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Geomatica

Por:   •  3/3/2016  •  Trabalho acadêmico  •  5.703 Palavras (23 Páginas)  •  268 Visualizações

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I I D E L I M I T A Ç Ã O E I N T E R F A C E S D A Á R E A

 Geomática é um campo de atividades que, usando uma abordagem sistemática, integra todos os meios utilizados para a aquisição e gerenciamento de dados espaciais necessários como parte de operações científicas, administrativas, legais e técnicas envolvidas no processo de produção e gerenciamento de informação espacial. Trata-se, portanto, da área tecnológica que visa à aquisição, ao armazenamento, a análise, a disseminação e o gerenciamento de dados espaciais. As aplicações são bastante variadas, incluindo os levantamentos topográficos, a cartografia, a geodésia, o mapeamento digital, os sistemas de informações geográficas, a fotogrametria, o sensoriamento remoto, os estudos ambientais, o planejamento, a engenharia, o turismo, enfim, todas as atividades que empregam dados espacialmente relacionados. Os grandes avanços tecnológicos experimentados neste final de século e a disponibilidade cada vez maior da informação geográfica tornaram-se armas bastante eficazes na resolução de problemas variados. Um meio ambiente protegido e equilibrado, com desenvolvimento sustentado, espaços urbanos planejados, projetos de engenharia inteligentes, programas de saúde e saneamento eficazes, programas de lazer eficientes, são objetivos que só podem ser alcançados com o pleno domínio da informação espacial. Portanto, a definição de Geomática como área profissional oferece a oportunidade de se prover uma base científica, matemática e institucional para o gerenciamento e aplicação de diferentes tecnologias ao mesmo tempo que permite que um maior número de pessoas seja alcan- çado, reconhecendo que os usuários das diversas aplicações destas tecnologias são importantes para o desenvolvimento desta atividade . A Geomática, enquanto tecnologia de informação, é multifacetada, sendo necessários determinados requisitos para compor um perfil adequado ao profissional atuante, entre os quais o interesse em trabalhar com o ambiente, um sólido conhecimento em ciências naturais e o domínio de técnicas gráficas e computacionais. Por trabalhar fundamentalmente com a informação espacial, a Geomática possui interfaces com diversas áreas do ensino profissional, tais como Mineração, Agricultura, Meio Ambiente, Transportes, Informática, Turismo, Saúde, Telecomunicações, etc. Na área de Mineração, a Geomática encontra aplicações sobretudo nas etapas de mapeamento e exploração mineral, quando as informações devem ser analisadas com referência à sua localização 9 geográfica, contribuindo para minimizar os custos de exploração, selecionar alvos com maior precisão e maximizar as atividades de campo. Na área agrícola, a Geomática auxilia nas atividades de mapeamento e monitoramento agrícola e também na avaliação da produção de safras e nas práticas de gerenciamento de terras para pastagens. Os profissionais que atuam na área ambiental utilizam tecnologia geomática em vários estágios e níveis de complexidade, sobretudo para a produção de mapas, estudos e gerenciamento de ecossistemas, identificação e caracterização de sítios, avaliação de impactos ambientais, organiza- ção e modelagem de dados, no desenvolvimento de estratégias de planejamento, enfim, em todas as atividades que requeiram o gerenciamento de dados espaciais e o rápido acesso e compartilhamento de informações. A informação geográfica é igualmente fundamental para a área de Transportes, com a Geomática assumindo um papel vital para a análise e gerenciamento de dados. A Geomática pode ser empregada em três diferentes subáreas: no gerenciamento da infra-estrutura de transportes, no gerenciamento logístico e de frota e no gerenciamento de trânsito. A área de Geomática possui ainda uma interface bem definida com a área de Informática, haja vista que é na Informática que se adquirem as bases computacionais para o desenvolvimento das aplicações em geomática. Por sua vez, a utilização de sistemas computadorizados otimiza a aquisição e o tratamento de dados espaciais, permitindo um acesso mais rápido e eficiente à informação, traduzindo-se como uma forma viável e adequada para integrar dados e produtos de informação. Evidentemente, essas interfaces entre as áreas profissionais de Geomática, Informática, Telecomunicações, Agropecuária, Recursos Pesqueiros, Indústria, Construção Civil e Mineração são indicativas de conteúdos curriculares comuns e interligados, recomendando a implantação e o desenvolvimento concomitante, seqüente ou alternado de cursos ou módulos dessas áreas em uma mesma unidade escolar ou em mais de uma, integradas por acordos, parcerias ou convênios.

