ABC do desenvolvimento urbano

Da cidade  à vida urbana

SOUZA, Lopes Marcelo de– ABC do desenvolvimento urbano, RJ 2005.

A exposição do conjunto da obra girou, até agora, em torno da cidade, individualmente considerando: Sua economia, sua influencia, e a gênese das primeiras cidades. No máximo foram mencionadas essas articulações muito densas de cidade que se define como metrópoles, megalópoles, em suma o efeito de conurbação, termo usado para definir esses centros que se unem por motivos de relações intrínsecas de cultura, religião, comercio, exploração econômica e também mediante meios de comunicação e transporte, permitindo fluxos de informação, bens e pessoas. Outras  cidades se articulam apenas indiretamente, por intermédio de outras cidades, o que importa é que, seja no interior do país, seja em escala planetária, nenhuma cidade existe isolada, sem trocar informações e bens com o mundo exterior; caso contrário não seria uma cidade. Essa malha urbana que proporciona o efeito da conurbação, não é inocente, no sentido de ser “simples” conjunto de cidades ligadas entre si por fluxos de pessoas, bens e informações, pois existem mecanismos de exploração econômica e exercício do poder, existentes em nossa sociedade, a exploração econômica se baseia da seguinte forma: de pequenos centros a grandes metrópoles, ao longo dessa malha urbana existem núcleos urbanos com tamanhos e centralidades muito variadas e dois papeis são desempenhados a esses núcleos, como fala Armstrong e Mcgee, os papeis de teatros de acumulação que tem como função captar o excedente alimentar do campo, ato esse que é feito por várias cidades, já que cidade no capitalismo surge de maneira muito fácil por que é onde estão os meios disponíveis para o fluxo do comercio e dos produtos do campo, então esse excedente é embalado e processado industrialmente, onde o produtor rural já sai perdendo por não ter os meios de produção, então os atacadistas que recolhem o produto do campo o repassam para ser distribuídos por outros atacadistas de centros maiores, esses são os intermediários ou atravessadores entre o campo e a mesa do consumidor final, e por fim o varejista que vende o produto pronto, e assim cada um desses agentes econômicos exigirá naturalmente a sua margem de lucro, Karl Marx e seu companheiro Engels já mostravam que o modo de produção capitalista inverteria os papeis onde o campo iria se mostrar cada vez mais dependentes da cidade dependendo de maquinas e ferramentas produzidas nos centros urbanos.

Palavras-chave: conurbação; exploração econômica; teatro da acumulação;

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