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Saúde

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Por:   •  12/11/2013  •  Seminário  •  669 Palavras (3 Páginas)  •  227 Visualizações

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Saúde

Quando o cérebro cai na fossa

Cerca de 250 milhões de pessoas, ao redor do mundo, se encontram na mais profunda depressão. Razões emocionais podem tê-las empurrado ao fundo do poço, mas os médicos sabem que isso não basta: os deprimidos são doentes crônicos, cujas células nervosas não trabalham direito.

por Carla Leirner

Existe um mundo em preto e branco, não muito longe daqui. Seus moradores são esquálidos, porque lá a comida perde o gosto. Não há Sol, nem há Lua. Cada dia é igual ao outro. Todas as pessoas são consideradas preguiçosas, porque poucas conseguem sair da cama. E, se o fazem, o simples ato de escolher uma roupa transforma-se numa tarefa das mais difíceis. Muitas chegam a abandonar o trabalho e, até mesmo os amigos. Quanto maior a falta de informação sobre o seu problema, mais tempo elas perdem nesse cenário sombrio. De acordo com a Organização Mundial da Saúde, pelo menos uma em cada vinte pessoas na face da Terra já visitou ou ainda visitará o planeta da depressão.

Em suas anotações o célebre médico grego Hipócrates (460-377 a.C.) relatou o caso de uma mulher que sofria de uma melancolia intensa, acompanhada de insônia e perda de peso. Na realidade, hoje se sabe, ela sofria de depressão, um distúrbio do humor que é mais freqüente entre as mulheres. Ninguém conhece a razão dessa diferença entre os sexos, mas as estatísticas apontam que, para cada três mulheres deprimidas, há apenas um homem na mesma situação. Durante muito tempo, os pesquisadores da depressão se dividiram em linhas de pensamento. Alguns insistiam em culpar única e exclusivamente o ambiente em que vivia o deprimido — este, portanto, viveria afogado em tristeza por causa de fatores externos, como um trabalho desagradável, brigas em família, más notícias de todo tipo. Outros pesquisadores, por sua vez, sempre acreditaram que a depressão tinha origem orgânica. Neste caso, por causa de um distúrbio do corpo, o deprimido seria capaz de ver um mar de rosas como se fosse um vale de lágrimas.

Chegaram mais perto da verdade, porém, os cientistas que defendiam a interseção dessas duas primeiras correntes. Não há mais dúvida: a depressão é tanto um problema de ordem psicológica como orgânica. As primeiras pistas para decifrar os mecanismos da depressão surgiram ainda no início dos anos cinqüenta, com a descoberta de que alguns medicamentos eram capazes de aliviar os seus sintomas. Ora, se funcionavam, era porque esses distúrbios deveriam ter um fundamento orgânico, em vez de serem simplesmente psicológicos. Hoje, de fato, parece existir um consenso entre os especialistas: a depressão se traduz como uma desordem no cérebro, disparada por uma série de fatores que interagem entre si. Um dos fios dessa trama tão intricada é a herança genética. Mas, ao contrário do problema do nanismo, por exemplo, que é determinado por um único gene, a depressão é fruto da ação de diversos genes com efeito cumulativo. Segundo o geneticista Oswaldo Frota-Pessoa, professor da Universidade de São Paulo, é fácil entender o que isso significa, ao se observar a estatura das pessoas: "Se houvesse apenas um gene para determinar pessoas muito altas e outro gene para baixinhos, não existiriam pessoas de estatura mediana", ensina. "Se existe gente

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