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Por Que não Sou Cristão? Russel

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Por:   •  16/6/2014  •  10.408 Palavras (42 Páginas)  •  239 Visualizações

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BERTRAND RUSSELL

PORQUE NÃO SOU CRISTÃO

E OUTROS ENSAIOS SOBRE RELIGIÃO

E ASSUNTOS CORRELATOS

© 1957

COM UM APÊNDICE SOBRE O

Caso Bertrand Russell

TRADUÇÃO:

Brenno Silveira

TÍTULO ORIGINAL:

Why I am not a Christian

and other essays on religion and related subjects

LIVRARIA EXPOSIÇÃO DO LIVRO

© 1972

ÍNDICE

INTRODUÇÃO 3

PREFÁCIO 7

1. PORQUE NÃO SOU CRISTÃO 9

2. TROUXE A RELIGIÃO CONTRIBUIÇÕES ÚTEIS A CIVILIZAÇÃO? 20

3. AQUILO EM QUE CREIO 33

4. SOBREVIVEMOS À MORTE? 54

5. PARECE, MADAME? NÃO, É 57

6. DOS CÉTICOS CATÓLICOS E PROTESTANTES 63

7. A VIDA NA IDADE MÉDIA 68

8. O DESTINO DE THOMAS PAINE 71

9. AS PESSOAS DISTINTAS 79

10. A NOVA GERAÇÃO 84

11. A NOSSA ÉTICA SEXUAL 90

12. A LIBERDADE E OS ‘COLLEGES’ 96

13. ‘A EXISTÊNCIA DE DEUS’: UM DEBATE ENTRE B. RUSSELL & P.F.C. COMPLESTON 103

14. PODE A RELIGIÃO CURAR NOSSAS PREOCUPAÇÕES? 122

15. RELIGIÃO E MORAL 128

APÊNDICE (COMO B. RUSSELL FOI IMPEDIDO DE ENSINAR NO CITY COLLEGE DE N.Y.) 129

INTRODUÇÃO

Bertrand Russell tem sido, durante toda a sua vida, um escritor fecundo, e alguns de seus melhores trabalhos se encontram em pequenos opúsculos e em artigos publicados em diversos periódicos. Isto é particularmente verdade quanto ao que se refere às suas discussões acerca da religião, muitas das quais pouco conhecidas, fora de certos círculos racionalistas. Neste volume, reuni vários desses ensaios sobre religião, bem como outros escritos, entre eles “A Liberdade e os Colleges” e “A Nossa Ética Sexual”, temas que ainda hoje apresentam grande interesse.

Embora sumamente acatado pelas suas contribuições a assuntos puramente abstratos, tais como a lógica e a teoria do conhecimento, pode-se bem supor que Russell será igualmente lembrado, em anos vindouros, como um dos maiores heréticos em questões de moral e de religião. Jamais foi filósofo puramente técnico. Interessou-se sempre profundamente pelas questões fundamentais a que as religiões deram suas respectivas respostas: questões relativas ao lugar do homem no universo e à vida virtuosa. Tratou dessas questões com a penetração, a graça e a eloqüência de sempre, exprimindo-se na mesma prosa cintilante que tomou famosos os seus outros trabalhos. Tais qualidades transformam, talvez, os ensaios incluídos neste livro na mais comovente e encantadora exposição do ponto de vista do livre-pensador, desde os tempos de Hume e Voltaire.

Um livro de Bertrand Russell sobre religião seria, em qualquer ocasião, digno de ser publicado. No momento atual, em que presenciamos uma campanha em favor do renascimento da religião, efetuada com todas as facilidades proporcionadas pelas modernas técnicas de propaganda, uma nova exposição do caso dos incrédulos parece-nos particularmente desejável. De todos os lados e em todos os níveis intelectuais, altos, baixos e médios, vimos sendo bombardeados, há muitos anos, pela propaganda ideológica. A revista Life assegura-nos, num de seus editoriais, que, “salvo quanto ao que se refere a materialistas e fundamentalistas dogmáticos”, a guerra entre a evolução e a fé cristã “já terminou há muitos anos”, e que a própria ciência... “desaprova a idéia de que o universo, a vida ou o homem pudessem haver evoluído por puro acaso”. O Prof. Toynbee, um de seus mais dignos apologistas, diz-nos que “não podemos enfrentar o desafio comunista numa base secular”. Norman Vincent Peale, Monsenhor Sheen e outros professores de psiquiatria religiosa, exaltam as bênçãos da fé em colunas de jornais lidas por milhões de pessoas, em livros que são best-sellers e em programas semanais de rádio e televisão de âmbito nacional. Políticos de todos os partidos, muitos dos quais não se distinguiam de modo algum por sua piedade antes de concorrer a cargos públicos, fazem questão de ser conhecidos como zelosos freqüentadores de igreja e não deixam jamais de referir-se a Deus em seus eruditos discursos. Fora das salas de aula dos melhores colégios, o lado negativo desta questão quase nunca é apresentado.

Um livro como este, com sua inflexível afirmação do ponto de vista secularista, é hoje tanto mais oportuno quanto é verdade que a ofensiva religiosa não se restringiu à propaganda em grande escala. Nos Estados Unidos, assumiu também a forma de numerosas tentativas, muitas das quais bem sucedidas, no sentido de solapar a separação existente entre a Igreja e o Estado, como o prevê a Constituição. Tais tentativas são em número demasiado elevado para que aqui as pormenorizemos; mas talvez duas ou três ilustrações indiquem suficientemente tal tendência perturbadora, que, caso não seja refreada, converterá em cidadãos de segunda classe aqueles que se opõem à religião tradicional. Há poucos meses, por exemplo, um subcomitê do Congresso incluiu, numa Resolução Conjunta, a surpreendente proposição de que a “lealdade a Deus” seja qualificação essencial para um melhor serviço governamental. “O serviço de qualquer pessoa, em qualquer capacidade, no governo ou sob as ordens do mesmo”, afirmam, oficialmente, os legisladores, “deveria caracterizar-se por devoção a Deus”. Esta resolução não é ainda lei, mas poderá

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