A Geografia no EJA

O ENSINO DE DE GEOGRAFIA NO EJA: desafios e possibilidades

Daniela Jackeline dos Santos Tavares | Sandala Samille Brito de Lima

RESUMO

A educação de jovens e adultos no Brasil é um tema complexo e de grande importância social, a alfabetização e a educação de adultos têm sido um desafio constante no país, especialmente em áreas rurais e com populações de baixa renda.

A perspectiva de Paulo Freire, destaca a importância da educação como um instrumento de mudança social e de libertação. Segundo Freire, a educação deve visar sempre à transformação da realidade, para torná-la mais humana e permitir que os indivíduos sejam reconhecidos como sujeitos de sua própria história.

No entanto, a educação de adultos muitas vezes tem sido desenvolvida como campanhas temporárias, sem uma estrutura definida ou uma orientação adequada às condições locais. Isso pode levar a um aprendizado superficial e inadequado, que não leva em conta as especificidades dos adultos e a diversidade regional.

Apesar desses desafios, a educação de jovens e adultos é fundamental para a inclusão social e o desenvolvimento do país.

 A alfabetização e a educação de adultos podem ajudar a reduzir a exclusão social e a pobreza, além de melhorar a saúde, o bem-estar e o desenvolvimento social em geral. Portanto, é importante que o governo e a sociedade em geral invistam em políticas públicas e iniciativas que promovam a educação de jovens e adultos, levando em conta as especificidades e necessidades da população em questão.

Palavras-chave: Políticas Públicas. Educação de Jovens e Adultos. Trabalho. Mudança social.

O ENSINO DE DE GEOGRAFIA NO EJA: DESAFIOS E POSSIBILIDADES.

1. INTRODUÇÃO

       A educação de jovens e adultos (EJA) no Brasil desempenha um papel fundamental na promoção da inclusão social e no combate ao analfabetismo, oferecendo oportunidades educacionais para aqueles que não tiveram acesso à educação na idade adulta.

     A EJA abrange desde o ensino fundamental até o ensino médio e tem como objetivo principal garantir a conclusão da escolaridade básica para jovens e adultos. Essa modalidade de ensino reconhece que a educação é um direito de todos e busca atender às necessidades específicas desse público, adaptando-se às suas características e contextos de vida.

  Uma das principais vantagens da EJA é a possibilidade de resgatar a autoestima e a confiança dos estudantes, que muitas vezes enfrentam desafios e barreiras em suas trajetórias educacionais anteriores. Por meio da EJA, eles têm a oportunidade de retomar os estudos, adquirir novos conhecimentos e habilidades e abrir portas para melhores oportunidades educacionais e profissionais.

  No entanto, o EJA no Brasil também enfrenta desafios desafiadores. A evasão escolar é um problema recorrente, pois muitos alunos enfrentam dificuldades em conciliar os estudos com suas responsabilidades familiares e profissionais. Além disso, a falta de infraestrutura adequada, a escassez de recursos didáticos e a carência de professores qualificados são obstáculos que impactam a qualidade do ensino na EJA.

  Outro desafio é a necessidade de adequar os métodos de ensino às características e necessidades dos estudantes da EJA. Muitos deles têm diferentes ritmos de aprendizagem e experiências de vida diversas, o que requer uma abordagem pedagógica flexível e inclusiva. Os professores da EJA devem utilizar estratégias diferenciadas, estimulando a participação ativa, a valorização dos conhecimentos prévios dos alunos e a aplicação dos conteúdos em situações reais e exemplos.

  Apesar dos desafios, a EJA tem um impacto positivo na vida dos estudantes e na sociedade como um todo. Através dessa modalidade de ensino, é possível reduzir o índice de analfabetismo e promover a inclusão social, proporcionando oportunidades de desenvolvimento pessoal e profissional para os jovens e adultos. Além disso, a EJA contribui para a construção de uma sociedade mais justa e igualitária, reconhecendo o direito à educação em todas as fases da vida.

  É fundamental que o governo e a sociedade como um todo invistam na melhoria da EJA, garantindo recursos adequados, formação de qualidade para os professores, infraestrutura adequada e programas de apoio aos estudantes. Somente assim será possível superar os desafios e construir uma educação de jovens e adultos no Brasil que seja efetivamente inclusiva e de qualidade.

  A EJA hoje em dia tem uma formação mais social que a educação regular no Brasil, pois nasceu desde o início de iniciativas populares e involuntárias e se estabeleceu quase por se próprio esforço. Ainda hoje, as propostas de desenvolvimento da EJA dependem de ações governamentais, como o Programa Brasil Alfabetizado criado pelo governo Lula em 2007.

  O ensino de Geografia na Educação de Jovens e Adultos (EJA) no Brasil enfrenta desafios que são comuns a outras disciplinas, como a falta de motivação dos alunos e as dificuldades de leitura e escrita. Além disso, a diversidade de níveis de habilidades dos alunos pode tornar o ensino de Geografia mais desafiador para os professores. No entanto, há possibilidades de novas estratégias para tornar o ensino mais efetivo e envolvente.

  A Geografia entrou no ensino brasileiro em 1837, no Colégio Pedro II, mas era voltada para um caráter descritivo e com o objetivo de criar uma identidade nacional. A disciplina era ensinada exclusivamente para alunos com alto poder aquisitivo, que tinham condições de conhecer melhor o país. Os primeiros professores que podiam ministrar a disciplina de Geografia eram pessoas de outras profissões, como advogados, sacerdotes ou autodidatas.

   Hoje em dia, a Geografia é vista como uma disciplina que pode contribuir para a formação cidadã dos alunos da EJA, ajudando-os a compreender melhor o mundo em que vivem e a se situar nele.

   No entanto, os desafios no ensino da Geografia na EJA continuam, e os professores precisam encontrar maneiras criativas de ensinar o conteúdo, levando em conta as especificidades dos alunos dessa modalidade de ensino.

1. HISTÓRICO DA EJA NO BRASIL

A educação de jovens e adultos (EJA) no Brasil possui uma trajetória complexa e marcada por desafios ao longo da história. Desde o período colonial até os dias atuais, houve avanços, mas também retrocessos e dificuldades no reconhecimento e garantia do direito à educação para esse público.