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Redes E Território

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Por:   •  10/5/2013  •  2.183 Palavras (9 Páginas)  •  353 Visualizações

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REDES

1 – INTRODUÇÃO:

O espaço geográfico é coberto por um denso emaranhado de redes, por meio das quais ocorrem dos mais variados fluxos. O termo redes está em voga, com toda a sorte de significações. Podemos definir redes através de duas grandes matrizes. Existe aquela que apenas considera seu aspecto, a sua realidade material. Assim, teríamos as redes como sendo toda a infra-estrutura que permitisse o transporte de matéria, energia e informação, inscrita sobre um território, caracterizada pelos seus objetos que se encontram na superfície, sejam estes, pontos de acesso ou terminais. No entanto, outra matriz de rede considera que ela é também social e política, pelas pessoas, mensagens, valores que a freqüentam.

Esse caráter social e político da rede é importante porque sem eles, e embora apesar da sua materialidade, a rede constituiria, na verdade, uma mera abstração, haja visto que é a ação humana que a valoriza.

Por outro lado, a rede é composta de nós. Os nós da rede são pontos nos quais uma curva se entrecorta. Podemos falar de nós da rede urbana, dos fluxos financeiros globais, da rede política que governa a União Européia com sues Conselhos Nacionais de Ministros e Comissários.

A relação das redes com o território pode ser analisada sob dois aspectos: genético e atual. No primeiro caso, o estudo das redes é eminentemente evolutivo, porque, para este, as redes se constituem em várias partes, as quais vão sendo instaladas em diferentes momentos e datas. Muitos desses elementos fixados no espaço já nem existem mais, porque o momento técnico não é o de outrora quando ele foi instalado. Ou seja, tudo depende do movimento social que exige mudanças, tanto na forma quanto na técnica.

Por outro lado, o enfoque atual leva em consideração a descrição do que a compõe. Nesta, é feito um estudo estatístico tanto da qualidade quanto da quantidade técnica, objetivando avaliar as relações que os elementos constitutivos da rede mantém com a vida social, ou seja, quais os benefícios que ela traz para a vida cotidiana.

As redes através dos tempos passaram basicamente por três momentos, sendo que no primeiro, ela é notadamente marcada pela dominação da natureza, tendo em vista que as técnicas eram pouco desenvolvidas. Num segundo momento, as novas formas de energia irão dar um novo impulso. É também a época do surgimento da modernidade. Finalmente, no momento seguinte, já em pleno período técnico-científico-informacional, o território ganha importância, uma vez que as bases estarão parcialmente neles, sendo que a outra parte está contida nos objetos avançados tecnicamente como o computador, juntamente com as telecomunicações que vão ser responsáveis por dar as características atuais das redes, uma delas a espontaneidade. Hoje, as montagens das redes antevêem as suas funções. Destarte, as redes no momento atual aparecem com forma sine qua non para a circulação e comunicação.

2 – REDES: TERRITÓRIOS E FLUXOS:

Um dos discursos mais difundidos na atualidade é aquele que propõe o “fim dos territórios” e a emergência de uma sociedade em redes onde a relação território-rede poderia adquirir uma forma dicotômica onde o mundo dos territórios, estável, enraizado, ia se contrapor ao mundo das redes, instável e fluído. A distinção entre território e rede envolve várias interpretações, desde os que radicalizam na dicotomização e consideram território e rede duas categorias distintas até os que subordinam a rede ao território.

O importante dentro dessa análise é o fato de que seja como elemento separado do território – este enquanto porção do espaço geográfico definida por relações de poder, onde o caráter espacial dessas relações cria, historicamente, um espaço social que condiciona o seu desenvolvimento futuro - , seja como seu constituinte que adquire novo peso, as redes se colocam como um importante referencial teórico para debates, se tornando um veículo por excelência da maior fluidez que atinge o espaço, e dentro desse ponto de vista sendo o elemento mais importante da territorialidade contemporânea. Seguindo o raciocínio de RAFFESTIN (1993) e suas três invariantes básicas (os nós ou os pólos, as malhas ou tessituras e as redes), enquanto nas sociedades tradicionais o elemento dominante eram as malhas, a dimensão horizontal do espaço, gradativamente as redes vão adquirindo importância, ao ponto de, na sociedade informacional contemporânea, tornarem-se o principal elemento da configuração territorial, através da “dimensão vertical” do espaço.

Todas as redes e a mobilidade proporcionadas por estas são, na nossa visão, componentes indissociáveis do território em qualquer contexto histórico. Na verdade os territórios sempre carregaram, juntamente com as características de controle e estabilidade, a idéia do movimento, da integração e da conectividade.

Assim, RAFFESTIN (1993) defende a idéia da rede como uma das “invariáveis” constituintes do território, juntamente com os nós e as malhas. O que varia na verdade é a composição entre estes elementos ao longo da história. Desta forma, a própria rede e os fluxos podem se tornar de tal forma dominantes que acabam se confundindo com o próprio território (enquanto controle de fluxos, mais do que áreas). Temos então a formação de “territórios-rede” (HAESBAERT, 1994).

De acordo com o conceito de fluxos, “os fluxos são o movimento, a circulação e, assim, eles nos dão também a explicação dos fenômenos da distribuição e do consumo” (SANTOS, 1994, p. 77), não poderíamos dissociar rede de território, uma vez que a materialização dos fluxos ocorre no território, contrapondo-se à idéia de “fim dos territórios”. Esta argumentação é ratificada através da localização da produção, uma vez que esta ainda está “colada” ao território. O que está sobreposto ao território são as redes que fazem o produto final – que é o capital – circular.

3 – A REDE DE INFORMAÇÕES E O TERRITÓRIO:

Como visto anteriormente, a rede é um conjunto de elementos interligados entre si através de relações sem hierarquia. O modelo de rede é o modo de organização usado hoje em dia em vários níveis, tanto do Estado, das sociedades, econômico, comercial..., enfim, várias esferas que agem no globo utilizam o modelo de redes para se organizarem e atuarem. Como no mundo em que vivemos (e até mesmo pela nossa condição existencial) o imaterial se reflete no material, essa atuação se dará no território, por ser esse o modelo de organização do mundo, ainda que os territórios sejam variáveis, maleáveis

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