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GLOBALIZAÇÃO, CRESCIMENTO E POBREZA. VISÃO DO BANCO MUNDIAL EFEITOS DA GLOBALIZAÇÃO

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Por:   •  20/11/2014  •  Artigo  •  1.898 Palavras (8 Páginas)  •  351 Visualizações

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GLOBALIZAÇÃO, CRESCIMENTO E POBREZA. A VISÃO DO BANCO MUNDIAL SOBRE

OS EFEITOS DA GLOBALIZAÇÃO

Nali de Jesus de Souza

Esse livro do Banco Mundial (São Paulo, Editora Futura, 2003), supervisionado por

Nicholas Stern, Vice-presidente sênior e economista chefe do Banco Mundial, resultou de

pesquisas efetuadas por técnicos dessa instituição. O objetivo desses estudos foi avaliar

os impactos da globalização da economia mundial, nos últimos 20 anos, sobre o crescimento

e a pobreza em nível mundial, com foco principal nas economias em desenvolvimento.

A globalização apresenta vários aspectos e repercussões distintas. A queda das

duas torres gêmeas de Nova Iorque, em 11 de setembro de 2001, foi um de seus aspectos.

A redução da pobreza no mundo, o desenvolvimento das comunicações, dos meios

de transporte e o surgimento da Internet constituem outros de seus aspectos. A pergunta

básica do livro foi a seguinte: a globalização realmente reduz a pobreza? Em caso afirmativo,

qual o meio mais eficaz para acelerar esse processo?

O livro enumera três conclusões principais: a) ganhadores: países em desenvolvimento,

envolvendo cerca de três bilhões de pessoas, passaram a exportar predominantemente

produtos manufaturados e serviços, o que reduziu a pobreza; b) perdedores: outros

países pobres, cerca de dois bilhões de pessoas, correm o risco de se tornarem marginais

em relação à economia mundial, com menor participação no mercado internacional,

redução de renda e aumento da pobreza; c) descaracterização cultural (padronização ou

homogeneização): receio de que haja predomínio da cultura norte-americana no mundo,

ou seja, que as diversidades culturais de países como China, Índia e México não sejam

respeitadas. Desse modo, os acordos internacionais precisariam levar em consideração

esse aspecto, bem como as dificuldades de inserção global de dois bilhões de pessoas.

O livro se divide em cinco capítulos. O primeiro capítulo trata da nova onda da globalização

e seus efeitos econômicos. Embora a globalização da economia mundial tenha

se acelerado a partir de 1980, ela não é um fenômeno novo; a primeira onda de globalização

moderna ocorreu entre 1870 e 1914, com o aumento do fluxo internacional de capitais

e mão-de-obra. A renda per capita mundial aumentou, com convergência entre os países

globalizados, aumento da pobreza entre os excluídos e distanciamento destes em relação

aos países desenvolvidos. O livro afirma que a situação piorou entre as duas guerras

mundiais com o protecionismo generalizando-se no estilo “empobreça o seu vizinho”: em

1940, a renda per capita mundial havia caído 1/3, com aumento da pobreza.

A segunda onda de globalização teria ocorrido entre 1950 e 1980, envolvendo a

integração comercial dos países ricos (Europa, Estados Unidos, Canadá e Japão). Nesse

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período, os países exportadores de produtos primários teriam ficado isolados dos fluxos

internacionais de capitais. Os países ricos obtiveram elevadas taxas de crescimento do

produto e convergência da renda entre eles. No resto do mundo o número de pobres continuou

a crescer, com pouca melhoria na distribuição de renda internamente e entre os

países subdesenvolvidos.

A terceira onda de globalização, iniciada em 1980, foi estimulada pelo desenvolvimento

dos meios de comunicação e transporte, pela invenção da Internet, bem como pela

disposição dos diferentes países de reduzirem tarifas e de se abrirem ao comércio e aos

investimentos internacionais. Pela primeira vez países de renda baixa e média, envolvendo

três bilhões de pessoas, conseguiram inserir sua abundante mão-de-obra no mercado

global de manufaturados e serviços. Assim, as exportações industriais dos países em desenvolvimento

passaram de 25% do total, em 1980, para cerca de 80% em 1998. Os países

de maior participação no comércio e investimentos globais são China, Índia, México,

Brasil e Hungria.

Os países que não conseguiram a inserção no processo de globalização estão

crescendo menos e isso envolve cerca de dois bilhões de pessoas. Nos anos de 1990,

eles acumularam um crescimento negativo de mais de 1%, contra um crescimento de

2,1% para os países ricos e cerca de 5% para as economias em desenvolvimento mais

globalizadas. Nestes últimos países o número de pobres está se reduzindo substancialmente,

principalmente na China (o número de pobres nas áreas rurais caiu de 250 milhões

em 1978, para 34 milhões em 1999), Índia, Uganda e Vietnã. Da mesma forma, o

trabalho infantil diminuiu e a matrícula nas escolas aumentou. O Banco Mundial estima

que a pobreza nos países não globalizados tenha se reduzido em 200 milhões desde

1980,

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