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Os Clássicos da Política (Maquiavel, Hobbes, Locke e Rousseau)

Por:   •  13/4/2017  •  Trabalho acadêmico  •  3.663 Palavras (15 Páginas)  •  1.050 Visualizações

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Os Clássicos da Política (Maquiavel, Hobbes, Locke e Rousseau)

1.        A lógica da política nada tem a ver com as virtudes éticas dos indivíduos em sua vida privada. O que poderia ser imoral do ponto de vista da ética privada pode ser virtù política. Maquiavel inaugura a ideia de valores políticos medidos pela eficácia prática e pela utilidade social, afastando dos padrões que regulam a moralidade privada dos indivíduos. A partir desse ponto de vista, busque na obra do autor exemplos dessa distinção, entre princípios éticos e valores políticos, e a partir deles, e levando em conta os argumentos utilizados, tente explicar o fato de Maquiavel ter sido tratado como autor maldito.

Trechos extraídos do livro: Maquiavel, Nicolau. O príncipe. Trad. de Mário e Celestino da Silva. 3ª ed. Rio de Janeiro, Ed. Vecchi, 1955.

" Na verdade, quem num mundo cheio de perversos pretende seguir em tudo os ditames da bondade, caminha inevitavelmente para a própria perdição. Daí se infere que um príncipe desejoso de conserva-se no poder tem de aprender os meios de não ser bom e a fazer uso ou não deles, conforme as necessidades". (cap. XV)

" Saiba-se que existem dois modos de combater: um com as leis, outro com a força. O primeiro é próprio do homem, o segundo dos animais. Não sendo, porém, muitas vezes suficiente o primeiro, convém recorrer ao segundo. Por conseguinte, a um príncipe é mister saber comportar-se como homem e como animal". (cap. XIII)

" Alexandre VI durante a sua vida só fez enganar os homens, só pensou nos meios de os induzir em erro, e sempre achou oportunidades para isso. Nunca houve quem com maior eficácia e mais solenes juramentos soubesse afirmar uma coisa e que menos a observasse do que ele. Apesar disso, as suas tramoias sempre surtiram efeito, porque ele conhecia bem aquele aspecto da humanidade". (cap. XVIII)

Maquiavelismo e Maquiavélico, são expressões muito usadas pelos populares. Maquiavelismo indica um modo de agir, na vida política, ou em qualquer setor da vida social, implicando o uso do engano mais do que da violência, já Maquiavélico é considerado como aquele que quer se mostrar como um homem que inspira sua conduta em princípios morais, quando na realidade os mesmos perseguem fins egoísticos. Ambas as expressões nasceram e se perpetuam a anos devido ao livro escrito por Maquiavel, "O príncipe", onde encontramos a união entre ideologia política e a ciência política.

Em síntese, o livro é um manual para governantes que visa auxiliar um novo príncipe a manter o poder e o controle no seu Estado, apresentando exemplos de situações, com as possíveis soluções para tais problemas. Nesta obra, o autor tenta explicar que para o príncipe chegar ao poder, terá que existir uma união entre destino e seus valores, mas que para conservá-lo terá de agir com sutileza, astúcia e as vezes crueldade, sendo assim Maquiavel concebeu as obras humana como algo concreto e definidor da natureza humana, ou seja, ele simplesmente fez da prática uma teoria. Tal genialidade ainda perpetua e vem atormentando a humanidade ao longo de quatro séculos, desmascarando o pseudo-moralismo ocidental consolidado sobre os dogmas cristãos.

2.        “E os pactos sem espada não passam de palavras, sem força para dar qualquer segurança a ninguém”.“Os principais alicerces de qualquer Estado, seja ele novo, velho ou misto, consistem nas boas leis e nos bons exércitos”. “É que os homens geralmente são ingratos, volúveis, simuladores, covardes ante os perigos e ambiciosos de dinheiro. [...]. E o príncipe, se confiou plenamente em palavras e não tomou outras preocupações está arruinado.A primeira frase, de Hobbes, e as duas seguintes, de Maquiavel, possibilitam aventar um certo diálogo entre os autores. Colocando as frases no seu devido contexto, analise como cada um deles entende as relações entre as leis e o poder coercitivo do Estado.  

Maquiavel e Hobbes estão entre os pensadores políticos cujas contribuições atravessam o tempo. Mesmo em séculos diferentes, ambos se preocuparam com a questão do Estado e do poder, com visões e ângulos diferentes. Maquiavel no séc. XVI, insere o Estado e sua forma de governança no centro do pensamento político, em uma época onde a igreja detinha grande parte da ordem política, para ele entender a natureza dos seres humanos, era fundamental para estabelecer uma proximidade entre o indivíduo e o poder. Aquele que buscava o poder, que controlava e distribuía, representava o homem que possuía a seu alcance o que havia de melhor, entre as conquistas humanas, pois ele acreditava que a ordem política era palco para a exibição da verdadeira virtude. Virtù significava a qualidade do homem lutador e guerreiro, imagem que Maquiavel acreditava ser necessária à ordem política para sua eficaz auto-realização.

Para Hobbes, pensador do séc. XVII, o Estado surge pela motivação básica do homem, com o medo pela morte violenta. Essa violência provêm de seres humanos que se atacam e se matam, acabando com a vida, nosso valor mais importante, esse pavor é uma lei básica da natureza e todos os homens tendem a procurar segurança para evitar essa morte, é com base nesse contexto que Hobbes desenvolve o seu argumento sobre o surgimento do Estado.

Hobbes, não busca como Maquiavel regras técnicas que permitem conquistar e depois conservar o poder, ele procura usar o poder político como uma ferramenta a serviço da paz, da segurança e do bem-estar, encontrando uma forma mais eficaz de concentrar todo o poder nas mãos de um único homem, o soberano. Cabe ressaltar também, que para ele, a ordem natural das coisas é substituída por uma ordem artificial, voltada para a concepção de uma vida mais segura.

3.        “Consideramos estas verdades como evidentes por si mesmas, que todos os homens foram criados iguais, foram dotados pelo Criador de certos direitos inalienáveis, que entre estes estão a vida, a liberdade e a busca da felicidade. Que a fim de assegurar esses direitos, governos são instituídos entre os homens, derivando seus justos poderes do consentimento dos governados; que, sempre que qualquer forma de governo se torne destrutiva de tais fins, cabe ao povo o direito de alterá-la ou aboli-la e instituir novo governo, baseando-o em tais princípios e organizando-lhe os poderes pela forma que lhe pareça mais conveniente para realizar-lhe a segurança e a felicidade”.

Este texto, retirado da Declaração de Independência dos Estados Unidos, mais do que semelhanças, aponta para uma influência direta do pensamento de John Locke. Discutindo o pensamento desse autor, a) aponte para as possíveis convergências entre os textos do autor e a Declaração, e; b) discuta a ideia de direito natural presente nesse autor.

Podemos observar diversos pontos em comum entre os textos de Locke e a declaração de Independência do Estados Unidos, como nos exemplos abaixo, retirados do seus próprios textos:

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