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A Ideia de Região e Centro Sul – Roberto Lobato Correia

Por:   •  14/5/2018  •  Artigo  •  1.839 Palavras (8 Páginas)  •  952 Visualizações

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A ideia de Região e Centro Sul – Roberto Lobato Correia

Previamente, antes de falar do texto, o autor aborda em suas análises que há tempos diferenciados representados no espaço. Para tanto, podemos considerar que ao periodizar a relação sociedade-natureza ele define três estágios, pré-técnica, técnico e técnico-cientifico. O primeiro caracteriza-se pela subordinação do homem a natureza, toda atividade humana dependia do ritmo natural das coisas, a segunda é quando o homem começa a acelerar a produção e o trabalho através da técnica, agora o tempo natural começa a ser submetido ao homem em várias circunstâncias, no terceiro o homem condiciona ou interfere no ritmo da natureza para sua satisfação. Cada etapa de produção do modo de vida ressaltado, grosso modo, anteriormente, se espacializa. De acordo com a evolução de cada região, a etapa preponderante dará uma coesão espacial, no sistema hibrido dos sistemas de objetos e sistemas de ações, dando assim uma particularidade ao local, podendo considera-lo, desse modo uma região.

Entrando no texto, Roberto Lobato Correia se baseia no postula do de Lukács, para dizer que a região é uma particularidade, não uma singularidade. Como assim? Quando se fala em singularidade queremos dizer que todos os elementos inter-relacionados no espaço específico são únicos no global, em nenhum lugar do planeta haverá qualquer elemento daquele. No entanto, apesar da ideia de particularidade trazer uma ideia de unidade também, o autor diferencia uma da outra ao postular que as lógicas espaciais do globo é a mesma, mas que em certas áreas eles terão particularidades diferentes, primeiro porque nenhum lugar, mesmo que semelhantes, nunca será igual e, por isso, justifica-se que a conformação de objetos e de ações nessa área possuirá particularidades.

Com isso, ele faz a divisão das três macros regiões, baseando-se nas seguintes premissas:

- Distintas especializações produtivas: diferentes produtos produzidos e diferentes insumos para a produção, divisão social do trabalho.

- Distintos modos e intensidades de circulação, consumo e gestão de atividades diversas: Resumindo no meu autoentendimento, quantidade e qualidade de malha rodoviária, e o nível do setor terciário e do nível de consumo da população.

- Distintas organizações espaciais: distribuição espacial de objetos, sua quantidade e qualidade. (Estradas, campos, dutos, portos, cidades, etc).

O Centro-Sul:

- Concentração dos principais centros da dinâmica econômica e política do país, uma vez que Brasília, capital do país, e São Paulo, “core area” da economia brasileira, se encontra nessa região. Assim, há sedes das principais corporações nacionais e internacionais nessa região, há qual necessariamente precisa de rapidez de informações e de circulação. Logo, a circulação e a produção de produtos variados são de primeira ordem.

- Concentração da produção industrial do país: principalmente em São Paulo e Rio de Janeiro por causa da sua história favorável de políticas públicas e territoriais a favor da industrialização e urbanização dessas metrópoles e regiões do entorno. Considera-se esse entorno as cidades grandes (capitais) de outras unidades federativas e algumas cidades médias, principalmente no Estado de São Paulo, às quais se configuram pequenas metrópoles. As grandes cidades, até a década de 70 do século passado, passaram por momentos de industrialização maciça com alto índice de urbanização material e populacional, fenômeno esse chamado por Lefebvre de “implosão”, no qual acontece uma concentração de capital em uma região. A partir da década de 70 do século passado, começou a ser percebidos pelos geógrafos que a processo posterior, de saturação dessa região, a qual é chamada pelo autor de “explosão”, reverberou a desconcentração industrial desses grandes centros, chamada por Santos de “involução metropolitana”. No entanto, assim como aponta Lencioni, essas regiões passam a se configurar como uma urbanização que é movida por capital financeiro, não mais o capital industrial, sendo assim, uma metrópole de segunda natureza. Conjuntamente a esse desenvolvimento industrial, nós temos o desenvolvimento de um setor terciário, o qual é maior do Brasil, pois quanto maior for a renda na região, maior o poder de consumo.

Densidade de rede de circulação: É visível em imagens de satélite como essa região do país é denso, tanto devido as suas próteses urbanas, quanto das malhas rodoviárias. O plano de Metas de J.K. e a Ditadura Militar substanciou pontualmente para que isso ocorresse. O plano de metas foi a período inicial da integração interestadual, pois houve grandes projetos territoriais de expansão e consolidação da malha rodoviária e, por motivos óbvios, o Centro-Sul massiçamente esses projetos, já que havia indústria e o controle político, precisando desse modo de maior fluidez espacial. Na Ditadura se concretizou a integração nacional, limitadamente, mas integrada, a qual, mas uma vez, houve maior investimento na ossatura de circulação por parte do Governo vigente.

Principal área agropecuária do país: Devido sua diversidade na produção e a força desse setor nós podemos destacar essa região também das demais. Foi afetada implacavelmente pela modernização no campo, a qual concentrou majoritariamente as políticas voltadas para o agrário.

Principal área em termos de mobilidade demográfica: Devido a sua industrialização, demanda de mão de obra, grande concentração da economia do país e a integração interestadual, a população de regiões menos desfavoráveis de recursos, se deslocaram, ou imigraram, de suas regiões para o Centro-Sul, majoritariamente São Paulo e Rio de Janeiro.

Milton Santos e Região Concentrada

Quando observamos a formação dessa região concentrada destacamos as dinâmicas socioespaciais a partir da Era Vargas, uma vez que o Estado necessitava escoar a produção dessa região industrializada. Desse modo, a ossatura rodoviária era necessária para integrar as unidades federais. Primeiramente a integração interestadual se dá pela articulação entre Sul e Sudeste e, somente, nesse período da história.

Para Milton Santos existe quatro brasis, o Nordeste, Norte, Centro-Oeste e Região Concentrada, cuja falaremos agora. O autor utiliza da perspectiva dos tempos técnicos de cada região e, no caso dessa nova região, a presença do Meio-Técnico-Científico-Informacional (MTCI) é preponderante. Nessa região podemos elencar vários pontos do qual demonstra essa particularidade: é uma região voltada claramente para atividades globais, tanto no setores financeiros da cidade, quanto na exportação agrária; o setor terciário se torna cada vez mais sofisticado, chamado por Santos de níveis acima do terciário, como quartenário e quinquenário; a divisão territorial do trabalho é extrema, os locais se tornam cada vez mais especializados; às vias de circulação de informações se intensificam; etc.

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