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A Análise do Documento de Mao Tse-tung

Por:   •  24/6/2022  •  Resenha  •  1.479 Palavras (6 Páginas)  •  98 Visualizações

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Universidade Federal de Pernambuco

Centro de Filosofia e Ciências Humanas

História - Bacharelado

Análise do Documento de Mao Tse-tung

 

Discente: Hugo Leonardo Alexandre Santiago

Docente: Christine Dabat

História da China

Terceiro Período

Análise do Documento de Mao Tse-tung  

O objetivo deste trabalho é realizar uma análise de documento, especificamente um fragmento de um capítulo do livro Mao Tsé-tung – Política, um compêndio de trabalhos de Mao organizado por Eder Sader e publicado em 1982, pela Editora Ática, em São Paulo. O fragmento a ser estudado chama-se Informe sobre uma pesquisa feita no movimento camponês no Hunan – março de 1927, e está inserido no capítulo Sobre a pesquisa e a Ação Partidárias.

O texto foi produzido por Mao Tsé-tung (uma das mais fortes lideranças do Partido Comunista Chinês da época) , em 1927, após uma viagem através de sua província natal para investigar o movimente de revolta, ou “revolução” como ele mesmo o chama, dos camponeses mais humildes contra os “grandes” proprietários e os funcionários públicos (os shenshi perversos) aliados a eles. O informe foi criado em resposta à desaprovação ao movimento por alguns membros do Partido Comunista Chinês (PCC) e do Kuo Min Tang (vulgo Partido Nacionalista no ocidente, ou KMT).  Tinha como objetivo principal mostrar a aqueles que desaprovavam a agitações populares que a ação delas era legitima e correspondia ao objetivo traçado pela aliança KMT e PCC, e que os boatos difundidos pelo resto da China eram mentirosos e tinham como objetivo preservar os privilégios locais combatidos tanto pelos revoltosos do Hunan, quanto pelos dois partidos aliados.

O contexto no qual Mao realiza a sua viagem ao Hunan, e a eventual produção de seu informe sobre a revolta, é o de uma recém-estabelecida república nos moldes socialistas soviéticos, onde os dois partidos vigentes têm a sua relação em um acelerado estado de deterioração e a disputa de poder entre os dois começa a tornar-se latente. Sob o incentivo soviético o KMT (já reestruturado para ser uma imitação do partido bolchevique, mas sem conseguir ser uma copia) e o PCC, instruído para ser um colaborador, criam uma aliança com objetivo de transformar a República da China, é a Primeira Frente Unita.

Após dois anos de preparação, recebendo treinamento e em equipamentos dos russos, lançam uma ofensiva contra o governo estabelecido em Pequim, é a Expedição ao Norte. No longo percurso entre as bases dos aliados no sul, até a sede do governo em Pequim é um longo percurso, e ao longo dele existem muitas cidades que devem ser conquistadas para proporcionar um pondo de apoio, porém para defendê-las estão posicionados exercidos da República e as forças dos senhores da guerra locais. Para contrabalancear esta desvantagem, o Exercito da Expedição ao Norte agregam em suas fileiras elementos campesinos das regiões por onde vão passando e por onde ainda vão passar, pois já haviam, meses antes, estabelecido contato com as organizações rurais e as preparado para auxilia-los em sua luta. As associações camponesas do Hunan, as quais se revoltam em 1927, faziam parte deste grupo.

A investida é um sucesso e em apenas um ano, 1926, um novo governo e estabelecido. Porém as relações entre o PCC e o KMT vão se tornado menos amistosas quando os dois grupos chegam ao poder, e no ano seguinte, 1927,  a aliança começa a se desgastar rapidamente. Embebidos da ideologia revolucionária, os camponeses despossuídos do Hunan, através de suas associações, colocam-se a confiscar terras e posses dos mais bem providos de terras, animais e de outros recursos necessários a vida no campo. Suspendem impostos considerados abusivos e banem as estruturam sócias que consideram que os colocam em posição subalterna. Aplicam multas e taxas aos mais abastardos. Prendem e/ou executam os condenados por crimes anteriores – por exploração, assassinato, ou extorsão de camponeses – e aqueles que, no momento dos levantes, colocam-se veementemente demais contra os levantes.

E é neste momento em que Mao resolve viajar até a sua província natal para investigar as fortes agitações que se espalham pelos distritos a compô-la. O movimento campesino empreendido pelas associações camponesas, cuja criação é incentivada pela aliança dos dois partidos, é duramente criticado por vários dos membros do KMT e por alguns do PCC, fato que incomoda Mao, pois as ações campesinas contra os velhos privilégios das elites rurais deveriam ser incentivadas, não criticadas, opinião que fica explicitamente visível em seu trabalho sobre os levantes.

Antes de adentrar na argumentação especifica utilizada por Mao em no fragmento do livro aqui estudado, é necessário, primeiro, se fazer um breve resumo sobre a vida de seu ator até o momento quando da produção de sua obre, pois, só assim, torna-se possível entender e analisar devidamente o olhar lançado pelo mesmo em seu trabalho.

Mao é filho pais camponeses e nasce e tem sua infância nos anos conturbados do final do Império. Desde jovem participa da efervescência politica a tomar seu pais. Torna-se comunista durante sua mocidade e ingressa na carreira ativista do Partido Comunista, porém só ascende politicamente dentro do partido pouco antes da aliança entre o PCC e o Kuo Min Tang, quando ambas as instituições recebem apoio soviético para uma aliança. Seu pensamento é profundamente marcado pela ideologia comunista, e isto irá influenciar tanto seus trabalhos intelectuais, quanto as suas ações a posteriore.

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