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RELATÓRIO SOBRE A APLICAÇÃO DE RELAÇÕES

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Por:   •  11/4/2014  •  Seminário  •  2.250 Palavras (9 Páginas)  •  335 Visualizações

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LIFICAÇÃO: RELATO DE EXPERIÊNCIA DE INCLUSÃO

Nanci Ramos Schmidt

Centro Educacional SESI 290 de Pirassununga

É bastante alentador falar sobre o desafio de inclusão. Sobre isso, no sistema educacional cabe à escola se adaptar às necessidades dos alunos e não aos alunos se adaptarem ao modelo da escola. Em absoluto pretende-se assumir , nesse artigo, caráter de especialidade, mas relatar a experiência de professores que se deparam com necessidades educativas especiais e enfrentam o desafio de incluir alunos não apenas na turma da escola, mas na vida.

A realização crescente de eventos sobre Educação de jovens e Adultos tem favorecido uma efetiva política de inclusão de uma parcela da população ainda à margem do direito à educação. Essa política de inclusão , no espaço escolar, requer rever paradigmas e desenvolvimento do potencial das pessoas, respeitando as diferenças e atendendo as necessidades. A escola, por conta de sua função social, precisa colocar-se à disposição do aluno, tornando-se espaço inclusivo.

O conceito de escola inclusiva implica uma nova postura da escola comum, que propõe no projeto pedagógico, no currículo, na metodologia de ensino, na avaliação e na atitude dos educadores __ações que favoreçam a interação social .

Em consonância com as diretrizes emanadas pela legislação de ensino vigente no país e , considerando-se as peculiaridades de rede escolar SESI-SP, a Gerência de Supervisão de Ensino, da Diretoria da Educação Básica do SESI- SP, construiu os princípios articulados que deverão permear a prática docente de um novo fazer pedagógico para o Ensino Fundamental. Entre os princípios, destaca-se o primeiro: “Inclusão de todos, Igualdade de condições no processo e no ponto de chegada”, que deve ser possibilitado pela unidade escolar, tendo como ponto de partida o reconhecimento da diversidade dos alunos através de uma prática pedagógica que propicie oportunidades para o pleno desenvolvimento de todos os educandos.

Assim sendo, houve uma experiência de um desafio de qualificação que com sucesso efetivou a inclusão de um aluno no processo Ensino e Aprendizagem na rede SESI de Educação, Centro Educacional - 290 do município de Pirassununga/SP.

Nessa escola, essa experiência de caráter interdisciplinar, após a mudança no sistema educacional, assumiu o papel de propiciar ações, que definidas em seu currículo, são opções por práticas heterogêneas e inclusivas. Não há a intenção de relatar todo o processo que se realiza com diversos alunos, mas especificamente descrever a inserção incondicional de um aluno: Josimar Francisco Soares Sabará, o qual tive a oportunidade de tê-lo como aluno quando ele tinha 10 anos ( 1997) e atualmente com 16 anos. Observa-se , nesse ano de 2003, o progresso e muita dificuldade que ele teve em seu desempenho de aprendizagem durante os anos anteriores. Para melhor compreensão, relata-se a seguir a apreciação sobre o rendimento escolar desse aluno .

Em 1995 o aluno estudava na Escola estadual “Professor Dr. René Albers, situada em uma vila da periferia da cidade. Naquela época , o curso freqüentado era o Ciclo Básico. No final do semestre desse ano, a professora descreve o seguinte desempenho do aluno:

“O aluno domina o traçado das letras, encontra-se na fase pré-silábica. Conhece e nomeia algumas letras do alfabeto”.

Final do 2º. Semestre desse mesmo ano, na mesma escola e mesma professora:

“Conhece as letras do alfabeto e algumas sílabas dadas, mas ainda não consegue juntá-las para formar palavras”.

Em janeiro de 1996 ele é transferido para o Centro Educacional SESI 290 em Pirassununga. Começa a cursar a 1ª. Série do Ensino Fundamental e é aprovado com média 6.0. Não há observação sobre o desempenho de Josimar no referido ano letivo.

Em 1997, na 2ª. Série B do Ensino Fundamental fazia parte de uma turma que era bastante heterôgenea. Josimar era muito querido pelos colegas. Naquela ano eu , professora da turma, observei que ele apresentava um grande conflito em relação à leitura: ele não distinguia letras , sílabas, não lia nada além do próprio nome. Porém , resolvia cálculos com bastante habilidade ( oralmente e/ ou registrava apenas números e resolvia situações – problema , desde que fosse lido para ele ).

Curiosamente, já se falava na teoria das inteligências múltiplas de Howard Gardner ( 1994), mais uma vez em meios acadêmicos e distante das realidades escolares. Se tivesse feito um estudo sobre a forma de inteligência lógico-matemática, citada por esse autor, poderia considerar e trabalhar a partir do raciocínio indutivo e dedutivo sobre números que o aluno apresentava. Infelizmente, não cheguei a contemplar essa lógica de pensamento que o aluno possuía , aliás, no sistema educativo como estava organizado, privilegiava , nitidamente, que todos podiam aprender as mesmas coisas da mesma maneira. A experiência que obtive é que na Educação não há tempo de espera para renovar-se , mas de busca o tempo todo para transformar e transcender as necessidades que têm os alunos . Urge uma multiplicidade de modos diferentes na sala de aula, avaliar a aprendizagem com uma variedade de meios igualmente diversificados, significando servir melhor toda a vasta e variada gama de estudantes que freqüentam as escolas e com isso, talvez contribuir ao crescimento da sociedade inteira. Talvez isso possa justificar a minha participação nesse congresso de leitura, especialmente nesse encontro Prática de leitura, Gênero e Exclusão.

Mas , naquela ano, a diferença não foi identificável e nada foi feito para aproveitar as condições que o aluno apresentava para criar uma aprendizagem múltipla, que levasse igualdade no processo de ensino. Quando , individualmente era o momento de ler alguma coisa, ele se desesperava, chorava muito e sempre assinava avaliações e entregava “em branco”, pois não conseguia ler absolutamente nada.

Naquela ano, a organização desse C.E. era em série; como ele não atingira os objetivos propostos, foi reprovado. Embora tivesse iniciado o processo de alfabetização, não consegui torná-lo alfabético e ficou retido na mesma série.

Lembro-me da angústia em não conseguir resolver aquele problema e a falta de experiência em relação ao processo de inclusão , embora já fosse conhecido, também em meios acadêmicos, o aspecto inovador da Declaração de Salamanca, que conforme seu próprio texto afirma ( UNESCO, 1994), essa Conferência:

“proporcionou uma oportunidade

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