O Narcotráfico no México

PONTIFÍCIA UNIVERSIDADE CATÓLICA DE MINAS GERAIS

Programa de Graduação em Relações Internacionais

Ana Luiza Diniz Basques

Fernanda Abreu Bertoldo Silva

Gabriela Reinert Wanzuit

Laura Assenheimer Pereira

Maria Isabel Amorim Fortunato da Luz

Rachel Antunes Carvalho

COMO OCORRE A ATUAÇÃO DOS ESTADOS UNIDOS NA GUERRA DO NARCOTRÁFICO NO MÉXICO

Belo Horizonte

2019

Ana Luiza Diniz Basques

Fernanda Abreu Bertoldo Silva

Gabriela Reinert Wanzuit

Laura Assenheimer Pereira

Maria Isabel Amorim Fortunato da Luz

Rachel Antunes Carvalho

COMO OCORRE A ATUAÇÃO DOS ESTADOS UNIDOS NA GUERRA AO NARCOTRÁFICO NO MÉXICO

Projeto de pesquisa apresentado ao programa de Graduação em Relações Internacionais da Pontifícia Universidade Católica de Minas Gerais, como requisito parcial para a aprovação nas disciplinas de Geografia Política, História das Relações Internacionais, Introdução às Relações Internacionais, Política e Sociologia

Orientadora: Profª. Dra. Marinana Andrade e Barros

Belo Horizonte

2019

- lista de gravuras

- lista de quadros

- lista de siglas

-sumario

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1 INTRODUÇÃO

O tráfico de drogas é uma realidade no México há mais de um século e, foi a partir da década de oitenta que a situação se agravou, contribuindo significamente para um aumento na quantidade de casos de violência. Em consequência do aumento da demanda de compra de drogas advinda dos Estados Unidos e um enfraquecimento dos cartéis colombianos, o narcotráfico incorporou-se como um crime organizado de grande proporção pelo Estado mexicano. No início do século XX, a produção se alastrou por grande parte do México, mesmo sendo uma pratica ilegal, e gerou uma competição acirrada entre carteis e seus chefes de tráfico, o que ocasionou intensos conflitos que chegaram a atingir também, a população civil. Em 2006 oficializou-se a Guerra, devido a necessidade de intervenções militares em larga escala no território mexicano, já que os cartéis passaram a possuir armamento forte, ameaçando o monopólio da força por parte estatal e, consequentemente, sua soberania.

Mediante as proporções mais intensas e agravantes que o narcotráfico mexicano atingia, o governo dos Estados Unidos procurou se aliar ao Estado do México para buscar combater tal problema. Com esse intuito foi criada a Iniciativa Mérida, parceria na qual eram investidos bilhões de dólares, principalmente por parte norte-americana, para promover investimentos na segurança e na área militar mexicana, de modo que por meio da força armada juntamente ao poder político os cidadãos sejam sujeitos a acatar as leis, com viés centralizado em reprimir a produção de narcóticos, uma vez essa sendo considerada como causa essencial do narcotráfico pelos Estados Unidos.

Analisando por outro viés e com uma perspectiva integral, o problema das drogas abrange inúmeras aspectos, ou seja, além da questão da produção, é indubitável o impacto que o consumo em massa tem para o crescimento do tráfico. Logo, os Estados Unidos, como maior consumidor de drogas mundial, possui parte da responsabilidade, assim como os países produtores, como o México, necessitando de um combate interno e externo, de forma que dificulte o acesso ilegal a esses produtos, assim desestruturando o sistema de tráfico na América Latina, que se sustenta, principalmente, nos consumidores estadunidenses.

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2 OBJETIVOS

2.1 Objetivo geral

Pretende-se compreender e analisar a atuação política dos Estados Unidos, a partir de 1980, na guerra ao narcotráfico no México.

IDEIA

Analisar as políticas adotadas pelos Estados Unidos na questão do narcotráfico no México, a partir de 1980, para compreender o desenvolvimento da Guerra e sua relação com o auxilio(?) estadunidense.

 

2.2 Objetivos específicos

- Analisar, a partir da década de oitenta, a relação política entre EUA e México e os acordos feitos entre os países em relação a guerra.

- Verificar os aspectos econômicos do conflito

- Comparar a atuação estadunidense no fluxo comercial das drogas, em relação ao combate à produção e ao consumo.

3 SITUAÇÃO PROBLEMA

Estados Unidos e México compartilham uma fronteira que separa seus territórios. Tal faixa, como retratada na geografia política, é um local de atrito de interesses e uma zona de inter-relações, sendo assim, uma área de extrema vulnerabilidade. Por ser uma questão relevante para ambos os países, em 2010, criaram um Comite Executivo de Alto Nível para a Gestão de Fronteiras do Século XXI para estimular avanços na promoção de uma fronteira moderna, segura e eficiente (U.S. STATE DEPARTMENT, 2019)

A relação conflituosa entre a fronteira Mexico/Estados Unidos vem de longa data e intensificou-se em 1985 com o assassinato de Enrique Camarena, agente do DEA (Drug Enforcemaent Administrations); concomitantemente, pela primeira vez em 1987, houve a qualificação, por parte do governo mexicano, do narcotráfico como assunto de segurança nacional (BENÍTEZ MANAUT, 2015) Assim, a atuação transfronteiriça acentuou-se, ganhando pauta internacional, além de transformar-se em um dos principais temas abordados na politica externa entre esses dois países; simultaneamente, houve uma aproximação no viés econômico entre EUA e Mexico proporcionada pelo Tratado Norte-Americano de Livre Comércio (NAFTA). Outro marco importante foi o Grupo de contato de alto nível Mexico/Estados Unidos para o combate de drogas (GCAN), criado em 1995.

Foto mapa

Em 2006, com a eleição do presidente Felipe Calderón, oficializou-se a Guerra ao Narcotráfico que teve como principal contribuinte os Estados Unidos.

Em 11 de dezembro de 2006, Calderón decidiu enviar 4.260 soldados, 1.054 fuzileiros navais, 1.420 policiais federais e 50 agentes do Ministério Público ao Estado de Michoacán, na costa do Pacífico. Uma década depois, sabemos que essa operação marcou o início da estratégia central do seu Governo. Naquele dia nasceu a guerra do Estado contra o crime organizado (BEAUREGARD, 2017).