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Os Africanos Que Propuseram Ideias Iluministas

Por:   •  30/10/2018  •  Artigo  •  578 Palavras (3 Páginas)  •  174 Visualizações

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Os africanos que propuseram ideias iluministas antes de Locke e Kant - DAG HERBJORNSRUD

A crença na razão, na ciência, no ceticismo, no secularismo e na igualdade são os ideais do iluminismo, e são, de fato, a base de nossas democracias e universidades no século 21 quando em comparação com outros períodos.

De acordo com a história, a origem do iluminismo vem do "Discurso do Método", de René Descartes, seguindo por John Locke, Isaac Newton, David Hume, Voltaire e Kant, chegando ao fim com a Revolução Francesa.

No entanto, estes não são os únicos pensadores. Zera Yacob, etíope e de família pobre, desenvolveu de 1630 a 1632 - dentro de uma caverna - sua filosofia racionalista. Yacob acreditava que todos os homens são iguais, inteligentes, uma vez que são criaturas. Ele criticou todas as religiões e doutrinas e combinou essas opiniões com sua crença pessoal em um criador divino, afirmando que a existência de uma ordem no mundo faz dessa a opção mais racional.

Em "Hatäta", Yacob propõe uma investigação baseada na razão e na racionalidade científica, uma vez que seus contemporâneos aceitavam as palavras de astrólogos e videntes só porque seus antecedentes o faziam. Ele propõe um método mais agnóstico e inquisitivo, impulsionando um discurso iluminista sobre a subjetividade da religião, mesmo continuando a crer em algum tipo de criador universal.

Em seu quinto capítulo, apresenta um argumento universal contra a discriminação e compra de um ser humano como se este fosse um animal, ressaltando a igualdade entre todos os homens. Tais palavras foram escritas décadas antes de Locke.

Em seguida, autor ressalta que, após ter lido a obra de Yacob, teve acesso a um livro raro, de um filósofo chamado Anton Amo, cujo nascimento é datado apenas um século depois de Yacob.  Em sua tese, Amo discutiu questões a respeito de outras teologias, incluindo a dos turcos e dos "pagãos". O trabalho não pode ser encontrado atualmente, no entanto há um artigo curto no jornal semanal de Halle de novembro de 1729 sobre o debate público de amo. De acordo com esse texto, Amo apresentou argumentos contra a escravidão, fazendo alusão ao direito romano, à tradição e à razão.

A filosofia de Amo é mais teórica que a de Yacob, porém ambas compartilham uma visão iluminista da razão, tratando todos os humanos como iguais. Amo, em "Sobre a Impassividade da Mente Humana", trata da ideia de que existe uma diferença absoluta de substância entre a mente e o corpo. Segundo o filósofo contemporâneo Kwasi Wiredu, Amo favorece a metafísica dos akan e o idioma de sua primeira infância, segundo os quais sentimos dor com nossa carne e não com nossa mente.

Amo argumenta que as afirmações de Descartes sobre o corpo e a mente contrariam sua própria visão, e conclui sua tese dizendo que não devemos confundir as coisas que fazem parte desses dois aspectos, pois aquilo que opera a mente só deve ser atribuído à mente.

Em seu trabalho mais profundo, trata das intenções da mente e das ações humanas como sendo naturais, racionais ou de acordo com uma norma. Ele desenvolve suas ideias declarando que o aprendizado real é a cognição das coisas em si, e assim tem sua base na certeza da coisa conhecida.

A partir do trabalho desses dois filósofos iluministas (Zera Yacob e Anton Amo), pode-se concluir que é preciso repensar a Idade da Razão dentro da filosofia e da história das ideias, e repensar também a posição de ambos os pensadores entre os filósofos da Era das Luzes.

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