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O cômico

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Por:   •  30/6/2013  •  1.206 Palavras (5 Páginas)  •  469 Visualizações

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Resumo do comico

Foi Aristóteles que afirmou que o riso era especificamente humano. Foi Bergson quem interpretou o riso como a reacção decorrente da perturbação das exigência plástica de adaptação à vida. A doutrina de Bergson exprime esse incomparável “esprit de finesse” que a sua filosofia tão admiravelmente revela. E comprova-nos, à saciedade, a suspeita que nos assaltou quando começamos a fazer leituras mais nutridas sobre este admirável tema : a suspeita de ser o riso uma coisa muito séria.

Porém,o mais das vezes, os tomará como instrumentos ou os manobrará como fantoches. Examinemos de perto: veremos que a arte do autor cômico consiste em nos dar a conhecer tão bem esse vício, e introduzir o espectador a tal ponto na sua intimidade, que acabemos por obter dele alguns fios dos bonecos que ele maneja; passamos então também a manejá-los, e uma parte do nosso prazer advém disso.

A construção de personagens cômicos se dá pela rigidez. O rígido é algo previsível. Tem ausência de maleabilidade, daí ser engraçado. Por que não se adapta.

Portanto, ainda nesse caso,é precisamente uma espécie de automatismo o que nos faz rir. E trata-se ainda de um automatismo muito próximo do simples desvio. Para nos convencermos disso, bastará observar que um personagem cômico o é, em geral, na exata medida em que se ignore como tal. O cômico é inconsciente.

O chiste apresenta duas fontes de prazer: a verbalização, no jogo das palavras com o arbitrário do significante ou no nonsense, e o prazer de escapar da censura, de dizer o que se quer dizer sob disfarce.

O processo do chiste na primeira pessoa acarreta prazer pela suspensão da inibição e diminuição de toda a despesa local, todo gasto de energia associado à inibição, mas não consegue chegar ao fim, a uma “conclusão” se não tiver incluído nele alguém que o escute para que seja possível a obtenção de um alívio geral pela descarga.

Freud aborda os chistes, seus vários mecanismos, associando-os aos do sonho- condensação e deslocamento- e à própria neurose.

Nos chistes é sublinhado o jogo de palavras, o aparente nonsense, a destituição de sentido remetendo, a posteriori, a uma nova representação, a um outro significante para o sujeito.

O chiste promove um desconcerto, no entanto, é sucedido por um esclarecimento.

Em alguns tipos de chistes, um de seus motores, é a dificuldade do sujeito em criticar ou com a agressividade direta etc. É possível apenas através de um projeto tortuoso a liberação dessa energia.

Enquanto, no que denominamos cômico, não há necessidade da comunicação, no chiste há uma necessidade de contá-lo a alguém, necessidade ligada, imprescindivelmente, à elaboração do próprio chiste a partir dos obstáculos da razão.

A comicidade, segundo Bergson, dirige-se a inteligência pura. É preciso produzir, intelectualmente, uma certa distancia afetiva de uma situação, para se poder rir dela. O riso é incompatível com a emoção; é uma forma de crueldade diante de situações que, vistas por um ângulo afetivo, despertariam antes piedade. O riso é impiedoso.

Freud, em o Chiste, dedica um pequeno parágrafo a ironia.

O chiste não se realiza sozinho e só se conclui com a comunicação da idéia a alguém. Na propria estruturação do chiste encontraríamos três pessoas: o autor, aquele a quem o chiste vem; a segunda pessoa sobre quem o chiste versa ou seu objeto e a terceira pessoa, aquela que o escuta. Apesar do prazer envolvido em sua elaboração, a própria pessoa a quem ocorre o chiste não consegue rir dele, ela prescinde da pessoa que foi objeto do chiste, mas não prescinde de alguém para escutá-lo. É exatamente a terceira pessoa a quem é comunicado o resultado do chiste. A terceira pessoa avalia a “tarefa da elaboração do chiste”, incidindo em uma espécie de julgamento dos propósitos dele, portanto, é preciso que exista nela “benevolência” e neutralidade, “ausência de qualquer fator” que possa inibir sua comunicação. O chiste exige uma platéia própria. É necessário um “acordo psíquico” entre o autor e aquele que o escuta, as mesmas inibições internas só superadas com a conclusão do chiste. O ouvinte quando escuta deve ter o hábito de erigir semelhante inibição a que a primeira pessoa superou para elaborá-lo, é isto que provoca o riso.

Freud diz que o chiste e o cômico se distinguem antes de tudo pela sua localização psíquica [inconsciente e pré-consciente] (GW VI, 237) e pela economia de gasto psíquico exigida ora pela inibição (caso do chiste), ora pela representação

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