10 I I I C E N Á R I O S , T E N D Ê N C I A S E D E S A F I O S

A Geomática é um dos setores de mercado que mais cresce no mundo, registrando uma taxa exponencial de 20% a 30% ao ano. Este crescimento tem criado um mercado mundial de produtos e serviços estimado, em 1995, como superior a 9 bilhões de dólares. Entretanto, há ainda mercados internacionais com grande potencial de expansão, por exemplo, os Estados Unidos da América, o sudeste asiático, a América Latina e o Leste Europeu. Os governos, com exceção da mineração, ainda permanecem como os maiores compradores de produtos e serviços na área de Geomática, embora as novas aplicações e oportunidades estejam levando as indústrias a investir e implementar suas próprias tecnologias de dados espaciais. O crescimento da área de Geomática tem ocorrido sobretudo em função dos grandes avanços tecnológicos em hardware, software e serviços ocorridos nos últimos anos. O aumento de poder e velocidade de processamento de dados obtidos com o desenvolvimento de novos processadores, aliado às novas técnicas de armazenagem e arquitetura de software, tem como conseqüência imediata a diminuição nos custos de aquisição e conversão de dados, que se traduz diretamente na diminuição de custos para a implantação de sistemas gerenciadores de informações espaciais e a penetração cada vez maior da Geomática em novos mercados. Em termos nacionais o quadro é promissor, embora a cultura empresarial brasileira ainda não tenha absorvido com a necessária profundidade o significado das mudanças que essa tecnologia oferece como meio de informação e tomada de decisão. No momento em que o mundo caminha globalizado e o crescimento está vinculado à sobrevivência de vizinhos e até de concorrentes, é fundamental a parceria na busca de soluções, visando à abertura de espaços para serviços e produtos, entendendo-se a integração tecnológica como elemento principal para o crescimento do setor, sem deixar de observar a preocupação com padrões de qualidade, ética e competição. Meneguette aponta como um dos grandes desafios da atualidade encontrar maneiras eficientes e seguras de gerenciar, compartilhar e atualizar informações. Questões como o acesso a dados, a responsabilidade de sua manutenção ou até mesmo a preocupação intelectual caracterizam-se muito mais como problemas organizacionais e políticos do que tecnológicos, haja vista que a informação em geral vem sendo tratada como bem de consumo ou mercadoria. Mais do que nunca é válida a 11 expressão informação é poder. Dentro desta perspectiva, Davis Jr. aponta as principais tendências no uso da informação geográfica: Ø Popularização do uso da informação espacial através de sof twares de baixo custo e ferramentas simples e baratas, apoiadas em microcomputadores. Ø Iintensificação do uso de imagens digitais como informação complementar à informação vetorial. Ø Programação e desenvolvimento de sistemas orientados a objetos. Ø Padronização do intercâmbio de dados geográficos. Ø Provimento de acesso a base de dados geográficos via internet ou intranet. Em termos de educação profissional, trata-se de um cenário novo que tenta conciliar uma estrutura curricular moderna frente ao avanço de novas tecnologias, criando novas oportunidades e revendo o papel tradicional dos profissionais da área de levantamento e mapeamento. Para tanto, é importante que os currículos desenvolvidos a partir de então atendam as competências gerais definidas para a área profissional de Geomática, na Resolução CNE/CEB nº 04/99. 