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RELAÇÕES DE PODER Construção Civil E O Poder De Foucault

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Por:   •  25/9/2013  •  1.498 Palavras (6 Páginas)  •  1.337 Visualizações

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2 FOUCAULT E O PODER

Foucault não criou uma teoria do poder propriamente dita. Ele apenas expressou suas opiniões, analises e descobertas em muitas de suas obras através de observações sobre hospícios, a loucura, sexualidade, prisões, etc. Nas mesmas ele acaba delimitando seu funcionamento e expondo as ações e os efeitos do poder. Ele escreveu por volta de 27 livros. Em um desses livros ele demonstra qual a sua visão do que é o poder e a influencia dele sobre a sociedade e o ser humano a partir de analises e comparações. Isso se repente em vários outros, principalmente Vigiar e Punir, História da sexualidade e Microfísica do Poder, o que faz com que Foucault, involuntariamente, crie sua própria Teoria de Poder a qual ele sempre negou como teoria. "A questão do poder se espraia, pois ao longo de todas essas analises, [o filosofo] forma um só todo com elas", sendo-lhes, pois, imanente e, por isso mesmo, indissociável (FONTANA e BERTANI, 1999, p.331)

Em uma de suas aulas no Collège de France ele afirmou que "o como" do poder era o que procurava desde o inicio descobrir. Foucault queria entender de que forma o poder funcionava e como ele agia. Queria saber e explicar a quem ele afetava e por que. Assim, aos poucos, foi moldando uma ideia de poder que tentou expressar em seus livros e trabalhos e que se tornou extremamente conhecida e lembrada.

Foucault afirmava que o poder não podia ser dividido entre o "rei" e seus "súditos". Mas também afirmava que o poder não é um "fenômeno de dominação maciça" e sim algo cíclico, algo que funciona em cadeia, pois o indivíduo está sempre em posição de exercer o poder e de sofrer sua ação. Para Foucault "o poder não se aplica aos indivíduos, passa por eles". Ele acreditava existam correlações de força e afirmava que diferentes operadores de dominação se apoiam uns nos outros, em alguns casos se fortalecem e em outros se anulam e também que o poder é onipotente "o poder está em toda parte, não porque englobe tudo, mas porque está em todas as partes.”.

[...] que o poder não é algo que se adquire, arrebate ou compartilhe, algo que se guarde ou deixe escapar; o poder se exerce a partir de inúmeros pontos e em meio a relações desiguais e móveis; que as relações de poder não se encontram em posição de exterioridade com respeito a outros tipos de relações [...] mas lhe são imanentes [...]; que o poder vem de baixo; isto é, não há, no princípio das relações de poder, e como matriz geral, uma oposição binária e global entre os dominadores e os dominados, dualidade que repercute de alto a baixo e sobre grupos cada vez mais restritos até as profundezas do corpo social [...]; que as relações de poder são, ao mesmo tempo, intencionais e não subjetivas. Se, de fato, são inteligíveis, não é porque sejam efeito, em termos de causalidade, mas porque atravessadas de fora a fora por um cálculo: não há poder que se exerça sem uma série de miras e objetivos. Mas isso não quer dizer que resulte da escolha ou da decisão de um sujeito, individualmente [...]; que lá onde há poder há resistência e, no entanto (ou melhor, por isso mesmo) esta nunca se encontra em posição de exterioridade em relação ao poder (FOUCAULT, 1988, p. 104-105).

As noções de Poder de Foucault veem da sua forma de analisar as praticas governamentais “a preocupação de Foucault é com a condução de condutas”. Foucault rejeitava uma visão negativa do poder, a ideia de submissão e soberania. Ele negava o poder como uma coisa que pode ser possuída e sim algo “que ajuda o ser humano a manifestar sua liberdade com responsabilidade” (Goulart, Marcos, 2010)

Em Vigiar e Punir (1975) Foucault mostra o individuo como o resultado de um processo ocorrido nas redes de poderes que os classificam e dividem. O Poder é descrito por Foucault como algo de que ninguém em nenhum local escapa, como uma rede que atravessa toda a sociedade.

Ele nega o poder como um monopólio do Estado, mas não a importância do mesmo. A Intenção de Michel é demonstrar o poder como algo que ultrapassa o nível estatal e se estende por toda a humanidade, algo que não possui um centro único (o Estado), mas sim vários como escolas, quarteis, hospícios, etc.

Situar o problema em termos de Estado significa continuar situando-o em termos de soberano e soberania, o que quer dizer, em termos de Direito. Descrever todos esses fenômenos do poder como dependentes do aparato estatal significa compreendê-los como essencialmente repressivos: o exército como poder de morte, polícia e justiça como instâncias punitivas, etc. Eu não quero dizer que o Estado não é importante; o que quero dizer é que as relações de poder, e, consequentemente, sua análise se estendem além dos limites do Estado. Em dois sentidos: em primeiro lugar, por que o Estado, com toda a onipotência do seu aparato, está longe de ser capaz de ocupar todo o campo de reais relações de poder, e principalmente porque o Estado apenas pode operar com base em outras relações de poder já existentes. O Estado é a superestrutura em relação a toda uma série de redes de poder que investem o corpo, sexualidade, família, parentesco, conhecimento, tecnologia, etc. (FOUCAULT, 1980, p. 122.)

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