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Pan Regioes

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Por:   •  24/3/2015  •  1.880 Palavras (8 Páginas)  •  3.461 Visualizações

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Introdução

Tentamos abordar o tema Pan-regiões de forma especifica, porém o que se vê que está claramente envolvida na historia da geopolítica principalmente Alemã. Tento como o principal ícone: Haushofer.

Portanto, a geopolítica alemã surgiu como uma reação ao Tratado de Versalhes, ou seja, à derrota alemã na Primeira Guerra Mundial. Além disso, a coesão social obtida por Bismarck tinha sido rompida. A então República de Weimar conhecia uma acirrada luta de classes, com ameaças dos comunistas, da aristocracia conservadora e dos racistas nacionalistas. O desemprego era grande, e a inflação elevadíssima.

Nesse contexto, general aposentado Haushofer fundou em Munique a Revista de Geopolítica, pregando um desmanche no Tratado de Versalhes, uma restauração dos territórios perdidos e uma reconstrução da Alemanha que se tornaria uma potência mundial. Tudo apoiado em pretensas leis científicas e princípios geopolíticos. As Pan-regiões, idealizadas seriam áreas que permitiriam a realização do ideal de uma nova ordem mundial. Discriminou-se então quatro Pan-regiões:

1. Pan-América, liderada pelos Estados Unidos,

2. Pan-Euráfrica, liderada pela Alemanha,

3. Pan-Rússia, liderada pela União Soviética,

4. Pan-Ásia, liderada pelo Japão

Eles, se uniram com os respectivos países próximos as suas regiões, com o objetivo de agregar riquezas e terras, como iremos detalhar ao decorrer do texto.

Fato Histórico

Em 1919 Karl Haushofer deixou o exército com o grau de general e se dedicou à cátedra de geografia, obtida na universidade de Munique com dois livros resultantes da sua permanência japonesa. A guerra perdida, a cessões à França de uma parte dos territórios renanos e da região do Ruhr, a perda das colônias e as gravosas reparações criaram um clima de tensão social e de ódio que hoje é difícil até mesmo imaginar.

Caiu a monarquia, substituída pela República de Weimar, e enquanto por um lado estouravam revoluções proletárias inspiradas no modelo soviético, por outro se afirmavam tanto a exigência de repristinar a ordem interna a qualquer custo, quanto à implacável necessidade de revanche com relação ao mundo exterior. As teorias geopolíticas ofereceram às direitas em ascensão o instrumento teórico para legitimar suas exigências.

O tratado de Versalhes privava a Alemanha de parte essencial do território para sua sobrevivência como grande potência. O debate sobre o “espaço vital” tornou-se, portanto, politicamente central e, nele, a “geopolítica” começou a assumir um peso crescente, até se apresentar como a parte fundamental da ideologia oficial no Estado nacional-socialista. É nesta atmosfera que o ex-general Karl Haushofer e suas teorias saem das aulas universitárias para entrar nos salões do poder. Na base de sua visão da futura ordem mundial está a contraposição entre terra e mar, que equivale à contraposição entre Europa continental e mundo anglo-saxão. Esta dicotomia retorna para o jurista Carl Schmitt, como tensão entre terrasoberania e mar-liberdade (ou seja, como área não submetida ao espaço – "Raum" – nacional). A história universal exprimia por isso o ininterrupto conflito entre potências marítimas e potências terrestres, enquanto os Estados situados na linha de confim entre estes blocos em luta estavam destinados a eterna instabilidade, a menos que não se organizassem em grandes "pan-regiões", fundadas numa “pan-ideia”

Teoria das Panregiões

O conceito de “pan-regiões” completa o de “lebensraumm”. A formação destas áreas geograficamente compensadas e autárquicas obedeceria a critérios económicos e políticos: estabelecendo-se num sentido dos meridianos terrestres, abarcando dessa forma uma diversidade de condições climáticas, a sua extensão permitiria a esses grandes espaços uma enorme gama de produtos naturais, indústrias e de recursos humanos que os poria em situação de completa autonomia face aos restantes. Por outro lado, a tendencial “fusão” dos interesses estaduais neles existentes eliminaria os antagonismos gerando-se assim uma espécie de “paz regional”.

Se o espaço vital implicava existencialmente uma “pan-Região”, esta por sua vez exigia politicamente um “Estado-Diretor”. Os grandes espaços concebidos a priori como potenciadores da expansão espacial, visavam a posteriori o estabelecimento de uma “ordem” ditada pelo executor daquela. A paz internacional passaria a depender de um co-domínio aristocrático que Alemanha, União Soviética, Japão e Estados-Unidos concebessem em cada “pan-Região”.

Perante a lógica subjacente às premissas geopolíticas indicadas, a concepção de Ratzel segundo a qual “espaço é poder” adquire um carácter global, aplicando-se doravante à escala planetária. Pensar em grandes espaços acabava por significar, em última instância, pensar na Hegemonia Mundial alemã. Na linha de Raymond Aron equivaleria a preconizar que da paz pela hegemonia (dentro de cada “pan-região”), e da paz pelo equilíbrio (resultante do modus vivendi encetado com as restantes), tenderia no sistema internacional a imperar uma paz pelo império, mais estável que as suas formas anteriores. Sendo a geopolítica dinâmica na sua essência, consequentemente a paz regional seria sempre provisória pois, como escreveu Aldous Huxley, “o poder é, por si próprio, indefinidamente expansivo não podendo deter-se senão ao chocar com outro poder mais forte”. Todavia, a União Soviética dominava o “heartland” (cuja importância estratégica Mackinder tão bem demonstrara) e no Japão o “instinto geopolítico” continuava a maravilhar Haushofer.

Face a estas realidades geográfico-políticas, a estratégia da Alemanha deveria ser realista e obedecer a esses imperativos, alinhando a sua política externa através de “eixos” (única forma de gerir e optimizar em seu favor a dura realidade político-estratégica originadas pelas condicionantes geográficas).

O “eixo Berlim-Moscovo” traduzia bem esse realismo haushoferiano. Assumindo como verdadeira a tese ratzeliana segundo a qual “o espaço é uma força por si própria”, uma eventual confrontação com a União Soviética é tida como inconcebível. Pelas condições climáticas, pela hiperbólica

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