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Brasil Caipira

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Por:   •  9/9/2013  •  454 Palavras (2 Páginas)  •  535 Visualizações

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O Brasil Caipira: São os homens que dirigiam as bandeiras (exploração que adentrava ao interior do Brasil), e a população paulista (mamelucos). Cada um deles possuía uma indiada cativa para o cultivo da mandioca, feijão, milho, abóbora, tubérculos, tabaco, urucu, pimenta, caçadas e pesca. Lá só se falava a língua tupi. Dormiam em redes, usavam gamelas, porungas, peneiras como as que os índios usavam, além de armas, candeias de óleo. Consumiam rapadura e pinga. Cada família fiava e tecia algodão para as roupas de uso diário e para os camisolões e ceroulas, para os homens e blusas largas e saias compridas, para as mulheres. Andavam descalços, de chinelas ou de alpargatas. Não queriam apenas existir, como os índios, mas estabelecer vínculos mercantis externos e aspirar a se tornar uma camada dominante, adquirindo artigos de luxo e poder de influência e mando. Por um século e meio venderam mais de 300 mil índios para os engenhos de açúcar.

As bandeiras serviam, também, mas para explorar ouro e diamantes. O padre Calógeras avalia que 1400 toneladas de ouro e 3 milhões de quilates de diamantes foram levados do Brasil colônia. Do ouro extraído por Portugal quase todo foi para a Inglaterra, para pagar as suas importações, ouro que financiou a indústria inglesa. Um novo tipo social surgia: o garimpeiro, que explorava clandestinamente o diamante, monopólio de Portugal.

Quando Monteiro Lobato (além do sítio do pica-pau amarelo) criou o personagem Jeca Tatu, o fez como um “piolho da terra”, uma praga incendiária que atiçava fogo à mata, destruindo as riquezas florestais para plantar roçados, uma caricatura do caipira, destacando a preguiça, a verminose e o desalento que o faz responder sempre: “não paga a pena” a qualquer proposta de trabalho que lhe faziam (ou entregava 50% da produção ao patrão ou trabalhava por conta própria, pagando pelo uso da terra, com 1/3 da colheita. Outra saída: ir para as cidades, marginalizando-se lá). O que Lobato fez foi descrever o caipira sob o ponto de vista de um intelectual e fazendeiro, diante da experiência amarga de encaixar os caipiras no seu “sistema”. O que Monteiro Lobato não viu foi o traumatismo cultural, o caipira marginalizado pelo despojo de suas terras, como um produto residual natural do latifúndio agroexportador. Somente mais tarde é que o escritor compreendeu e defendeu a reforma agrária.

Outro tipo humano surgido foi o dos boias-frias que vivem em condições piores do que as que vivem os caipiras, cerca de 5 milhões de pessoas à espera da posse de terras em que possam trabalhar. Eles estão presentes mais nos canaviais do que nas fazendas de café, isto porque os cafezais precisam de muita gente apenas na derrubada da mata e nos 4 primeiros anos. Depois, só nas colheitas.

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