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Pre-socratico

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Por:   •  18/3/2014  •  Resenha  •  3.371 Palavras (14 Páginas)  •  602 Visualizações

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A filosofia pré-socrática se desenrolou num espaço de quase dois séculos. Mais precisamente, os primeiros filósofos escreveram e ensinaram entre os anos 585 a.e.c. - data do eclipse, previsto por Tales,- e 410 a.e.c. quando Sócrates já atuava, orientando o interesse para a filosofia moral.

Desde então muito se altera na situação do pensamento grego, o qual passou a se centralizar, pelo menos um século, em Atenas.

Foram os primeiros filósofos do mundo ocidental que se tem notícia, são chamados assim pelo fato se antecederem àquele que foi talvez o mais famoso e importante de todos os filósofos da humanidade, Sócrates. Surgiram fora da Grécia propriamente dita, nas prósperas colônias gregas da Ásia Menor, do Egeu (Jônia) e da Itália meridional, da Sicília, favorecido sem dúvida na sua obra crítica e especulativa pelas liberdades democráticas e pelo bem-estar econômico.

O legado desses primeiros filósofos que nos chega aos dias de hoje são apenas fragmentos de suas obras. São chamados de filósofos da natureza, por investigarem os processos naturais e por buscarem uma matéria única, mínima e homogênea que seria comum a todas as coisas. Romperam com a visão mítica e religiosa da natureza que prevalecia na época, adotando uma forma científica de pensar. Eram poetas, profetas desprendidos que qualquer luxo citadino ou demais coisas materiais, dedicando-se explicitamente ao estudo da Natureza.

Alguns se propuseram a explicar as transformações dos processos naturais. Tinham preocupação cosmológica. A maior parte do que sabemos desses filósofos é encontrada na doxografia de Aristóteles, Platão, Simplício e na obra de Diógenes Laércioséc. III d.e.c., Vida e obra dos filósofos ilustres. A partir do séc. VII a.ec., há uma revolução monetária da Grécia, e advêm a ela inovações científicas. Isso colaborou com uma nova forma de pensar, mais racional. Os pré-socráticos inspiraram a interpretação de filósofos contemporâneos como Nietzsche, que nos iluminou com a sua obra. A filosofia na época trágica dos Gregos e Hegel, que aplicou seu sistema na história da filosofia.

Os Pré-Socráticos conviveram com um pensamento grego cuja característica fundamental do pensamento estava na solução dualista do problema metafísico-teológico, na solução das relações entre a realidade empírica e o Absoluto que a explique, entre o mundo e Deus.

O período pré-socrático se redivide em fases e em escolas. As fases do período pré-socrático não se apresentam claras, podendo-se falar em fase antiga e fase nova. As escolas são determinadas bastantepela diferença de região, mas também pela diretriz doutrinária. No Oriente grego as escolas são mais empiristas ou racionalistas moderadas, e as do Ocidente (ou Itália), são mais racionalistas, e mesmo racionalistas radicais.

Didaticamente se insiste mais na divisão do período pré-socrático em escolas, que em suas fases de desenvolvimento. A divisão por escolas foi bastante condicionada pelas regiões geográficas, todavia não inteiramente.

São escolas pré-socráticas:

 Escola jônica, a mais antiga, redividida, em fases, - escola jônica antiga, escola jônica nova, a que se acrescentam os seus epígonos;

 Escola itálica, ou pitagórica, no Ocidente;

 Escola eleática, também no Ocidente;

 Escola atomista, na Grécia continental.

A divisão pelos autores é importante na filosofia pré-socrática, por causa do caráter fragmentário das informações e dúvida sobre muitas de suas idéias. Passamos a arrolar os filósofos pré-socráticos, distribuindo-os pelas suas escolas e seqüência cronológica.

Escola jônica

A escola Jônica originou-se na cidade de Mileto, na costa da Ásia Menor, que, por ser um centro mercantil, estava em contato constante com as antigas civilizações orientais. Pertencem à cultura cosmopolita desta cidade três filósofos: Tales, Anaximandro e Anaxímenes.

Mileto, Berço da Filosofia - Tudo começou na Ásia Menor, na parte então ocupada pelos gregos, quando ali prosperava uma federação de 12 cidades jônicas, entre as quais Mileto, a que se situava mais ao sul, em uma baía de fácil acesso.

Inicialmente, a partir do séc. VIII a.e.c era Mileto a mais próspera das mencionadas cidades.

Era ainda uma cidade grega independente, quando nela se celebrizou Tales, como primeiro filósofo. Continuava ainda independente, no curso da vida de seus sucessores Anaximandro e Anaxímenes, e escrevem os historiadores Cadmo e Hecateo.

Depois da conquista persa de toda a Ásia Menor, acontecida em 548 a.e.c., continua ainda a prosperidade de Mileto. Mas, em494 a.e.c., quando a cidade se fez o centro principal da frustrada revolução contra o domínio da Pérsia, foi destruída. Embora se fizesse a reconstrução, Mileto jamais retomará a antiga prosperidade e importância. Nem voltarão a ela os filósofos.

Os outros filósofos jônicos, que por contraste formarão a Escola Jônica nova, nascerão mais ao norte de Mileto, e foram: Heráclito de Efeso, Anaxágoras de Clasomene. A eles se anexou, por homogeneidade de pensamento, o ocidental Empédocles de Agrigento, situado cronologicamente entre os dois precedentes.

Ainda outros filósofos nascerão na Jônia: Pitágoras de Samos, Melisso de Samos, Xenófanes de Colófon. Estes emigrarão para o Ocidente, ou seja para as então cidades gregas no Sul da Itália, onde formavam a assim chamada Magna Grécia..

A destruição da cidade em tempo tão antigo resultou também na perda de todos os documentos de sua história. Quase nada restou para reconstruir a história de sua cultura e de suas relações com as demais cidades gregas de em torno do Mediterrâneo.

A expressão de Teofrasto, que diz "antecessores de Tales" é muito genérica. Poderá significar os teólogos dos mitos e não os filósofos.

O livro hipocrático Sobre as semanas expõe 11 doutrinas físicas, que apresentam o aspecto de transição da física milésia à física pitagórica. Eis uma informação genérica sobre um efetivo contato entre a Jônia e a Itália. Efetivamente se sabe, que da Jônia saíram para o Ocidente Pitágoras de Samos e Xenófanes de Colófon.

O primeiro problema filosófico enfrentado pela Escola Jônica foi saber qual é a origem, o princípio, qual a substância primordial (a arché, em grego) de tudo que existe. Pela primeira vez o homem busca explicação da natureza dentro da natureza. Este comportamento leva

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