Cerrado

O cerrado é o segundo maior bioma da América do Sul, abrange os estados da região Centro-Oeste (Goiás, Mato Grosso, Mato Grosso do Sul e Distrito Federal), além do sul do Pará e Maranhão, interior do Tocantins, oeste da Bahia e Minas Gerais, e o norte de São Paulo e cobria aproximadamente 25% do território brasileiro.

O clima predominante é o tropical sazonal, apresentando duas estações bem definidas: verão chuvoso, entre outubro e abril e inverno seco, entre maio e setembro.

Por ser constituído de várias características de vegetação, o cerrado é classificado em subsistemas: de campo, de cerrado, de cerradão, de matas, de matas ciliares e de veredas e ambientes alagadiços. Mas a vegetação é em geral de pequeno porte, com galhos retorcidos e folhas grossas, constituída por espécies do tipo tropófilas (vegetais adaptados às duas estações distintas) e caducifólias (que caem as folhas no período de estiagem) com raízes profundas.

No espaço territorial do bioma encontram-se as nascentes das três maiores bacias hidrográficas da América do Sul (Amazônica/Tocantins, São Francisco e Prata), o que resulta numa grande disponibilidade de recursos hídricos. A vastidão do Cerrado brasileiro, com sua fauna e flora, lhe conferem o título de savana mais rica do mundo. No entanto, contraditoriamente, é um dos biomas mais ameaçados do país. Estudos desenvolvidos pelo Ministério do Meio Ambiente (MMA), Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (IBAMA) e Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento (PNUD) apontam que, entre 2002 e 2008, o Cerrado teve uma média de desmatamento anual equivalente a 14.200 km² devastados. Entre 2010 e 2011, a taxa de desmatamento foi de 6.469 km².

O MMA aponta a expansão da agricultura mecanizada, principalmente no cultivo de soja, milho e algodão e a pecuária como as principais atividades responsáveis por essa devastação. Para se ter uma dimensão do problema, 54 milhões de hectares de Cerrado deram lugar a pastagens e 22 milhões estão ocupados por plantações de grãos. Outra monocultura que ameaça a vida no Cerrado é o eucalipto. Essa espécie tem crescimento rápido e, devido ao grande consumo de água, secando as nascentes e causando a exaustão dos mananciais.

Também se somam como fatores de risco para o bioma as queimadas e a ampla demanda de lenha para a produção de carvão vegetal para a indústria siderúrgica. Vale ressaltar que o desmatamento e as queimadas já devastaram 100 milhões de hectares do Cerrado, ou seja, metade do bioma. Tais práticas de uso do solo são as principais responsáveis pela emissão de gases de efeito estufa no Brasil.

Depois da Mata Atlântica, o Cerrado é o bioma brasileiro que mais sofreu alterações com a ocupação humana, a qual vem causando degradação do ambiente, esgotamento das terras, erosão, perda de sua biodiversidade, entre outros fatores negativos.

Apesar do reconhecimento de sua importância biológica, é o bioma que possui a menor porcentagem de áreas sobre proteção integral, 8,21% de seu território é legalmente protegido por unidades de conservação, desse total, 2,85% são unidades de conservação de proteção integral e 5,36% de unidades de conservação de uso sustentável, incluindo RPPNs, Reservas Particulares do Patrimônio Natural (0,07%).