A Geografia do Futebol

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UNIVERSIDADE FEDERAL DO PARANÁ

Afonso Navroski Júnior

Gabriel Leitoles

GEOPOLÍTICA E FUTEBOL

CURITIBA

2018

Afonso Navroski Júnior

Gabriel Leitoles

GEOPOLÍTICA E FUTEBOL

        

Trabalho apresentado à disciplina de Geografia política e Geopolítica, do Departamento de Geografia do Setor de Ciências da Terra da Universidade Federal do Paraná.

Orientador: Prof. Dr. Adilar Antonio Cigolini.

CURITIBA

2018

ÍNDICE

1. INTRODUÇÃO        4

2. O CONTEXTO EM QUE SURGE A PROBLEMÁTICA        5

3. A IMPORTÂNCIA DA PROBLEMÁTICA        6

4. GRUPOS ENVOLVIDOS E SEUS INTERESSES        7

5. RELAÇÃO DA PROBLEMÁTICA COM A GEOPOLÍTICA        8

6. AUTORES E ABORDANGENS SOBRE A PROBLEMÁTICA        10

7. COMO O CONTEÚDO AUXILIA AO ENTENDIMENTO DO FENOMENO SELECIONADO        11

8. CONCLUSÃO        13

9. REFERÊNCIAS        14

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1. INTRODUÇÃO

Neste trabalho acadêmico apresenta-se um estudo relacionando o futebol e suas dinâmicas geopolíticas como poder e território que permeiam a sociedade brasileira. Busca-se uma reflexão sobre como este esporte se desenvolveu criando um laço cultural através das camadas mais carentes da população brasileira e de como ele se tornou um fator importante para se analisar as questões culturais e sociais que ocorrem no Brasil.

Em um primeiro momento são apresentados fatores que culminaram na difusão do esporte no país e os motivos do mesmo ter se tornado um objeto interessante para se analisar características sociais que existem em território nacional.  

Também são analisados os grupos que estão envolvidos diretamente e indiretamente nas dinâmicas causadas pelo esporte na sociedade brasileira bem como as influências que ocorre devido a essa estreita relação e apresentando alguns autores brasileiros que estudam essa problemática.

Por fim, apresenta-se uma reflexão ligando os conteúdos estudados em sala durante o curso de geopolítica e de como eles podem nos auxiliar para entendermos está relação entre futebol-sociedade com um breve resumo elaborado no fim desta problemática.  

2. O CONTEXTO EM QUE SURGE A PROBLEMÁTICA

Desde sua criação no final do século XIX, o futebol sempre envolveu diversas dinâmicas que transcende sua característica de ser apenas um esporte, englobando aspectos sociais, econômicos e políticos. Mesmo em seu início esse esporte serviu como método de controle e educação do proletariado para facilitar o exercício do poder dos patrões sobre a classe (DARN, 2011).

Para entendermos como o futebol se tornou tão importante para o Brasil, acredita-se que houve uma combinação entre as características socioculturais do povo brasileiro e as exigências técnicas da sua prática.

No Brasil, o esportista Charles Miller ao retornar da Inglaterra trouxe consigo duas bolas e a certeza de converter seus expatriados britânicos que aqui residiam na cidade de São Paulo, em jogadores futebolistas. Tão logo, Miller convenceu não somente este grupo, como boa parte da sociedade elitista brasileira da época, que dominava as ligas e estabelecia este jogo como uma prática esportiva para ricos e brancos apenas. Somente a partir da década de 20, os negros começaram a ingressar os clubes de futebol do país, clube carioca Vasco da Gama, foi o primeiro a aceitar e ganhar títulos com uma equipe de jogadores formada por pobres e negros, oriundos das classes trabalhadoras que sem acesso até o referido período, praticavam este esporte nas várzeas e as margens da sociedade local.  

Não muito tempo depois o futebol foi rapidamente assimilado pelas classes mais pobres, sendo incorporados elementos de capoeira e samba incorporando um estilo de jogo marcado pela ginga e o drible caracterizando o “futebol arte” brasileiro. Não muito tempo depois após as conquistas das copas de 1958 e 1962 o esporte já era considerada a grande paixão nacional.

Apesar de suas difusas intenções de popularização, o futebol tornou-se uma prática nacional, que representava as classes operárias, assim como atualmente e se faz presente na cultura e nas relações sociais. Este esporte já ultrapassou há bastante tempo as simples barreiras do entretenimento e recreação, se apresentando como fenômeno cultural e identidade nacional, principalmente quando citamos o Brasil, conhecido e reconhecido por expressões populares como, “país da bola”, “país do futebol” e ainda “pátria de chuteiras” (SOUZA, 2013).

3. A IMPORTÂNCIA DA PROBLEMÁTICA

O futebol acaba se tornando importante no Brasil, pois o mesmo é uma paixão nacional que envolve multidões em diversas regiões do Brasil, unificando culturas, crenças, aplacando diferenças, abrandando guerras, provocando novas disputas, batalhas, discussões, destacando os contrastes ou até incentivando a pacificação mesmo que de forma temporária como no amistoso entre Brasil e Haiti que ficou conhecido pelo “jogo da paz” realizado em Porto Príncipe no ano de 2004.

Este esporte também é capaz de provocar tumultos, confusões, discussões fervorosas, brigas, separações e até mortes, dada a violência das ações de alguns torcedores que consideram por vezes a paixão por seu time mais importante que seu meio social.

Os fenômenos que acontecem no espaço futebolístico interferem na vida da sociedade brasileira, a popularidade do futebol no Brasil e essa paixão que desperta em seus amantes só pode ser comparada a uma religião. Isto faz com que o estudo do fenômeno futebol pelas ciências humanas, dentre elas a Geografia, seja de suma importância para nos ajudar a explicar todos os processos constituintes do espaço brasileiro.

Se para alguns cidadãos, o futebol se classifica apenas por suas jogadas e passes, para outros se trata de um estilo de vida e por que não, um conceito de cultura, sua representação de identidade perante os demais (SOUZA, 2013). A partir dessas relações o esporte em seu território de influência acaba se tornando um fato determinante nas estruturas de poder dos grupos envolvidos e também em relação ao domínio e conquista de territórios.