiu, bastante cedo, a uma ética humanística, de influência Kantiana Influenciado pela teoria do desenvolvimento cognitivo, de Jean Piaget, em particular, o livro Le Jugement Morale Chez les Enfants, que leu enquanto estudante universitário, o seu trabalho refletiu e desenvolveu as ideias de seu predecessor, criando um novo campo na psicologia, o “Desenvolvimento Moral", ao qual dedicou toda a sua vida adulta.

Os seus estudos foram publicados, inicialmente, em revistas científicas e, mais tarde, reunidos em dois volumes, cada um com 500 páginas cada, em 1981 e 1983, na Harper and Row,. Dos seus inúmeros artigos publica dos em revistas, é possível destacar os seguintes: "The Child as Moral Philosopher", Psychology Today, Setembro de 1968, 25-30; "Moral Education and the New Social Studies", Social Education, XXXVII, 5, 1973, 369-75; "Moral Education in the Schools: A Developmental View",School Review, LXXIV, 1, 1996, 1-29.

A sua teoria tem sido usada como enquadramento teórico, em várias Teses de Mestrado e de Doutoramento, apresentadas em Universidades portuguesas, nas últimas duas décadas. Kohlberg foi considerado o trigésimo psicólogo mais famoso do século XX. Tendo fundado e dirigido o Center for Moral Education.

Desenvolvimento da teoria Kohlberg

Insatisfeito com a obra de Piaget, ainda que aceitasse a abordagem cognitivo-evolutiva, Kohlberg dedicou-se a redefinição dos estágios de desenvolvimento moral estabelecendo seu próprio esquema, criticando aspectos fundamentais da teoria piagetiana. Segundo Kohlberg, existem seis estágios em ordem invariável, como os de Piaget, em que se desenvolve a moralidade. Kohlberg trabalhou com população de até 16 anos procurando verificar a ocorrência desses estágios, utilizando-se do método clínico de Piaget, entrevistas e apresentações de histórias emparelhadas para serem comparadas e julgadas.

Diante dos dilemas cotidianos enfocava o estudo referente a qualidade do julgamento e não da escolha em si. Kohlberg cita os estágios para que o indivíduo tem que passar para evoluir, porém, para ele, muitos adultos não passam do 3º estágio, onde está presente as expectativas interpessoais mútuas, relacionamentos e conformidades interpessoais. E através de uma série de estudos e pesquisas, elaborou um esquema de desenvolvimento moral definido em três níveis e seis estágios.

Diante dos estudos empíricos é baixa a frequência de indivíduos que apresentam desempenhos correspondentes a estágios muito distanciados, Kohlberg realizou sua pesquisa observando 72 rapazes de classe média, da zona urbana, de Chicago, divididos em grupos de 10, 13 e 16 anos, chegando a definição dos estágios de desenvolvimento moral. Utilizou-se de entrevistas apresentando dilemas a um rapaz por vez. Percebeu então que há tendências etárias quanto ao raciocínio moral encontrado nas respostas, definindo os estágios baseando-se no modo como as crianças respondiam aos dilemas apresentados. Kohlberg também pesquisou crianças de classe média, da zona urbana do México e Taiwan, além de aldeias isoladas na Turquia e Yucatan. Concluiu que há uma sequência universal de estágios independentemente da cultura. E mesmo que exista diferença quanto às idades em que as crianças alcançam cada estágio, em diferentes culturas não foram detectadas diferenças importantes no desenvolvimento moral entre Católicos, Protestantes, judeus, Budistas e Ateus.

Em 1971, Kohlberg afirmou ter demonstrado que os estágios de desenvolvimento moral apresentam a característica de estrutura de conjunto e, tal resultado deve-se às pesquisas longitudinais Interculturais em corte universais. Além do que, este tipo de pesquisa comprovou a invariabilidade da sequência dos estágios. Entretanto, nem todos os indivíduos alcançam cada estágio de sequência com a mesma idade. Em todas as culturas, formas iguais de raciocínio moral podem ser detectadas. Segundo Kohlberg, estas formas é que são importantes e não o conteúdo do raciocínio. Kohlberg, em 1978, reviu sua obra e chegou à conclusão de que pode não haver um sexto estágio separado. Em estudos tanto de jovens americanos como de jovens turcos não havia indícios comprobatórios desse estágio . A conclusão de Kohlberg foi de que:

" ... meu sexto estágio foi principalmente uma interpretação teórica sugerida pela obra de figuras de elite como Martin Luther King, e não um conceito desenvolvimental empiricamente confirmando" (Bee & Mitchell, p. 288, 1984)

Em outras palavras, princípios éticos universais só orientam pouquíssimas pessoas extraordinárias, provavelmente aquelas que devotam a própria vida a causas humanitárias. Resumo de um dilema usado por Kohlberg, o mais conhecido:

"A esposa de um homem (Heinz) está morrendo. Há só um medicamento que pode salvá-la, mas é muito caro e o farmacêutico não o vende a preço baixo o suficiente para que o marido possa comprá-lo. Deve o homem roubar o medicamento para salvar a vida da esposa? Por quê?"

Quadro sintético dos níveis de desenvolvimento

NÍVEL UM : MORALIDADE PRÉ CONVENCIONAL Nesse primeiro nível de desenvolvimento, o julgamento moral da criança se baseia em critérios externos, como se ela vai ou não ser castigada. Os padrões de certo e errado parecem absolutos a essa criança, já que são dispostos por figuras de autoridade inquestionável: os pais.

Estágio 1 (moralidade heterônoma) - orientação para obediência e castigo; a criança pequena não tem respeito pela autoridade, apenas reconhece que os pais são mais poderosos; a definição da criança do certo e o errado está vinculada à noção de que uma pessoa deve obedecer às ordens para que possa evitar punição.

Estágio

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