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Construção De Brasilia E Seus Pioneiros

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Por:   •  22/8/2014  •  1.121 Palavras (5 Páginas)  •  230 Visualizações

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Os “pioneiros”, como são conhecidos os primeiros moradores da capital do país, relembram do local escolhido como um grande vazio, onde “tudo era igual” para qualquer lado que se olhasse. [Naquele tempo, uma viagem de carro de 140 km entre Anápolis (GO) e Brasília poderia chegar a 30 horas.]

Zenaide Barbosa lembra o dia em que conheceu o então presidente do Brasil, Juscelino Kubitscheck, idealizador da mudança da capital do Rio de Janeiro para Brasília. Em 2 de outubro de 1956, então com 16 anos, ela ouviu o ronco do motor do avião presidencial chegando à Fazenda do Gama. Ela lembra que o irmão lhe pediu para preparar um café. "Chegou um povo do Rio aí. O presidente da República, doutor ‘Juscelino’”, disse seu irmão.

“Morei no Rio e já o conhecia de nome”, lembra Zenaide. Quando foi servir o café, Kubitschek perguntou: "Você me conhece?" E Zenaide respondeu “só pela televisão”, conta a pioneira. “Eu vi um homem simples, que não se importou de tomar café em xícaras tão simples, em um bule tão descascado”, lembra Zenaide.

Depois desse encontro, ela não voltou a ver JK e nem teve contato com o mundo da política. Morou em Taguatinga, trabalhou como empregada doméstica e diz ter conseguido o necessário para viver. “Nunca me faltou nada e também nada me sobra”, disse.

A fala mansa só se altera quando ela fala do escândalo político que abalou Brasília nos últimos meses, com a prisão do então governador José Roberto Arruda, acusado de chefiar um suposto esquema de distribuição de propina. Arruda foi solto no dia 12 abril, após dois meses preso. O caso, conhecido como mensalão do DEM, levou a um pedido de intervenção federal na capital.

“Brasília não merecia isso que está acontecendo. As pessoas não têm atendimento básico em saúde e educação e esses homens colocando dinheiro nas meias e nos paletós”, falou Zenaide, em referência a vídeos feitos pelo delator do esquema mostrando deputados recebendo a suposta propina. “Espero que as novas gerações não sigam esses exemplos ruins. Eu vivi Brasília do cerradão, dos bichos e hoje vejo uma grande cidade. A nova geração precisa, mais uma vez, olhar para o futuro”, disse Zenaide.

A primeira pista

O engenheiro Atahualpa Shimtz Prego chegou ao planalto central no final de outubro de 1956, poucos dias após a primeira visita de Kubitschek ao local, como engenheiro responsável pela construção da pista do aeroporto internacional.

“Em 16 de outubro de 1956, a Companhia Metropolitana de Construção [especializada em obras de terraplenagem e pavimentação, com sede no Rio de Janeiro] me contou que o governo federal tinha convocado a firma para um

importante serviço em uma área inóspita e distante do litoral e queriam saber se eu me interessava no trabalho”, contou. “Dois antigos engenheiros da firma já haviam recusado a proposta. Falei: 'Temos que ir amanhã, porque depois de amanhã eu já desisto. '"

Havia apenas uma pista de terra batida no Aeroporto de Vera Cruz, onde se localiza, atualmente, a Estação Rodoferroviária de Brasília e uma pequena pista de pouso na Fazenda do Gama. “A viagem de carro entre Anápolis e Brasília [140 km], por exemplo, podia durar até 30 horas”, conta. Ao ver Brasília atualmente, Prego relembra o cenário há 54 anos. “O que hoje é o Eixo Rodoviário tinha um monte de boi. Tinha perdiz e codorna”, destacou. “A gente olhava para um lado, olhava para o outro e era tudo igual”, avaliou.

Os trabalhadores não sabiam se podiam mesmo acreditar na promessa da capital. “A gente não acreditava nisso, eu sentia que a turma estava desconfiada. Achávamos que ao terminarmos a obra, iriam abandoná-la”, recorda. Em 1968, no entanto, o jovem engenheiro teve que deixar a cidade. ”Gostaria muito de ter continuado aqui. Eu acho fantástico ter participado da construção da capital”, diz.

'Batismo espiritual'

Para celebrar simbolicamente o início das obras, o presidente JK convidou a população para uma missa campal na cidade. Em três de maio de 1957, cerca de 1,5 mil pessoas ouviam as bênçãos proferidas por dom Carlos Carmelo de Vasconcelos. “Este é o batismo espiritual da construção da nova Capital do Brasil”, disse JK após as palavras do sacerdote.

Primeira missa celebrada em Brasília

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