Surdo E Mudo

A integração dos portadores de deficiência ao

mercado de trabalho: um estudo de caso -

surdos-mudos

Paulo Jurza

Formado em Tecnologia de Processamento de Dados,

com especialização em Ciências Políticas pela

ADESG e pós-graduado em Telecomunicações.

1 Introdução

Este trabalho é resultado de um estudo de observação na Fundacentro MG,

órgão do Ministério do Trabalho e Emprego, quando da contratação de dois

digitadores surdos-mudos e as alterações tanto na ergonomia do ambiente de

trabalho quanto na forma de interação psicossocial.

Foi conduzido por mim, por estar envolvido na integração dos digitadores

surdos-mudos e na comunicação com eles, bem como na orientação de suas

atividades.

A entrada dos digitadores foi muito impactante para todos os funcionários da

Fundacentro, houve diversas modificações no ambiente de trabalho, bem como

nas relações interpessoais. Agora é preciso mais calma para comunicar-lhes o

que é preciso fazer, sinalizações estão dispostas em locais estratégicos, etc.

Mas isso não quer dizer que não existam pessoas que não se comuniquem

com os digitadores; às vezes por puro receio, às vezes por pura vergonha, má

vontade, ou mesmo preconceito. (Castellan, 1987, p. 149-155).

2 Objetivos

Pretendo mostrar que, apesar das diferentes maneiras os portadoras de deficiências

têm uma noção cognitiva diferente da que estamos acostumados - e

nem por isso todos reconhecem o mundo e suas sensações da mesma maneira.

Os portadores de deficiências podem ser integrados nos ambientes de trabalho,

pois uma variação anatômica ou disfunção de alguma parte corporal não os

impossibilita de utilizar as partes que ainda estão ativas.

Apesar de o enfoque maior estar na experiência dos digitadores, proponho

também algumas adaptações simples nas estruturas físicas dos locais de trabalho

e algumas orientações no sentido de direcionar as pessoas a uma convivência

harmoniosa e não-preconceituosa com os fisicamente incapazes.

Deve-se ainda atentar para o fato de que um ambiente de trabalho ligeiramente

adaptado pode servir para um trabalhador antes inapto poder trabalhar.

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3 Metodologia

A metodologia empregada foi, em primeira instância, a interação com as

psicólogas da entidade de origem dos digitadores Federação Nacional de Educação

e Integração dos Surdos (FENEIS) através da psicóloga Adriana Meirelles

de Mello, para saber como se processam as relações cognitivas do mundo surdomudo

e o aprendizado da linguagem dos surdos-mudos.

Após a primeira adaptação, o serviço de digitação foi ensinado a eles,

utilizando-se sua a linguagem de sinais. A observação dos hábitos, dos problemas

que tiveram e outras conversas com as psicólogas levaram ao conhecimento

do mundo surdo-mudo.

Os processos de pensamento foram observados em diversas situações,

como pressão para cumprimento de prazos, postura laisez-faire, trabalhos sem

definição de tempo, trabalhos que seriam úteis etc. (Castellan, 1987, p. 22-26)

4 Resultados

Os

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