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Teorias sociologicas do envelhecimento

Por:   •  30/5/2016  •  Trabalho acadêmico  •  1.448 Palavras (6 Páginas)  •  3.040 Visualizações

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Teorias Sociologicas do Envelhecimento

A Gerontologia é um campo abrangente que integra várias disciplinas. Além de teorias psicológicas, foram principalmente as grandes teorias sociológicas dos anos 1940 a 1980 que impulsionaram a pesquisa gerontológica internacional. Apesar de históricas, estas teorias infl uenciam até hoje a pesquisa e, principalmente, o trabalho prático com pessoas idosas.

Entre 1949 e 1969, são elaboradas teorias denominadas de primeira geração, determinadas a partir da análise do indivíduo ou do nível microssocial. Estas compreendem a teoria do Desengajamento ou Afastamento, Atividade, Modernização e Subcultura.

A Teoria do Desengajamento ou Afastamento foi formulada por Cumming e Henry em 1961. Esta teoria procura explicar o processo de envelhecimento e as mudanças entre o indivíduo e a sociedade. Analisa o afastamento típico da velhice através da saída gradual do indivíduo do meio social a que pertence.

A Teoria da Atividade foi proposta por Havighurst (1968). Um fator determinante das doenças psicológicas e do isolamento social do idoso é a diminuição das atividades físicas, mentais e dos papéis sociais que o homem e a mulher vinham exercendo. As conseqüências dessa diminuição são diferentes para o homem e para a mulher. A teoria enfatiza a importância do indivíduo ter seu papel e espaço na sociedade, um lugar onde ele se sinta bem e possa superar as perdas e se adaptar à nova fase de vida, permanecendo ativo e resistindo ao afastamento típico dessa fase. A teoria da atividade busca, junto aos movimentos sociais de idosos, a promoção do bem-estar na velhice. Apesar de apresentar limitações, a teoria destaca-se na fundamentação a diversas intervenções e programas direcionados à população idosa.

A Teoria da Modernização foi apresentada por Cowgill e Holmes em 1972. Ateoria enfoca a relação entre a modernização e as mudanças nos papéis sociais e nostatus da pessoa idosa. Entende-se aqui por modernização o processo de industrialização que conduz a mudanças estruturais, as quais se dão de maneira particular, em cada contexto histórico e cultura. A teoria destaca quatro fatores que interferem nas condições da pessoa idosa numa sociedade em processo de modernização: a tecnologia científica aplicada à produção econômica; urbanização; educação intensiva; e tecnologias de saúde. Existem críticas à teoria da modernização por esta presumir uma idade de ouro do envelhecimento nas sociedades pré-industriais, por entender que a modernização de uma sociedade não acontece de forma linear, mas progride por estágios, e porque o processo de modernização afeta diferencialmente a diferentes grupos de idade. Atualmente, a teoria não é considerada totalmente válida; mesmo assim, ainda é muito usada como justificativa para a implantação de medidas práticas junto à população idosa.

A Teoria da Subcultura foi gerada nos Estados Unidos e tem como fundamento o funcionalismo estrutural, suas proposições a remeter também ao interacionismo simbólico, uma vez que enfatizam que as normas e expectativas de comportamento se estabelecem a partir de interações sociais38:50. A teoria da subcultura idosa pode ser originária de mudanças demográficas, ecológicas e sociais. A teoria contribui para clarear a natureza das relações entre idosos e o restante da sociedade, bem como para corrigir a imagem estática passiva do envelhecimento encontrada na abordagem funcionalista. A teoria pode ser utilizada como parâmetro para avaliar o impacto de programas para a população idosa, a sua contribuição para inclusão social do idoso e para promoção da integração intergeracional.

Entre 1970 e 1985, são elaboradas as teorias sociológicas de segunda geração, fundamentadas na análise do nível macrossocial. São incluídas aí as Teorias da Continuidade e do Colapso de Competência.

A Teoria da Continuidade foi formulada por Atchley em 1989, inicialmente como teoria geral do desenvolvimento, abordando os aspectos de estabilidade e continuidade. Tem como principal objetivo explicar como as pessoas de meia-idade e idosas tentam manter as estruturas internas e externas preexistentes aplicando estratégias já conhecidas e utilizadas anteriormente.

A Teoria do Colapso de Competência foi formulada em 1973 por Kuypers e Bengston e tem por objetivo analisar as conseqüências negativas que freqüentemente acompanham as crises que acontecem pessoas em idade avançada. As crises podem ser decorrentes de perdas como da saúde, do companheiro e outras perdas que levem a uma espiral de respostas negativas. Exemplo: uma pessoa idosa adoece, situação que o leva a ser rotulado por familiares e profissionais como doente, dependente em relação ao seu ambiente social, forçando-o a assumir uma postura de doente, inadequado ou incompetente.

A Terapia de Reconstrução Social é uma espiral sugerida pelos formuladores da teoria para oferecer apoio ambiental e encorajar o aumento do senso de competência. Com base nessa perspectiva teórica, foi desenvolvido um modelo de intervenção para dar suporte às dificuldades familiares resultantes da dependência de seus membros idosos. Verificou-se que o uso do modelo de intervenção contribui para a redução do desamparo de todos os envolvidos.

Por último, Siqueira apresenta as teorias de segunda e terceira geração que aliam o nível individual (micro) e macrossocial. Dentre as de segunda geração, a autora cita as Teorias da Troca, Estratificação por Idade e Político-Econômica; dentre as de terceira geração, a Teoria Feminista do Envelhecimento, a Teoria Crítica e a Teoria do Construcionismo Social.

A Teoria da Troca foi desenvolvida na década de 1930 a partir de um modelo econômico-racional de decisão comportamental que apresenta a vida social como uma coleção de indivíduos envolvidos em trocas sociais. A teoria aborda o aspecto de que o idoso tende a se afastar das interações

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