12 I V P A N O R A M A D A O F E R T A D E E D U C A Ç Ã O P R O F I S S I O N A L A geomática representa a evolução do campo de atividades de levantamentos e mapeamento, congregando as disciplinas mais tradicionais com as novas tecnologias e os novos campos de aplica- ção surgidos. É uma área que vem experimentando um rápido crescimento, decorrente sobretudo dos significativos avanços tecnológicos observados ultimamente. Softwares usados independentemente em mapeamento, SIG e processamento de imagens, por exemplo, vêm se tornando cada vez mais integrados, com custos cada vez menores, permitindo um uso mais difundido da tecnologia. No cenário mundial, diversos países despontam no desenvolvimento de aplicações geomáticas, com destaque para o Canadá, onde a indústria tem evoluído rapidamente substituindo as atividades mais tradicionais por atividades baseadas em novas tecnologias. Essa gradativa e contínua substitui- ção vem fazendo com que esse país apresente atualmente o maior nível de competitividade em tecnologias geomáticas em escala global, o que se traduz, em termos práticos, por soluções efetivas em um nicho que envolve desde a área de marketing (business geographic) até a proteção ambiental e estudos de impacto. No Brasil, o segmento de tecnologias geomáticas é emergente, constatando-se que grande parte das empresas que atuam nesse setor começa a conciliar as técnicas mais tradicionais com as novas tecnologias disponíveis. Esse panorama, por conseguinte, reflete-se no quadro de oferta da educação profissional de nível médio do país. Atualmente, dezenove instituições de ensino ministram cursos de Agrimensura no país, mas com uma temática ainda concentrada basicamente em técnicas convencionais. Entretanto, um novo quadro começa a se delinear a partir da identificação dos avan- ços e necessidades do mundo do trabalho e a conseqüente releitura do papel formativo das institui- ções de ensino tecnológico; nesse contexto, observa-se uma tendência entre as instituições pela busca de soluções tecnológicas mais abrangentes, traduzidas pela criação de novos cursos e adequação dos currículos à nova realidade de demanda profissional. As perspectivas para as tecnologias geomáticas são portanto promissoras, tendo em vista a grande demanda doméstica ainda por atender e a possibilidade de expansão da indústria, focalizando em novas aplicações e novos clientes. Contudo, uma observação que se faz pertinente nesse momento diz respeito ao fato de que o alto nível de habilidades técnicas observado nessa área, muitas vezes, não é acompanhado pelo mesmo nível de habilidade gerencial nas empresas. Isso implica 13 demanda por profissionais com iniciativa, liderança e capacidade de trabalho em equipe, mas sobretudo por profissionais com uma visão interdisciplinar e contextualizada do mundo do trabalho e da sociedade como um todo. Recomenda-se que as escolas adotem para os novos cursos técnicos nesta área: Ø Desenhos curriculares e de alternativas metodológicas inovadoras, dinâmicas, que substituam o modelo centrado nas aulas tradicionais, de forma quase que exclusiva ou com ênfase absoluta, por um ambiente pedagógico caracterizado por aulas operatórias, por workshops e oficinas nas quais os alunos trabalhem em projetos concretos e experimentais característicos da área, por oferecer espaços de discussão fundamentada do que está fartamente disponível para ser ouvido, visto e lido no mundo fora do espaço escolar, por seminá- rios e palestras com profissionais atuantes, por visitas culturais e técnicas. Ø A busca de alternativas de gestão de recursos educacionais, como acordos, patrocínios ou parcerias, que viabilizem constante renovação ou atualização tecnológica, condição essencial para que a educação profissional não faça da efetiva realidade do processo de produ- ção da área uma ficção. Ø Estudo e a implantação de formas mais flexíveis de organização do trabalho escolar e de estabelecimento de vínculos contratuais com professores, de maneira a possibilitar a contribuição de profissionais efetivamente engajados na atividade produtiva,atualizados e responsáveis por produções reconhecidas por sua qualidade, cuja disponibilidade e interesse não se ajustam aos esquemas pedagógicos e administrativos convencionais.

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