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Crise da Grécia

Por:   •  10/11/2015  •  Trabalho acadêmico  •  3.336 Palavras (14 Páginas)  •  315 Visualizações

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A Crise da Grécia e suas Implicações

Resumo: Nos últimos anos, a Grécia manteve-se nas manchetes mundiais. Passando por uma crise sem precedentes, o país vem enfrentando muitas dificuldades para se recuperar. Enquanto o governo fica procurando “culpados”, a população sofre diariamente com os pacotes de austeridade. Ao fazer uma análise minuciosa percebe-se que os problemas não são atuais. O país não foi alvo da crise mundial de 2008 e sim de péssimas administrações somadas a uma população extremamente corrupta. Ao entrar para a União Europeia muitas informações foram omitidas e a dívida só crescia. Um futuro ainda incerto é o que a Grécia pode esperar. Manifestações de ódio e revolta ainda estão presentes e sem previsão de término.

Palavras-chave: Grécia, crise, austeridade, revolta, corrupção.

A crise econômica pela qual atravessa a Grécia começou definitivamente entre o fim de 2009 e o começo de 2010, devido à situação da dívida pública pela qual passa o país.

A crise mundial de 2008 não foi o fato gerador da dificuldade com que o país convive (como foi em Portugal, Espanha e outros países da zona do euro), e sim apenas serviu para evidenciar a má administração econômica e política (governo de Kostas Karamanlis de 2004 a 2009, para ser exato) a qual transita o país neste século, e além de dificultar o país a rolar essa gigantesca dívida.

Durante os últimos anos a República Helênica gastava muito mais do que arrecadava (como pode ser visto no gráfico abaixo), FONTE GRÁFICO o que significa que pegava empréstimos pesados de bancos (e posteriormente do FMI, neste caso já para consertar os erros), gastava todo o dinheiro e logicamente não tinha como pagá-los, o que foi se acumulando por muito tempo. Segundo algumas fontes, ????? os jogos olímpicos de Atenas também teriam contribuído com a crise, visto que o governo foi incauto ao seguir com gastos excedentes mesmo com déficits a pagar devido à realização do evento.

O socialista George Papandreou que substituiu o conservador Kostas Karamanlis, de 2009 até 2011, não teve sucesso com sua política. Até porque não tinha ideia da que a situação estaria tão desfavorável. Mas George não foi o primeiro da família a estar no governo da Grécia. Seu pai, Andreas Papandreou, foi um socialista radical que governou o país na década de 1980 e durante alguns anos da década de 1990 (EVANGELOPOULOS, PANAGIOTIS, 2012).

E no seu governo, Andreas era conhecido pelos excessos fiscais no pós Segunda Guerra Mundial e assumiu uma dívida pública de 29,7% do PIB. Em 1990, quando ele perdeu as eleições, a dívida já chegava a 80,7% do PIB. Além disso, seguiu um programa de nacionalizações estabelecido pelo conservador Konstantinos Karamanlis que governou a Grécia em 1970 antes dele. O que pode ser a maior ironia do país é o fato de Konstantinos Karamanlis ser o tio do primeiro ministro, Kostas Karamanlis (2004-2009), que deixou o país em uma bagunça sem precedentes (EVANGELOPOULOS, PANAGIOTIS, 2012).

Ainda segundo Evangelopoulos, Panagiotis, 2012, Kostas Karamanlis em 2009 anunciou o congelamento dos salários dos funcionários públicos, o que pode ter sido seu erro fatal, visto que sofreu oposição das próprias pessoas que tinham sido contratadas por ele, seus seguidores, seus clientes. Já que muitos eram contratados em troca de votos. Não bastava expandir o setor público, precisou criar privilégios e rendas ao setor privado, com subornos e corrupção. Também seguindo essa linha, os agricultores eram enriquecidos através de subsídios e os sindicatos dos trabalhadores negociavam acordos para aumento de salários muito mais altos do que poderiam ser justificados por razões produtivas.

Com a crise de 2008, agências de classificação de risco de crise começaram a ser mais procuradas e terem mais espaço, deste modo, diversas já alertavam o país e também a União Europeia sobre o crescimento do déficit público e o não pagamento das dívidas que aumentavam cada vez mais, e para piorar, a arrecadação diminuía, pois havia muita evasão de impostos, o que vulnerabilizava cada vez mais a nação, o que tornou a situação insustentável com a crise mundial.

O que a maioria dos economistas e grande parte da mídia destaca sobre o porquê de os gastos terem crescido de maneira tão exorbitante, deve-se a cultura da população grega de “sugar o que puder do Estado”, visto que nessa época de começo da crise, os salários do funcionalismo público praticamente dobraram, o que gerava uma bola de neve de empréstimos não pagos acrescidos de cada vez mais e mais juros, a população sonegava cada vez mais os impostos cobrados, e também houve uma grande surpresa: uma fraude sombria feita pelo governo de Kostas Karamanilis de ocultar o valor real da dívida, que era mais que o dobro do que o governo seguinte de George Papandrous (da oposição) presumia.

Um grande motivo para o governo que controlou o país até 2009 ter conseguido todo esse crédito foi por causa da União Europeia, visto que o país por fazer parte dela pôde pegar empréstimos com taxas de juros semelhantes à de países mais sólidos do bloco (Ex: Alemanha), o que torna a alíquota até cinco vezes menor do que seria, caso a Grécia não fizesse parte da UE.

Ainda durante o começo da crise, viu-se que a dívida externa do país ultrapassara 126% do PIB anual grego ?????????FONTE e que a economia estava encolhendo abruptamente, o que só tenderia a piorar nos anos seguintes.

O fato de a Grécia fazer parte da União Europeia apenas piorou sua situação, visto que o risco de uma moratória (pagar um valor menor do que está sendo cobrado/perdoar parte da dívida), que seria a melhor opção para a Grécia no momento, afetaria todo o bloco, principalmente o resto dos PIIGS (Portugal, Itália, Irlanda e Espanha), que provavelmente tentariam isso também, o mesmo valendo para o risco de calote.

O montante da dívida e a política instável deixaram os investidores relutantes em emprestar mais dinheiro ao país, o que fez com que os empréstimos seguintes fossem acrescidos de juros bem maiores do que os anteriores, o que fez a Grécia perder bilhões de Euros em refinanciamentos.

Após os empréstimos pedidos aos bancos (quase todos europeus) para gastar de maneira inadequada, a Grécia começou a pedir empréstimos para a União Europeia e ao FMI para tentar sanar suas dívidas e estabilizar a economia do país, através de planos de austeridade recomendados pela própria União Europeia e economistas gregos.

O primeiro pacote de austeridade foi implementado

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