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Trabalho, Alienação E Consumo.

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Por:   •  31/8/2014  •  1.926 Palavras (8 Páginas)  •  3.871 Visualizações

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Introdução

O trabalho é necessário para o consumo e o consumo, consequentemente, leva a alienação. Assim como o trabalho em demasia faz-nos chegar a tal estado de alienação também. Tudo é interligado e não precisa ser gênio algum para perceber ou conseguir não ser vítima desses fatos, mas é difícil, quando nos deparamos com o capitalismo e a socidade toda e total é consumista, a nossa realidade de hoje em dia. O entendimento sobre o assunto dá-nos uma visão mais clara sobre determinados aspectos que valem ser ressaltados.

Trabalho, alienação e consumo.

Trabalho como tortura?

A própria palavra "trabalhar" deriva do latim tripaliare, que nomeava o tripálio, um instrumento formado por três paus, próprio para atar os condenados ou para manter presos os animais difícies de ferrar. A origem comum indentifica o trabalho à tortura.

Se a vida humana depende do trabalho, e este causa tanto desprazer, só podemos concluir que o ser humano está condenado à infelicidade. Para reverter esse quadro pessimista, vejamos os aspectos positivos do trabalho.

A humanização pelo trabalho

É pelo trabalho que a natureza é transformada mediante o esforço coletivo para arar a terrar, colher seus frutos, domesticar animais, modificar paisagens e construir cidades. E não só: pelo trabalho surgem instituições como a família, o Estado, a escola; obras de pensamento como o mito, a ciência, a arte, a filosofia.

Podemos dizer que o ser humano se faz pelo trabalho, porque ao mesmo tempo que produz coisas torna-se humano, constrói a própria subjetividade. Desenvolve a imaginação, aprende a se relacionar com os demais, a enfrentar conflitos, a exigir de si mesmo a superação de dificuldades. Enfim, com o trabalho ninguém permance o mesmo, porque ele modifica e enriquece a percepção do mundo e de si próprio.

Estamos, portanto, diante de um impasse: O trabalho é tortura ou emancipação? Se voltarmos nosso olhar à história para ver como as pessoas trabalham e o que pensam sobre o trabalho, teremos uma visão mais clara dessa contradição.

Ócio e negócio

Nas sociedades tribais, as pessoas dividem as tarefas de acordo com sua força e capacidade. Os homens caçam, derrubam árvores para preparar o terreno das plantações, enquanto as mulheresm semeiam e fazem a coleta. Como a visião das tarefas se baseia na cooperação e na complementação e na exploração, tanto a terra como os frutos do trabalho pertencem a toda comunidade.

À primeira vista, há aqueles que até hoje admitem ser "natural" essa divisão de funções, pois alguns teriam mais talento para o pensar, ao passo que outros só seriam capazes de atividades braçais. O olhar mais atento constata, no entanto, que a sociedade descobre mecanismos para manter a divisão, não conforme a capacidade, mas sim de acordo com a classe que a cada um pertence.

Entre os antigos gregos e romanos, que viviam em sociedades escravagistas, era nítida a divisão entre as atividades intelectuais e braçais, com a evidente desvalorização desta última. Um dos indícios da divisão social era a educação, por ser privilégio dos proprietários.

Uma nova concepção de trabalho

Até a Idade Média, a riqueza se restringia à posse de terras, mas ao final desse período e durante a Idade Moderna, as atividades mercantis e manufatureiras desenvolveram-se a tal ponto que provocaram a expansão das fábricas, o que culminou com a Revolução Industrial no século XVIII.

Esses acontecimentos decorreram da ascensão da burguesia enriquecida, que valorizava a técnica e o trabalho, uma vez que constituía um segmento originado dos antigos servos libertos que tornou livres as cidades antes controladas por senhores feudais. Por isso mesmo, a máquina passou a exercer grande fascínio: No séxulo XVII, Pascal inventou a primeira máquina de calcular: Torriceli construiu o barômetro, surgiu o tear mecânico. No mesmo espírito, Galileu inaugurou o método das ciências da natureza, que se baseava no uso da técnica e da experimentação.

|> As teorias da modernidade

Francis Bacon, com seu lema "saber é poder", critica a base metafísica da física grega e medieval e realça o papel histórico da ciência e do saber instrumental, capaz de dominar a natureza. Rejeita as concepções tradicionais de pensadores "sempre prontos para tagarelar", mas que "são incapazes de gerar, pois sua sabedoria é farta de palavras, mas estéril em obras".

Começa aí o ideial prometeico da ciência. Embora Bacon e Descartes seguissem linhas de reflexão diferentes e em certos pontos antagônicas, ambos destacam que a ciência e a técnica são capazes de "dominar a natureza". Enquanto na Idade Média, o saber contemplativo era privilegiado em detrimento da prática, no Renascimento e na Idade Moderna deu-se a valorização da técina, da experimentação, do conhecimento alcançado por meio da prática.

No séxulo XIX, o filoso alemão Hegel faz uma leitura otimista da função do trabalho na célebra passagem "do senhor e do escravo", descrita na Fenomenologia do espírito: dois indivíduos lutam entre si e um deles sai vencedor podendo matar o vencido. Este, no entanto, prefere submeter-se, para poupar a própria vida. A fim de ser reconhecido como senhor, o vencedor conserva o outro como servo. Desse modo, o servo recupera a liberdade, porque o trabalho se torna a expressão da liberdade reconquistada.

O trabalho como mercadoria: a alienação

No séxulo XIX, o resplendor do progresso alcançado pela Revolução Industrial não ocukta a questão social. A exploraçãodos operários fica explicíta em extensas jornadas de trabalho em péssimas instalações, salários baixos, arregimentação de ciranças e mulheres como não de obra mais barata. Esse estado de coisas desencadeou os movimentos socialistas e anarquistas.

O resultado é a pessoa tornar-se "estranha", "alheia" a si própria: é o fenômeno da alienação.

Há vários sentidos para a palavra alienação, em todos eles, há algo em comum: do ponto de vista jurídico, perde-se a posse de um bem: para a psiquiatria, o alienado mental perde a dimensão de si na relação com os outros.

|> Alienação na produção

A alienação não é puramente teórica, porque se manifesta na vida real quando o produto do trabalho deixa de pertencer a quem o produziu. Isso ocorre porque na

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