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A Anatomia do Fascismo

Por:   •  27/8/2019  •  Resenha  •  977 Palavras (4 Páginas)  •  546 Visualizações

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Introdução. In: PAXTON, Roberto. A anatomia do fascismo. Rio de Janeiro: Paz e Terra, 2007. P. 13 a 49.

Introdução

A Invenção do Fascismo

“O fascismo foi a grande inovação política do século XX, e também a origem de boa parte de seus sofrimentos.” (p. 13) “Uma ditadura antiesquerdista cercada de entusiasmo popular – essa foi a combinação inesperada que os fascistas conseguiram criar no curto espaço de uma geração.” (p. 14)

A origem da origem da palavra fascismo vem do fascio italiano, um feixe ou maço que significava a autoridade e a unidade do Estado. “Os revolucionários italianos usaram o termo fascio em fins do século XIX, para evocar a solidariedade e o compromisso dos militantes. (..) Ao fim da Primeira Guerra Mundial, Mussolini cunhou o termo fascismo para descrever o estado de ânimo do pequeno bando de ex-soldados nacionalistas e de revolucionários sindicalistas pró-guerra que vinha reunindo a seu redor.” (p. 15)

A data oficial de nascimento do fascismo é 23 de março de 1919 em Milão, mais exatamente na Piazza San Sepolcro e tinha como programa uma mistura de patriotismo de veteranos e de experimento social radical. Era apoiado por veteranos de guerra desmobilizados, sindicalistas pró-guerra e intelectuais futuristas.

“O movimento de Mussolini não se restringia ao nacionalismo e aos ataques à propriedade, mas fervilhava também de prontidão para atos violentos, de antiintelectualismo, de rejeição a solução de compromisso e de desprezo pela sociedade estabelecida.” (p. 17).

Pouco tempo depois da reunião que inaugurou o fascismo italiano, um grupo de amigos de Mussolini invadiu e destruiu um jornal socialista deixando mortos “um ato de violência contra não apenas o socialismo como também contra a legalidade burguesa, em nome de um pretenso bem nacional maior.” (p. 19)

Outros movimentos semelhantes vinham surgindo na Europa do pós-guerra, sem vínculo com o fascismo de Mussolini.  Paxton cita o exemplo da Alemanha, cujo partido de cunho teórico semelhante ao italiano atingiu o poder onze anos depois.

As imagens do fascismo

        O autor aponta alguns problemas ao estereotipar o fascismo:

  • quando pensamos que podemos compreender o movimento como todo examinando apenas o líder. Fazendo isso, desviamos a atenção dos que estão a sua volta auxiliando;
  • ao afirmar que os europeus eram predispostos ao fascismo e não a qualquer outro lugar;
  • que o fascismo é anti-semita. Pelo menos na itália, Mussolini teve apoio de judeus durante os dezesseis anos de poder;
  • o fascismo é anticapitalista e antiburguês. Na prática os partidos fascistas se opuseram veemente ao socialismo. O que eles criticavam no capitalismo era “a idéia de que as forças econômicas são o motor básico da história.” (p. 27)

Algumas mudanças de fato, foram implantadas pelo regime. Ele “redesenhou as fronteiras entre o privado e o público, (...) transformou a prática da cidadania, (...) reformulou as relações entre indivíduo e a coletividade, (...) ampliou os poderes do executivo e (...) desencadeou emoções agressivas que, até então, a Europa só havia testemunhado em situações de guerra ou de revolução social.” (p. 28)

Além disso, o fascismo apresentava algumas ambiguidades. Eles não estavam nem na direita e nem na esquerda e desprezavam o centro. “O ápice da reação fascista ao mapa político definido em relação à esquerda e direita foi alegar que eles o haviam tornado obsoleto, (...) havendo transcendido essas divisões arcaicas e unido a nação.” (p. 29)

Outra contradição foi em relação à modernização (...) “é difícil postular que a essência do fascismo se reduza a uma reação antimodernista ou a uma ditadura da modernização” (p. 30). “A complexa relação entre o fascismo e a modernidade não pode ser resolvida de uma só vez, nem com um simples sim ou não. Ela tem que ser desenvolvida no desenrolar da história da conquista e do exercício do poder pelos fascistas” (p. 34)

Segundo Paxton, outro problema em relação a imagem usual do fascismo é que nela há mais relevância os momentos mais dramáticos e deixam de lado a “experiência cotidiana e também a cumplicidade das pessoas comuns no estabelecimento e no funcionamento dos regimes fascistas.” (p. 34)

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